quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Por favor, me dá um abraço a qualquer dia



Por favor, me dá um abraço a qualquer dia
Preciso tanto dele
que chego a pensar que falta em mim
a existência de alguém que ainda respira ar
que sobra tanto a poucos, e falta tanto a muitos.

Não, não é esse abraço que eu quero
materializado em objetos do desejo e que aquece o corpo pelo gozo com tempo para acabar.

Não precisa estender a mão para me presentear seu brinquedo que fica entre as pernas
mesmo por que não sou mais um jovem que passa o tempo todo pensando numa trepada.

Preciso de uma mão que traga, além do afago
também enderece um sorriso
acompanhado de palavra amiga e gesto ativo.

Gostaria de receber meu abraço
pelos que transportam o bom senso por onde vão
sem acharem que transportam pesada carga nas costas
por não agüentam quilos de angústias.

O Abraço que eu peço é aquele que vem de gesto espontâneo
endereçado também pelos que precisam de atenção,
de atos de lisura e consideração.

Peço esse abraço desde que entrou o primeiro dia do meu entendimento como gente, mas até agora
se aproximando o maduro de mim que entende a verdade
depois de mais de 50 anos, ninguém me adiantou emprestar.

Será que estou sendo muito exigente
pedindo emprestado um abraço florido
que transporte às cores do campo para irradiar o perfume da paz
da civilidade e do entendimento,
da paixão...e sobretudo do amor?

Um abraçozinho só, amigo...sem muito aperto que seja
mas que seja visto e tocado e sentido
que no futuro não faça falta a ninguém que empreenda ceder
e entenda de como emprestar sem mais adiante pedir nada em troca
mesmo porque não tenho nada a dar
a não ser as mesmas competências recebidas.

Meu coração bate acelerado desde já
fazendo o sangue correr a mil pelos corredores do corpo
só em saber que desse ano não passa o presente que peço a tanto:
um abraço sem a fortaleza da soberba
sem o comprometimento da ignorância
sem o tédio da incompetência
sem a infelicidade do desamor
sem a chateação que trás a falta de bom senso
e sem a rudeza da existência dos avarentos.

Que o abraço que peço circule por todos os meios da sociedade
e transforme este gesto
numa festa para quem empreender a sabedoria do boom
que é possuir o bom senso.

Bom senso a todos! E abraço a todos!
quem tem os dois para dar, se sai bem melhor
e não sai por aí derrubando gente a torto e a direito
Usando de todos os meios para destruir um “simples” concorrente
Da vida corrida.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Ser Poeta Binho, é Vinho da Melhor Safra



Ser poeta é andar na corda bamba
É segurar a vida por um fio de esperança
É andar feito itinerante sem pensar no amanhã.

Ser poeta é tentar viver o máximo o dia hoje
Pensando no passado
Para criar seu futuro na história literária.

Ser poeta é viver a margem
Olhando a natureza e sua beleza
Escutando os sons da natureza
Mesmo que esta tenha na entranha de si
Parte que o homem a destruiu.

Da natureza ou da realidade
Da beleza ou da mocidade
Da paixão ou do entreter-se dos sexos
O poeta tira lances inimagináveis
E tenta passar a frente
O saber da sua criação escrita ou verbal.

O ser poeta é como o Binho
Um andarilho errante e sem pousada para pernoitar
Que só com o vinho do deus Baco
Encontra nova empolgação para a invenção na palavra.

Ser poeta é não se importar com cama quente
Mas não tirar de si
O prazer de estar com uma puta quente
Amor de mulher carente
Que lhe dá vida sem reticências
E faz continuar sua peleja de versejador.

Sem a imaginação
O poeta não passa de um ser qualquer
Daqueles reles ou sabichão
E tenta fazer do fogo que lhe queima
Água que lhe acalma
Trazer do sofrimento
A paixão pela palavra
E alimentar sem demandar em dívida
A alma que está sempre cheia de vida.

O ser poeta nos tempos da pós-modernidade não é fácil
Mas para o verdadeiro poeta
Poesia é luz que sai das entranhas da mãe terra
Feito fogo fátuo de um poeta
Que um dia em vida criou refrão pra canção ou pra poesia.

Esta vida louca inspira ao poeta continuar
Muitas vezes sobre o mar revolto do seu levante
Ou pelas estradas distantes da realidade
Mas sempre em busca de uma revolução armada
Para dar suporte à sua criação literária
Que sem ela
A vida não teria sentido.

A poesia na cabeça do poeta está sempre alerta
Louca para dar a luz a uma nova estrofe
Um trocadilho.

Do popular ao clássico
A poesia requer um quarto para dormir
Para no outro dia
Ela e o poeta se acharem
E tentar esquecer a fúria que passou durante o dia.

Viva o poeta de qualquer natureza
O que declama
O que reclama
O que escama
O que embola
O que vive de esmola
O que muito namora e quer o máximo viver.

Estes são pessoas
Que andam na corda bamba e com a emoção a mil
Querendo a cor azul do céu de anil
Para cobrir o seu viver na paz.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

AO SARAU DA COOPERIFA


Nesta casa pedras são lapidadas,
Nesta casa se coleciona tesouro.
Lapida-se nesta casa sarau, o que tem de mais rústico na pedra homem.
As pedras que aqui chegam, e ainda não estão boas para a coleção cidadã
São lapidadas com o mais firme das brocas, segura pelas mãos de Sérgio Vaz.
Ferramenta que entra cabeça à dentro para o aparato do entendimento.
Peças de metais preciosos que começam entender ser gente
São arregimentadas aqui, para se lapidadas com verso.
Coleciona-se nesta casa tesouros
Feito da pedra fundamental, Por ser de carne, osso e alma.
O colecionador de pedra
Que enche este tesouro casa, De jóias raras
Merece toda atenção por quem gosta de colecionar tesouros humanos.
De solo rústico, muitas vezes cruel
Por ser fincado em terra cáustica e muitas vezes abandonada
Saem essas pedras que aqui são lapidadas pela palavra escrita ou falada.
Pedras que foram acostumadas a sair rolando
Em busca de se sustentar
Para não sucumbir nas pirambeiras da derrota
E do esquecimento das autoridades.
Autoridades que só pensam em começar cavá-las
Lapidá-las e apreciá-las
Quando do se aproximar alguma eleição.
Nesta casa se cria e se lapida pedra.
Pedra humana
Que muitas das vezes chega com sentimento de derrota
E logo ao entrar na ponta afiada da broca a laser da criação de um poema
Saem com a auto estima lá encima.
Pedras estas que são lapidadas
Com as mãos que também saíram do gueto.
Pedra, que às vezes, se acha perdida das outras pedras
Mas que um dia se encontra na poesia.
Com a poesia pedra...com a pedra poesia bem lapidada
Aqui se encontra lugar para se declamar e se amparar.
Este colecionador de pedra encontra o que tem de melhor no ser humano,
Tesouro que cada um leva dentro de si, isto é,
Se conseguir ser emoldurado pelo facho de luz do viver em sociedade com dignidade.
Lapidando pedra bruta, Vai esta casa
Estendendo a mão da solidariedade,
Para com esse gesto, Fazer fortuna distribuindo amizade.
Nesta casa se lapida pedra, se coleciona tesouros preciosos.
Nesta casa o motor gira
Fazendo acontecer de o homem passar a ser, Considerado gente
Sem a doença cruel da discriminação.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

PERIFERIA EM PROSIA


Periferia...
Periferia de gente audaciosa, disposta a navegar num tempo bom de calmaria,
Precisamos encontrar um rio de água cristalina que deságüe num oceano de saber e abundância de conhecimento,
Precisamos agarrar a ignorância, amarrá-la com a corda da esperança para não deixá-la sair às ruas,
Precisamos de um olho do tamanho do sol do meio dia, para com sua luz filtrada pelas nuvens do saber, tentar achar o seu futuro, amparado nas letras que orquestra o conhecimento.
Meus camaradas e amigos de mesmo templo de laser, do não ter ou do muito ter ou do pouco ter...
A periferia precisa bater de frente com o monstro da violência, do esquecimento, da fome que viola a existência humana,
Precisa bater de frente para alimentar a barriga que ficou vazia no dia de ontem e também no anteontem,
Precisamos bater de frente com a falta de jeito para se entender.
Precisamos estudar, estudar e estudar, pesquisar e pesquisar, se doar e se doar, muito ler e muito ler...
Encarar a cara da desfeita, a cara feia do poder que nos oprime e lutar contra o preconceito que vem do outro lado lá da ponte.
A periferia e sua gente... com sua genética e mistura de raças que forma este imenso território chamado Brasil,
Não pode esmorecer o corpo, o psicológico e deixar de correr atrás dos seus sonhos pelo auspicioso que trás o saber, o conhecimento.
Conhecimento e conhecimento e conhecimento...É a nossa salvação. Só o conhecimento para dar pernas pra quem te quero e deslocar uma pessoa para o rumo certo.
Periferia, arriba, bate de frente e encara a cara de mal dos entraves do capitalismo selvagem, adquirindo a sabedoria dos livros.
Entra na discussão, na contextualização, na lição positiva que trás o saber e dizes aonde quer chegar sem esmorecer e tropeçar no próprio calcanhar... Calcanhar que muitas vezes se arma para correr por um mal feito realizado pela falta do saber.
Só assim periferia, estaremos encontrando um mar de calmaria e um rio de esperança para se banhar e tirar as impurezas da miséria que impregnou a humanidade durante séculos e séculos. Amém!

EDUCAÇÃO NA CABEÇA




No país da desigualdade,
da hipocrisia, da divisão  de classe, raça, cor, gênero,
ando desanimado.
Para quem leva os 3 pês nas andanças cotidianas,
não consegue se locomover sem ver, sentir, por dentro,
o quanto dói não pertencer a classe dominante,
eufórica por prender nossas crianças em cárceres deprimentes
ao invés de pô-las em escolas decentes.
Para os 3 pês: Pobre, Preto Periférico,
é pontapé nas costas, rasteira, porrada nos peitos,
falta de escola, transporte, hospital, respeito.
Arma apontada pra cabeça, é o que sabem oferecer,
quando antes, não é disparada pra averiguação,
já com o cadáver se retorcendo no chão.
“chumbo no couro do pobre, ouro no bolso do rico.”
Já gritava o poeta popular  que circulava pelo sertão ,
pintando as cenas de morte com sangue,
e  rimas oníricas lá pros idos do anos 30/40.
Do sertão pra cidade, pra comunidade, foi um salto.
Chegou depressa à violência patrocinada pelo aparato do Estado.
Fazer a maioridade penal sair da cabeça do conservador,
sem ser letra morta, é o que querem da lei.
Com tristeza digo: a escola perdeu pra prisão,
na meta da formação da criança, do jovem.
A elite dominante, 
que sempre esteve por cima do corpo do pobre coitado,
desde os tempos de Cabral, não quer andar do nosso lado
imagine ficar por baixo, espremido pelo povo miserável.
Zé Sarmento




ARRIBA PERIFERIA!


Arriba periferia, arriba!
Vai pra cima do saber, sai da loca maloca, dos becos e vielas, sai das estreitas ou largas avenidas, atravessa as pinguelas e estreitas pontes sobre córregos de lixões, desce ou sobe os escadões e vai de encontro à casa do saber.
Põe em tuas mãos, periferia, o material da escrita criada por luta e resistência.
Segura com vontade de querer sem esmorecer o peso de um livro,
de um caderno... de uma caneta... um pedaço de papel ou guardanapo em branco... e tasca neles as letras que sabes que queres aprender a escrever.
Anda, periferia, vai e busca na luta labuta do dia a dia um refrão pra te enfeitar as cordas vocais... e saber declamar o que escreves com a desenvoltura do intelecto.
Ilumina teu rosto, periferia, com a tela clara do computador e cria e faz acontecer aquilo que vem das letras do saber.
O teu saber, periferia, será a luz do final do túnel anacrônico que te colocaram para viver desde o nascer.
Quem te fez assim e te tratou desse modo, não se interessa em te tirar dessa angústia. Somente você, periferia, será a responsável pela tua salvação.
Das tuas casas simples, dos barracos frágeis à temperatura do fogo nos dias de um verão causticante, sairão àqueles que te farão participar melhor da renda nacional...
Entenda, periferia, se te entregaras ao saber... o mundo se tornará menos hediondo e os abraços mais convidativos.
O saber pra ti, periferia, será a lâmina que cortará a corda que está balançando amarrada sobre o cadafalso para te enforcar.
Encontra um objetivo, periferia, objetivo muito comum a quem trás na pele branca... e que foi bem alimentado desde o nascer,
O signo do prazer de mandar em quem trás na pele... traços da velha áfrica...Assim como a maioria de nós.
Bate de frente com os que mandaram em ti...E te mandam até hoje na discussão do saber.
Somente o intelecto, periferia, será uma porta que se abrirá...E depois de atravessá-la, lá fora estarão te esperando os anjos para te guiar a uma vida melhor.
...E por que então virá esta vida melhor, periferia?
Porque você, periferia, se entregou aos bons livros e eles deram a ti a propriedade da tua ressurreição.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

PERIFERIA FERIDA


Periferia,
arriba minha fera ferida,
estás pronta para se acalmar no colo abraçante da fraternidade.
Periferia...Terra digna e cheia de aptidão pra receber o recorte que cospe da modernidade um pouco do lucro dos poderosos que lucram com o teu descaso.
Periferia... Lugar recortado ...atado pelas correntes da falta de estrutura e do descaso.
Periferia, foste esquecida durante os tempos que correram sem abrir os braços num gesto largo para reclamar dos teus fracassos e expugnar os desagravos.
Periferia, terra ferida e esquecida pela luz que poderia te luzir iluminada pelo poder público.
Periferia, sempre estiveste sangrando, caindo de dentro de ti, de teus becos escuros e delinqüentes...nesgas de entulho que prima por limpeza e cuidado.
Periferia, esperamos que não adormeça em berço esplendido como um sonho que varou a noite, mas que no outro dia se achou na realidade do caos.
Adelante periferia...Espaço que esteve desligado da chave do progresso durante anos, mas que por esse tempo encontrou, nas lutas entre as classes que dominam a sociedade, um lugar menos apagado vindo do erário do estado, para patrocinar as bocas que criam imagem, refrão e querem pão.
Periferia... terra de gente pintada por diversas cores de raças que aqui aportaram para te construir falando diversos sotaques, desde do norte ao sul, do nordeste ao centro oeste.
Periferia... Lugar de gente disposta a falar a mesma língua para deixar de comer as sobras do capitalismo selvagem, sobra de alimento dos ricos que te despreza, sobra da engrenagem que tritura tua carne nos solavancos das conduções.
Periferia ferida... que um dia resolveu parar de sangrar e se lamentar pelo sangue derramado dos teus filhos e que foi a luta.
Periferia que ergueu a espada para o alto e correu em busca de encontrar com quem lutar para dizer chega!...estamos cansados de ser paus mandados.
Periferia...Vejo que ergueu a espada para o alto e avança na derrubada do preconceito, assim como caiu o muro de Berlim e um dia cairá o das lamentações lá em Jerusalém... Lá onde se encontra a fé indo em busca do céu azul que pertence a todos, mas que poucos podem pegar e usar para pintar no seu semblante a cor reluzente que cria o arco-íris.
Periferia... terra que canta agora um refrão desenfreado, que declama de braços abetos seus poemas iluminados pelo facho crepuscular do iluminismo e com ele dar de cara com nova aurora que não é a boreal, mas que a leva de encontro ao desenvolvimento sustentável...De mãos dadas com a sua gente e com os que moram depois da ponte...Ela quer participar da renda nacional.
Periferia...Seu povo agradece a quem do outro lado da ponte nos enxerga como gente, e nos ajuda no empenho de salvar os nossos filhos... e consolidar a democracia e o envolvimento das raças que se abrem para a nossa luta.
Obrigado periferia, por um dia não mais pintar as suas ruas de sangue do corpo da sua gente que acordou para a vida, antes que a morte batesse a sua porta e levasse seus filhos para sempre embora.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Ontem teve chuva de livro na Cooperifa, e acabou que foi distribuído no final do Sarau 300 livros enormes da autobiografia do grande mestre e revolucionário indiano, o defensor dos pobre e oprimidos Ghandi-"Minha vida e minhas experiências com a verdade".

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Meus camaradas das quebradas, este livro é o máximo.O escritor mexicano Alejandro Reys que conheci no sarau da cooperifa,está me levando a viajar pela cidade de Salvador e sentir-me cada vez mais com nojo da sociedade excludente.Personagens sofridos, esquecidos, desqualificados pela sociedade abastada, que exprimem seus sentimentoe e emoçoes a flor da pele para ver se se entende como gente.Ainda tou em menos da metade do livro, mas sei que logo ele me levará a última página.É imperdível a "Rainha do Cine Roma", uma pancada nos culhões, uma facada no abdomêm, uma paulada na cebeça!

O que diz FerréZ


SALVE, Chegaram grandes livros na 1DASUL do Capão e também no Centro, entre tantos títulos chegaram os esperados livros de Zé Sarmento, você não conhece? deve ser porque ele é um cara muito reservado, que ficou muitos anos escrevendo e agora nos deu a oportunidade de conhece-lo, eu já tinha alguns livros, e portanto indico a leitura, são vários, pura Literatura Marginal, bem feita, bem escrita e contundente, autor real que sabe muito bem o que escreve, dá uma passada tanto na loja do Capão como a loja na Galeria 24 de Maio, os livros do autor estão com preços muito bons, a partir de 10,00.
em breve o novo livro da Selo Povo - Sob o Céu Azul de Marcos Teles.
Semana que vem agente anuncia o novo contratado da Selo Povo, um autor que leva a literatura como sua própria vida...

Sarau do Binho.Eu ZéSarmento e o próprio.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Se você é um cara que tem preguiça de correr ou fazer qualquer tipo de exercício, tente fazer o seguinte:vai numa academia dessas de shopping, onde freqüenta umas gostosas e tenta correr em meio a um jardim florido de lindas tetas, um par de roliças nádegas e um convite para o banheiro, isto para homens, para as mulheres, homens fortes e musculosos, vendendo sua parte genitália, a barriga tanquinho e sua face Narciso.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

HUMANIZAR O SER HUMANO

Humanizar e humanizar o ser humano, parece retórica de louco, piada, mas é uma verdade que anda correndo querendo se amparar no cotidiano das pessoas.Não é que o ser humano precisa mesmo ser humanizado.É claro que nem todos precisam passar por esse processo, mas se formos fazer um diagnóstico, acho que mais da metade da população do mundo precisa entender que é ser humano e não um animal de outro planeta.A questão das drogas, somos os únicos animais que precisa se amparar psicologicamente nela para suportar ser uma pessoa.A inteligência que Deus nos deu tá levando o ser humano pro buraco mais cedo e a formação do caos no planeta é algo sem retorno, para salvá-lo precisa surgir muitas Marinas.O que me levou a escrever isso foi umas fotos vistas do caótico Haiti e lá como em muitos países da África o mesmo acontece.O capitalismo, para os normais feito a gente que queremos tão somente viver em paz e bem, com grana para ter uma vida digna, é uma praga que não respeita o ser humano, e esse animal selvagem de nome capitalista merece uma sova, ir parar no tronco, por querer fazer de tudo pela usura do seu instinto devorador da natureza e do ser humano. Está incrustado dentro do capitalista essa ância de querer tudo a quelquer preço, por não nos tratar mais como animais e sim como um ser inanimado qualquer.Merece ir pro troco para aprender a respeitar a raça humana e virar um também o capitalista devorador do planeta e das pessoas que nele vivem.

domingo, 24 de outubro de 2010



Esta é minha coletânea de livros e o jornal é matéria feita a meu respeito e da minha literatura pelo escritor Marcelo Rubens Paiva para a folha no ano de 2000.Trilha, facção central.

sábado, 23 de outubro de 2010


Palestra na biblioteca dos CEUS para alunos do EJA.

Eu e Marcelo R. Paiva, quando fui em seu ap.para ser entrevistado para a folha no ano de 2000 no lançamento de Urbanóides.Foto da foto.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O NOSSO PRESIDENTE


O NOSSO PRESIDENTE
Não é por acaso que o nosso presidente Luiz Inácio LULA da Silva, é tão bem avaliado nesse momento histórico pelo qual passa o Brasil. As primeiras palavras que pronunciou quando entrou no Studio: não tem café aqui não, gente, em todo lugar que eu chego tem sempre um cafezinho me esperando.Depois do café entregue em mãos, antes de sentar-se na cadeira de maquiagem, o tomou e acendeu uma cigarrilha. Sempre conversando sobre qualquer assunto, naturalmente mais os políticos, com marqueteiros que vieram lhe trazer pilhas de textos para ser gravados para os correligionários de todo o país. Diziam os marqueteiros: presidente, as pessoas são da base de sustentação, é importante que o presidente faça essas entradas para ajudá-los. Gente, mais são candidatos de minúsculas cidades! Sim, presidente, do quinto escalão, mas são eles que cuidam do dinheiro dos projetos sociais criados por vossa excelência!Diga-se de passagem, o mais bem avaliado da história, por isso eles pedem socorro!
Vamos gravar, já que tou aqui agente faz! Não podemos demorar, eu tenho que dá uma passada no velório do Heleno Bezerra! Coitado, era um companheiro do bem! Entre uma conversa política e outra e as zombarias a respeito do nome das pequenas cidades e dos nomes dos prefeitáveis da base aliada, falava de futebol, dizendo que o centroavante Nilmar é o melhor jogador que tem hoje no Brasil, pena que tem problema fácil de contusão. O time do Corinthians não ficou fora da conversa, perguntando e pegando no braço de um e de outro da equipe, sem distinção, se tinham visto o jogo do timão ontem, (no sábado). Depois da gravação que seria em principio no seu apartamento de São Bernardo, e que de última hora mudou para um pequeno Studio de lá mesmo, por acharem que o apartamento era muito pequeno, e já de volta dentro duma van, não teve um, dos que tiveram da mais importante a mais humilde função para fazer a gravação, que não lhe tivesse admirado, por ser um homem do povo. O homem veio do nada e pra São Paulo num pau-de-arara, sabe o que é gente, falou um de trás.
Feito os spots de 30 segundos para diversos candidatos de capitais, médias e pequenas cidades, cedeu em gravar um OFF (só fala) para mais um candidato, a pedido do funcionário do estúdio que trabalha em iluminação, informando que era para um parente candidato por partido da base de pequena cidade de Pernambuco, que quando criança vindo para São Paulo passou por ela com a mãe e os irmãos em cima de caminhão. O intermediário dessa locução foi um dos seus seguranças da polícia federal. Por fim, nós da equipe tiramos fotos, quando todos queriam tirar ao mesmo tempo para demorar menos, propôs que tirasse cada um por vez, deixando claro que com o povo ele tem exímia identificação.

FOTO MUSIKAOS


No musikaos da Tv Cultura, ano 2000 no lançamento do livro "Urbanóides-Um Caos Paulistano".

Eletricista de profissão,
poeta de coração.
Eletricista de sustento,
poeta de talento.



Eu olho em volta
E vejo o caos
Fluindo junto a água suja de esgoto
Sobre corpos ensanguentados

De coração partido
De olhos empastelados
Com as pernas aceleradas
Alargando os passos

Mãe que é mãe
Ao ver o seu filho estendido
Sofregando
Chora

Os curiosos em volta
Olhando o esquartejado
E a vizinhança ligando para o 190
Polícia! polícia! polícia!!!!

Muitos só com a cabeça
Nas janelas
Cabeças curiosas apenas
Em olhar o infortúnio alheio

A mãe ao lado esbravejando horrores às autoridades
Acariciando o corpo que dentro de si saíra
Peneirado de bala
Moído de porrada

Morte essa à queima-roupa - impiedosa
Essa é mais uma visão medonha
Mais uma visão horrível das redondezas
Do Capão Redondo de problemas

SARAU DO BINHO


Foto do sarau do binho - Crônica Raivosa.Cronica que ganhou 300 reais em livros da livraria cultura premiada pelo portal literal.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

MEU LIVRO TRISTE



Meu livro triste é livro da moda.
O comprei quando alguém me falou que havia lido e gostado.
Bom, como era moda, acabei entrando e gastei na época alguns reais.
Será que após os trinta e tantos anos, ainda não tinha a personalidade formada para dizer não e não ir pela cabeça dos outros?
Bom, são as tendências, e essa massa de manobra pega quase todo mundo.
Só sei que o livro ficou anos me esperando na estante, e num dia qualquer de uma hora qualquer, vou eu fuçar noutros e o vejo se oferecendo para mim. De graça até injeção na testa.
Oferecido como estava também me ofereci e o peguei.
Livro ingrato, incompreensivo, esse. Ao invés de se abrir, se fechou e não abriu suas páginas para mim.
Disse ele sem uma palavra, emudecido de tristeza, que estava revoltado com a minha pessoa, por tê-lo esquecido por tantos anos e que não servia mais para leitura: havia passado da moda. Que eu o deixasse na estante só para enfeite, que pegasse agora dos livros didáticos, de história preferencialmente, já que se achava se graduando nessa matéria.
O atendi, sou humanista, não o queria magoá-lo mais ainda.
Como este meu livro triste, muitos andam por aí enfeitando as estantes pelos donos não terem mais tempo de pegá-los e folheá-los desde o primeiro capítulo e lê-los deitado numa rede, no sofá, numa cadeira de balanço, sentando num tronco de árvore, na grama, sobre uma toalha na areia da praia. Agora são leituras rápidas em passeios vorazes pela tela do computador, do celular, do kindle…
Coitado dos livros.
ZéSarmento

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

UMA MINA DE DOENTE


UMA MINA DE DOENTE

O quase morto sobre mesa de operação por ser um acamado a beira da morte, espera atendimento emergencial.
O levaram ao hospital na correia, “pra ontem”. Um ataque do miocárdio o derreou quando assistia disputa por título do time que lhe fazia sofrer a anos. A contenda pôs a perder o controle do corpo, quando de pescoço amolecido a cabeça arriou pra frente, os braços perderam movimentos e deixou o controle remoto cair, bem na hora que o homem gol perdeu pênalti que daria o principal título do clube.
Isso é que dá ser torcedor daqueles onde o órgão que sofre mais é o menos pujante para suportar tão densa carga de emoção.
Na correria do vestir-se dos médicos de plantão do grande hospital, visto que pela aparência custa uma nota salvar a vida de alguém, os responsáveis dão de cara com situação comum a muitos que estão à beira da morte: o seguro de saúde não dando direito a que os opere, mesmo com tanta emergência.
Para o quase morto não viajar em visita ao porteiro mais famoso cultuados nas anedotas dos gozadores de plantão, antes que os médicos dessem um jeito para não morrer sem a ação de boas mãos, preciso fora que a mulher discutisse muito com a atendente que se encontrava na berlinda para dizer, depois dos telefonemas dados ou do programa de computador confirmar, se era paciente escolhido dentre tantos precisando de bom atendimento hospitalar. Porque é fato que, em prédio de tanta grandeza arquitetônica e parafernália de máquinas modernas para salvar vidass, e médicos especialistas em qualquer mal de paciente a beira da morte, quem precisar ser operado às pressas por lá, só morrerá se a dona da foice e da cara mais feia estiver esperando na porta para transportá-lo, ou para São Pedro ou para o feioso.
O homem pela altura do tórax foi aberto. Isto ocorrendo ao cirurgião, por ver que sua profissão estava em risco. Mesmo sem da parte da recepção vir à autorização, uma vez que sabe o doutor que o desfalecido enfartado não era qualquer coisa em relação a dinheiro, por ser branco, ter vindo em ambulância de conhecido e famoso plano de saúde e, bastava ter vindo parar ali, que de algum lugar a equipa ia faturar sobre mais um quase defunto.
Ligando a recepcionista depois de escutar “umas tantas” da responsável pelo operando, ao atendê-la pelo celular o chefe cirurgião, informa que podia abri-lo, pelo cheque caução está preenchido e endossado grampeado na pasta do paciente que mais a frente receberia informação mais detalhada de quanto foi o prejuízo.
Não, não! Resposta dita, do paciente não precisa embolsar mais nada. Fechasse a matraca. Não precisava usar do seguro saúde do homem, não, pela’ mor de Deus, pois da parte que acabou de abrir do corpo dele, saiam pérolas, diamantes, todo tipo de pedra preciosa, se vendidas, enriqueceriam todos da equipe, sobrando valor para ela, onde receberia como pagamento para fechar a matraca, dinheiro que lhe renderia dez anos de salário.
Ufa! Não estou entendendo, fale mais claro, doutor!
Não teve tempo para mais delonga o médico, desligou e voltou a soltar o celular que o mantém pendurado no pescoço para quando estiver com a mão na massa abrindo os pacientes, dá facilidade em atender. O homem anda com umas dívidas atrasadas, deve algumas prestações do carro importado, a mulher e os filhos levam metade dos rendimentos e o valor do suntuoso apartamento comprado as pressas custou uma fortuna, por isso da correria, de ter que atender o celular a qualquer hora, até abrindo as carnes dos que precisam ir deitar-se sobre mesa de operação. Não está disposto a perder tempo de faturar algum para tentar possuir tudo de bom do reino contemporâneo. Tempo algum em sua vida sobra, por também manter um laboratório de experiências com raízes e plantas e sementes para tentar descobrir uma fórmula de remédio fitoterápico para emagrecer. Anda se mordendo por ver ex-colegas contemporâneos de faculdade ficando rico vendendo “a rodo” os remédios anunciados nas tevês. Da mesma maneira agem todos da equipe pela vida tá pela hora da morte e para manter o status de médico bem formado, cada um atende o celular de forma que não interrompa o que está fazendo.
Mostra muita pressa a equipe, não para salvar o paciente, mas para ir ao garimpo pelo corpo retesado na mesa de cirurgia.
Descoberto que o homem era um tesouro nômade, não perdeu tempo em tentar pôr pedaço de mangueira para dá passagem livre ao sangue bombeado pelo coração ao cérebro, irrigar o corpo, isto é, os veios por onde nasciam os tesouros. Deixando o primeiro corte aberto com garras de ferro escangalhando a abertura no tórax, tocaram a abri-lo em outros lugares a fim de encontrar nova mina de preciosas pedras.
Divertiam entre si, achando muita graça pela forma que estavam ficando ricos tendo pouco trabalho. Cada vez que encontrava novo veio pelo corpo do paciente, batiam na mão um do outro para dar prova de que a amizade, a partir de agora, ia ficar mais contundente, aja visto que quem ganha fortuna em equipe, a tendência é tornar sólida a amizade e até gastarem juntos em festas regadas à churrascadas com carnes e bebidas de primeira.
Outro corte feito mais abaixo do anterior, acabou retirando dos rins, preciosa pedra diamante de alguns kilates. Preço bom no mercado de jóias ia pegar. Sussurraram, para não dá margem em serem descobertos, dizendo que o homem era realmente um baú da felicidade.
Soubessem os familiares antes que o homem era uma mina ambulante, ou um cofre encalacrado, será que ainda estava ali servindo para estranhos suas jóias?
Bom achou a equipe médica, porque alguns, aqueles que não têm na profissão prazer pelo que faz, podiam deixar de sê-lo, uma vez que feito dinheiro com as pedras, podiam se mudar para Miami ou viver aqui e lá, ou fazer especialidade em cirurgia plástica.
Quanto mais retiravam pedras preciosas do corpo do paciente, mais o médico anestesista passava doses fortes para que não acordasse ou sentisse dor e gritasse chamando atenção do hospital inteiro e avisar que estava ficando pobre. Não desejavam dividir com ninguém, a não ser com os da sala de cirurgia, isto porque, garantiram, ficariam de boca miúda, na moita a respeito do inusitado caso do:
O homem das jóias por dentro do corpo.
Cortaram o quase morto em muitas partes e cada vez que pelo seu interior entravam, mais pedras de maior valor iam encontrando, por sua vez, mais cortes iam fazendo, mais anestesia ia ganhando para não se mexer. Estavam dispostos a abri-lo muito mais.
Da sola dos pés retiraram algumas chapas em ouro maciço no mesmo formato, das batatas das pernas, centenas de pequenas pepitas de diamantes, colados nas paredes das costelas, muitos colares de pérolas vindos de trabalho de ostras gigantes de mares profundos asiáticos.

Problema quase insolúvel foi quando tentaram virar de costas, uma vez que podiam estourar os pontos que fizeram de qualquer jeito, para retirar outra leva de jóias preciosas pelo espinhaço.
Verdadeira autópsia fora feita sem saberem se o paciente já era defunto ou não, por terem lhe cortado os bíceps dos braços, os tríceps, peitoral, serrátil, reto do abdome, reto da coxa, vasto lateral, fibular curto, o trapézio e terem esquecido as máquinas que o fazia respirar. Descobriram que os músculos que deveriam ser de material humano, era de metais preciosos. Se fosse aqui enumerar dos tendões e músculos que cortaram para ver se saiam mais pepitas, o leitor não ia precisar freqüentar aula de anatomia e estudar amiúdo sobre músculos, nervos, e tendões que ajudam a sustentar o corpo. Nessa aula estaria livre para ir ao barzinho da frente da faculdade encher a cara e fumar uns ou descobrir ao vivo a anatomia de alguma puta escolada e no futuro serem iguais a esses doutores.
Depois de tantos cortes e costuras para suturá-los, viram que a produção fora de monta superior ao que achou que iam encontrar. Bandejas se encontravam cheias de diversas jóias seculares da família.
A dificuldade entre eles em discussão chegando a ser acalorada era com quem ia ficar as pedras, pela desconfiança que um sentia do outro, porque se conheciam e sabiam do trabalho que dava para faturar dinheiro de pessoas que ainda não estão nas últimas, facilitando o ganho dos que estão para ir ao reino do desconhecido, por ser a vida de um ente querido de valor incalculável.
Fácil para o cirurgião chefe foi informar a responsável pelo paciente de que ele não resistiu à cirurgia e acabou escafedendo. Para ganhar tempo e não levar a família a gastar mais dinheiro, disse que a autopsia já estava feita, que morrera realmente de infarto do miocárdio. Mostrando a carteira do CRM, (Conselho Regional de Medicina), mostrou que tem graduação e licença para fazer autopsia, cirurgia plástica, cardíaca, gástrica. É um pesquisador nato da anatomia humana e, busca incansavelmente ficar conhecido pelos meios científicos da medicina e também se tornar popular através da televisão, do radio, de jornal, revista e livros que escreve técnico e até de ficção. O homem é fera!

domingo, 26 de setembro de 2010

MORTE NA CASA DAS ROSAS


MORTE NA CASA DAS ROSAS


Não resistiu a tanta performances mirabolantes em construção que saiu dos traços da sua criação.
Era hora de se revoltar com toda mazela que assistia de onde estava, de partir pra cima com a fúria dos endiabrados e pôr a lâmina para perfurar um a um sem piedade aparente os intrusos da sua residência.
Nunca viram tanto ódio em pessoa de índole tão pacata, que sempre empregou nos gestos, suave tempero de educado senhor vindo da aristocracia paulistana.
Levava a lâmina embainhada de fio amolado e ponta afiada no esmeril da esperança em ver acabado sua vingança sem muito tardar. Enfiada à cintura segura pelo cinto, escondida pelo meio da revolta que via e sentia, levando na cara também uma careta-máscara que exportava pesado terror a quem o divisava
Não ia deixar a casa dos sonhos, construída em grande área arborizada, possuindo trinta espaçosos cômodos em estilo arquitetônico francês, evidenciando fachada de grande vitral colorido decorando hall de entrada. Sabia que sua criação atraia e alegrava todos os visitantes, por se emergir de prazer, não faltando o mesmo sentimento quando se deparavam com o espaçoso jardim inspirado no famoso palácio Versalhes, ganhando as raízes dos roseirais, energia suficiente de terra sempre adubada para encantar os românticos e apaixonados com suas flores viçosas.
Não viu a sua cria robusta e bem acabada recebendo as pilastras e fachadas e escadarias, o estilo clássico de vanguarda, que se encontra fincada em rico solo, receber os amigos dos descendentes em festas regadas ao melhor vinho e champanhe e uísque escocês, claro, sem passar pelas orlas Paraguaias para serem rebatizados.
Estendeu dias na planificação dos desenhos da residência, nas horas em vagar dos projetos arquitetônicos de responsabilidade sua de obras municipais paulistanas, sonhando em dar a filha uma moradia digna de sua casta descendência, riscando e amassando pequenas plantas com traços que ganhava os papeis e que não achava que era o que devia ser os móveis e objetos de decoração, tentando dar forma nos traços criados nas escalas estudados na faculdade de arquitetura.
Não gostava do que via ser apresentado e representado sem inibição pelos poetas que pela casa eram escolhidos para os lançamentos de livros, pelos artistas que faziam suas obras e expunha em instalações de vanguarda.
Achava que as obras que lá freqüentavam eram textos criados sem conexão com a realidade dos tempos atuais e da sociedade.
Para dar andamento ao que se dispôs a fazer, que por muito tempo o fez matutar de como deveria agir, surgiu entrando pela larga porta principal já com a faca empunhada em riste, num ínfimo andamento em que um autor lia um poema de criação própria, gesticulando para todos os cantos e para todo os ventos.
A faca desinibida fora retirada da cintura num só solavanco de endiabradas mãos de homem rude ao pisar no último degrau da subida, e entrou pela parte do corpo que poderia encontrar o melhor órgão que existe para fazer, por ocasião, parar de bater e dar os últimos suspiros os pulmões. Encontrando o coração, foi lá que se alojou a ponta afiada e parte da lâmina vindo a cortar a veia aorta. Puxando-a para si e já de olho em outro autor, deixou-se cair nas escadarias o berrante e delirante homem poeta, vindo a ficar esguichando no piso de mármore o vermelhão de dentro de si.
Já correndo ao outro grande da escrita que fazia sua performance em sala exígua ao grande hall de entrada, chegou a tempo de encontrá-lo ainda pelo meio do poema que achava que era sua obra prima, quando num lance de trepides instantânea, fez o braço com toda força dos tendões, levar a lâmina de encontro ao abdômen.
Um grito estridente se ouviu ecoando por toda área da grande avenida, vindo a se despregar das paredes, algumas pinturas de grandes artistas do passado, pelo medo de serem também confundidos como autores contemporâneos. Arrastando a lâmina, tripas saíram deixando o oco da barriga que guardava os intestinos. Grande obra de arte acha que criou fazendo aquele intestino se expor como obra de arte com cores berrantes.
Depressa chegou a outra sala com o povo indo atrás achando ser parte de uma peça encenada com a maestria da veracidade. Nessa encontrou o autor recitando, isto é, gritando a última estrofe do seu épico poema. Encurralado entre o encontro de duas paredes, ficou sem saída na ampla galeria que se achava sob temperatura do ar condicionada, que expunha algumas obras também contemporâneas, formando um mosaico de muitas cores e estilos.
Pinturas clássicas, neoclássicas, modernas, primitivas, renascentistas, barrocas, rococós, românticas, impressionistas, cubistas, expressionistas, futuristas, surrealistas e pop arte, derramavam lágrimas pelo semblante rosto, por saber que, em outras salas, havia uma exposição e instalação de arte contemporânea de autores que se achavam o máximo.
Os visitantes davam ao momento movimento de êxtase com o que assistiam, e de certo modo, estupefatos uns, outros nem tanto, por ser de sentimentos diversos todas as gentes.
Nos infernos ou no céu, já prestavam juramento sobre as mentiras que empreenderam no decorrer da vida, ou as pendentes verdades que tenham neles existidos, os gênios defuntos já entregues a branquice da cor do corpo de quem perde a vida terrena, tendo-os muito mais dificuldade em explicar do por que se interessar tanto em ser chamado poeta, artista, tanta gente vindos de casta burguesia refinada.
Correu o encurralado poeta que deixou de ser por um instante, por ter dado um drible de corpo no enfezado e agora assassino arquiteto com a faca ensangüentada na mão. Saiu em busca de proteção tentando fugir de mãos ignotas, protegendo no peito o filho da sua criação literária. Na fuga acabaram visitando algumas salas, vindo no decorrer da perseguição de quem queria atacar e de quem queria fugir, a destruir as instalações dos artistas que gritavam com as mãos na cabeça desesperados pedindo que não destruíssem o que criaram com tanto sacrifício tendo-os muito mais sacrifício arranjar lugar para expor.
Destruída a arte contemporânea, morto o último perseguido com uma facada nas costas, a platéia visitante da casa das artes começou a aplaudir a encenação, mas ao mesmo tempo começando a fugir quando caiu a ficha, pelo aparecimento de grande aparato de policiais armados para prender o assassino.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

MOVIMENTO PROSIA



NO CÉU DE NASCIMENTO
DA INFÂNCIA
ADOLESCÊNCIA
E JUVENTUDE

Pomares de frutas me encaminhavam para a prática da sobrevivência
ao encher-me o vazio de dentro a qualquer hora do dia.
Espigados coqueiros produziam bola para ser chutada antes de bebida.
As quengas roliças partidas ao meio
viravam canecas de dureza apocalíptica
além de servirem pra moleque andar sobre si
emitindo barulho de pata de animal sobre piso cimentado.
Carne de coco branquinha lambuzava boca
substituindo a dos animais mortos à ponta afiada do ferro laminado chuncho
depois de escorregar em cimentado piso de lodo
criado pela água em si existindo tempo sem fim fiozinho corrente
para o fim de derrubá-los.
Água vinda da bola verde matava a sede como a que derrubava a rés
vindo-a do açude represa.
Diziam os mais velhos que a água era boa não só para beber
servia como xampu a de coco.
Servia não
dava cabelo endurecido pelo açucarado doce sabor.
Pente não penteava
só quando forçava garfo pelas entranhas do blacpower.
Havia os fiapos das mangas que se metiam à besta se enfiando no entre dentes
depois aja palito de pé de capim pra enfiar entre um e outro
e retirar o cabelo pêlo da manga espada.
Manga rosa menos incomodo por derreter salivando sabor.
Suco adocicado chupado com prazer de olhar penetrante na próxima
não exprimia careta
prazer era o efeito.
Ficava esperando no galho que o vento a abatesse
e enfeitava a vida de fartura nas safras das frondosas árvores
aos cuidados de passarin azulão/sabiá/viana/concliz.
Das pinhas se comia até o caroço
por ser roliço pequeno e não grande nem grosso.
Amadureciam por debaixo de capim amontoado
pra esquentar a polpa/carne e amolecer mais cedo.
Fome de moleque em crescimento não esperava o tempo aberto fazê-la amolecer.
Se demorasse resgatá-la do galho curvado pelo peso da boa produção
espertos com mais força fome e envergadura
chegava pra roubá-la primeiro que menino arteiro.
Dos canais de irrigação que deixavam de ser lacrimais
e saíam abundante despejando fertilidade em tempo de chuva relâmpago trovão
enfiava gosto pular de ponta de ponte de ferro
dando cabeçada n’água correnteza
como se fazia com as bolas capotão
em campão de toco arrancado por enxadão
lançadas por braço tendão as vistas enrijecido
por magreza de filho de agricultor que não recebia no paladar sabor nenhum.
Diversão danada sair nadando ou debruçado arrastado pela correnteza do rio do peixe flutuando deitado em pau de bananeira ou em bóia de câmera de ar de caminhão
olhando o céu alumiado de calor braseiro do senhor
levado mais adiante de encontro aos braços do guarda-civil do perímetro
‘Bico-de-Aço’
que entregava moleque pros pais pra correção da malinação.
Chicotada de cinto de couro cru no traseiro ou cipó de marmeleiro
visitava as costas quando moleque não possuía ainda
‘pernas-pra-quem-te-quero’
e corria feito potro em busca dos braços d’avó.
Vixe! como era bom o meu sertão quando chovia de montão
Vixe! como era triste o meu sertão quando fazia seca de arrastão.
Das goiabas novas no verde do cio
reclamava moleque pra mãe que não conseguia cagar
entupido pelo excesso de caroços hostis.
Das muito maduras nem espiava por dentro moleque faminto
eram devoradas no desarvoro mastigar quase não.
Não via bicho mole se mexendo tapuru de fruta.
Horror aos bichos só delegava às vistas
quando era produzido nos restos
que os urubus não conseguiam devorar dos animais mortos pelo estio.
Retesada no chão pisado pelo bicho diabo inimigo do ‘Senhor’
e que os homens faziam cruzes com os dedos indicador para afugentá-lo
quando era lembrado ou citado por alguém adepto do imprestável.
Ciriguélas das verdes
exprimiam careta na cara dos apressados em chegar primeiro
bem como as tangerinas e umbus
por não esperar o amadurecimento dos frutos cajá/cajarana
que faziam careta do azedume ou da dor
quando era derrubado por galho moleque mais crescido
por galho de madeira sem trançado na matéria como as goiabeiras resistentes.
Juá menino não gostava de provar em boca desbocada para qualquer alimento
não tinha muito que mastigar da fruta desse pé de pau sempre verde
perdido no ermo da mata calcinada
produzindo sombra para o descanso de corpo estorvado pelos solavancos das ferramentas que volviam a terra para o plantio depois do estio
cassacos da emergência e agricultores das vazantes.
Dele valia a casca raspada para engraxar os dentes
depois de comer mais vento e sol que sustança sólida.
Do entre fruto bom da terra de vazante irrigada pelos estreitos canais
quando dos bons invernos
se mastigava o que enchia o oco do estomago
não deixando teta grande cheia boa de mamar faltar as mães
nem a cama sempre quente em espera para a fábrica fabricar mais tantos.
Das meninas criando penugem lá no seu bem-bom pra moleque
que também recebia pêlo e crescia os peitos por hormônio masculino
testosterona se formava na carne
sobrando delas a fantasia
vindo à realidade sobressair nos animais ‘cabra’ de que se tinha notícia
que moleques retiravam energia da juventude sem a amnésia de culpa.
Tinham necessidades de alimentar não só a fantasia as meninas
pela progesterona vir em visita ao corpo em se deslanchar
abrindo a fissura dos olhos dos moleques
quando se deixavam vestir-se pra sair no calor.
Também sonhava com esperança de que moleque ainda novato
e filho de classe melhor amparada no colo da sociedade local
e no ato do amor
a assumisse e retirasse de casa
dando agasalho comida cobertor e muitas crias
para o futuro não ficar incerto
e os filhos sem sangue de melhor correr pelos labirínticos das veias.
Sangue azulado como a atmosfera do mesmo céu
por possuir família cabecinhas de gado em curral apartado
alimentado por capim de capineira plantada e cultivada sobre fertilizada terra preta
feito petróleo
que a fazia sonhar em mudar de rumo
ganhando vaquinha leiteira depois de neném no colo
e o filho preso aos braços esperando emprego público.
Nem sempre dava certo depois de bulida menina em fase de crescimento
em meio a pobreza de meter medo
quando se dizia embuchada.
Muitas tinham única saída
servir pra chacota de marmanjos a chamando de rapariga
e querê-las em qualquer parte de si
ou ir parar na famosa zona mais perto dos homens ‘João Terroso’.
Eh vida arteira de infância sem cálculos matemáticos
sem conjunções aditivas no comprido das falas
sem o complexo nexo dos verbos conjugados dentro da lei do seu tempo
sem a sintaxe overdose de pró-nomes
adjetivos feios vindos por apelidos excêntricos que cada um ganhava
no linguajar de moleque imaginativo.
Era o calor do meio dia deixando arteiro quem tinha tino pra arte
que na escala Celsius passava dos 40 graus.
Era a terra aberta em erosão de aluvião vermelhão
feita no massapezão da mão do agricultor carente
que rezava doidamente a fim de ver a água correr furando oco medonho
fazendo erosão na terra e não no seu peito
carregando a cruz de cristo nas costas
por promessa enviada ao santo da devoção.
Assim como o tempo abria as portas que não queriam abrir
pra tu filho do pitu peixe camarão
que uma vez ou outra caia na rede de arrasto ou tarrafa
dos pescadores do açude do DNOCS
as chuvas abriam brecha para melhorar os dias do agricultor meeiro.
Tucunaré com pirão fazia dente moer cachaça em talagada lá no Catete
comprada em meota de cana pra quem não achava dividendos pra garrafa inteira.
Sorridente por dentro vinha da bodega de dona Zefa.
Bicicleta pedalava pernas ligeiras para ir de encontro à venda.
Beiços lambidos perdidos na poeira dos arados dos tratores
ficavam ansiosos por talagada em roda animada por gente
com gosto pra ficar contente por algum tempo
pelo menos ao tempo de durar na cabeça o efeito da cana.
Sanfona pandeiro triângulo zabumba
botavam corpos tristes alegres nos fins de semana
esperando ter feito um bem dos diabos aos animados casais
que compartilhavam vontades próprias de se casarem daqui um ano
se o inverno fosse de pouco alvorecer aurora
daqui seis meses
se fosse de muito alvorecer aurora
ou quando os grãos enchessem sacos e silos prontos para esperar nova seca
ira dos demônios.
A gruta da Santa Nossa Senhora de Lourdes
recebia degraus joelhos de casal nubente
crente que no sofrimento que é usar parte do corpo como assento rastejante
receberia garantia que a filharada que viria
traria na astúcia
saúde e água no correr dos anos.
Mesmo com todas as artimanhas de tempo insano vez ou outra
melhor era o que se passou
em vista do que agora são essas coisas que vêm dos infernos urbanísticos
no caudal ir e vir dos dias de hoje pela urbana city São Paulo.
As lembranças arrefeçam de dentro da gente
como ondas em caudal nos arrecifes
pelas lágrimas virem visitar quase sempre
a quem só nasceu pra enxergar
sem propósito em ter que divisar
com as malquerenças dos sitiados cidadãos da urbe humana.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XX
Pela periferia por onde são criados
Quem saiu desta genética intracelular
Merece ser olhado pelo seu responsável genitor
Com mais cuidado e retidão
Para que o crime não os absorva
E os façam no futuro
Morador de uma detenção qualquer
Ou no mais novo dos dias
Ir parar na moradia definitiva
Que fica lá pras bandas do cemitério são Luiz.
Neste ambiente sem normas estabelecidas
Alimentado por iras e preconceito
O melhor que um cidadão pode fazer para proteger os seus
É pô-los sobre as asas ou acorrentá-los ao corpo
E não deixá-los sair a sós
Quando ainda estão em fase de maturação da personalidade.
Os meus
Por dever cumprido de pai e mãe
Só serão soltos no mundo
Quando souberem distinguir o bem do mal
E saberem que para viver
Precisam estar acorrentados ao sistema
Mas um sistema que emane luz crepuscular
Sem produzir nas vistas
O ofuscamento que os possa derrubar de serem cidadãos.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XIX
São as praxes de uma gente que anda doida de viver
Que não sabe entender e ver no ser humano um pingo de qualidade
Querem é vive envolvido nos descaminhos sem volta das atrocidades
Envolvidos em diversos crimes hediondos.
Tentam trazer consigo os menos desavisados de pai e mãe
Que são criados sem estrutura familiar adequada.
Pelo visto
Os pais e antepassados também não tiveram o odor do bem viver
Foram explorados pelos donos do poder que renegaram aos seus irmãos
Um pouco do que muito tiveram e exploraram desta terra
Deixando muito a margem quem veio com tecido enegrecido da pele
Das áfricas destas plagas tão distantes
Em meio às torrentes descritas por Castro Alves.
Teria essa gente que viver como eu
Acorrentado ainda em vida moderna
Que ser alimentada pela fé da deusa grega Atena
Além do que
Pedir para Hefesto assegurar a armadura como a de Aquiles
E ir a luta
Sabendo que
Escapariam e destruiriam os inimigos com a lança que entrara no peito de Heitor.
A sociedade abastada requer uma marcação cerrada para tentar pagar seu erro
Assim como quem saiu da minha gene requer a mesma marcação
Para se manter aos cuidados dos olhos grandes do meu corpo
Responsável pelo cuidar do seu melhor
Para não cair nos descaminhos que é viver no hoje
Sem esperança de futuro promissor.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XVIII
A vida por aqui tá dura de viver compadre.
Se eu não cuidar dos meus pequenos amarrados a mim
O mundo dos incautos assassinos e ladrões podem roubá-los
Entregá-los aos labirintos sem saída das drogas
Por ser sabido que quando lá estiver e viciado e estragados
A saída ser uma porta que nem arrombada se abrirá.
As possibilidades de futuro serão roubadas
E logo o cidadão será levado com ela para as raias do impiedoso crime.
Esses inimigos merecem ser vistos como os mais mortais de todos
Só assim será trazida de volta a esperança
De se ter uma sociedade menos desajustada
Com cidadãos prontos para seguir o rumo da sua própria história
Sem tropeçar nas aventuras que lhes roubam de ser cidadãos
Com jeito e direito de escolha.
Pelo jeito
Muito ainda tenho que viver acorrentado às argolas que puxam e repuxam minhas carnes.
Sem elas segurando quem saiu do meu DNA
Não encontrarei a liberdade dos sonhos para viajar em busca de um mundo melhor.
Para tanto
Sei que tenho que achar força para seguir adiante
Gastando energia e tentando ganhar mais
Para me alimentar de energia que repasso aos meus
Que com o tempo terão que fazer o mesmo.
Assim seguiremos com o mundo girando
E nós produzindo o necessário
Para manter-nos de pé diante às adversidades
Da tão propagada modernidade que desconchava a vontade de seguir de muitos irmãos.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA



PROSIA XVII
Sei que estou encadeado levando comigo acorrentado
O que saiu de minhas carnes/sangue que sangra intermitente
E jorra empastando o chão em que pisamos.
Logo me acho rejuvenescido e novo para nova aurora
Mesmo passando pelo perjúrio de ser tudo isso que apresento
Por saber que outros se encontraram após longas derrotas
Renascendo como assim ocorrera a Prometeu
Por ter roubado o fogo dos deuses e tê-lo dado aos homens.
O meu fogo energia doa aos meus filhos
Que são ainda nanicos e não sabem se virar sozinhos.
A violência anda solta pelas partes daqui
Deste pedaço de chão que não quer ver no homem
Uma saída para a beleza que se diz essencial.
Tenho que cumprir minha sina
Para tanto entrarei nela até perder a ultima gota de sangue
Para dar energia aos pequenos que não sabem como é o mundo lá fora
Mas que gira como eu procurando nova aurora para se alumiar de luz menos opaca
E se cobrir dela mais colorida.
Como Prometeu estarei preso a mim mesmo e aos meus
Pelas correntes que nos aprisionam pelas argolas presas às minhas carnes
Que também se renovam quando recebem sopro de nova esperança.
Será que valeu a pena pagar este preço de ser acorrentando
E ficar girando em busca do sustento
Só pelo fato de ter feito diversas crias
E ter como obrigação não abandoná-los?
Sei que doar minha energia é necessário
Para que encontrem o sustento.
Um dia espero à sombra de uma árvore ser feliz
Vendo os filhos de minha descendência
Ganhar seus caminhos e viver como os pássaros
Livres das amarras da infância e juventude necessária
Para que outros desafortunados filhos assassinos não tentem destruí-los em vão.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XVI
Um tempo ou outro me posiciono para fugir do ataque dos inimigos
Consigo pegar rota mais segura
Mas logo surgem obstáculos
Tais como
Falta de energia por onde estamos
Falta de sensibilidade de pessoas
Que não aceitam dividir espaços com quem é desconhecido.
Todos problemas que me fazem cada vez mais incutir insegurança de sair por aí
Em busca de novas rotas.
O ruim de tudo é que não estou só
Tenho a responsabilidade de levar comigo os companheiros de luta
Que são amarrados em mim pelas carnes que sangram puxadas pelas argolas.
Quando os ataques se sucedem de modo a fazer que tudo piore
no local que estacionamos
Pegamos a fugir novamente procurando novo lugar.
O que é ruim
Porque quem não se fixa em algum lugar do espaço que a natureza criou
Não pode dizer que é pertencente a lugar algum.
Ataques que fazem minha família dispensar muita energia
para sair ileso dos ataques inimigos.
Ataques inimigos que nos deixam atormentados
Passando a levar um tempo para pôr os pingos nos is
E levantar a cabeça para seguir adiante
E levar a vida como qualquer cidadão
Que sabe que tem direito a um lugar na terra.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XV
Lapidar-me-ei como metal mais puro
Para suportar essas argolas enfiadas no meu couro indo até os ossos
Moendo uns
Só atritando outros.
Sou responsável por sustentar muitos no meu entorno.
Precisam que eu me vire e revire num girar contínuo para dar-lhes energia.
Sem o meu circular constante
Estarão a mercê do desengano
Pela falta de maturidade.
É assim que tenho que agir numa sociedade
Que ainda não sabe se virar sozinha
E nem sei se um dia saberá
Por fazer parte de mim através dessas correntes e argolas
Que puxam minhas carnes uma hora
Noutra recolhe.
Um responsável há de ter para dar-lhe direção.
Essa direção vem das amarras que me liga a todos pelo meu DNA.
Sou o protetor de indefesos
Por ser tão forte e robusto e segurá-los sem reclamar do sufoco que me dão
Girando no meu entorno.
Os espreito para não fugirem para longe.
Quando isso ocorre
Puxo as corrente que os sustem
Que lhes servem de cárcere
E voltam a consumir minha energia bem mais que os outros
Por ser alguém que gastou bem mais a sua por se retirar para mais longe
E tentar se virar sozinho.
Nossos dias no tempo são assim
E assim vamos levando sem reclamos
Só dessa forma estaremos todos juntos em busca de novo amanhecer.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA

PROSIA XIV
Minhas argolas e correntes são ações do melhor aço
Que sustenta outros corpos de mesmo aço
Forjado sob a pressão de composição de milhares de anos.
Aço que se retirado de minhas carnes
Perderá importância
Por ser eu e ele o suporte para girar dando sobrevida a quem a mim pertence
Se por qualquer questão vier desse forte corpo precisar.
Sou aço sem combinação de qualquer outra matéria
Purificado e de pureza inexpugnável.
Assim como o meu corpo rodopia ininterrupto
Para o fim de produzir sustentabilidade
E para o fim de dar vida aos corpos que ainda não ganharam da existência resistência
Capaz de lhes dar segurança e seguir seu curso sozinho
Sou o aço que os sustem girando em torno de mim
Seguro pelo aço da existência eterna.
Cada um que nascer
Filho desse aço forjado na melhor larva de sangue
Que corre do meu corpo explorado infinitamente
Será um titânico corpo que não se desencorajará
Nos momentos em que o monstro mostrar as garras.
Assombro que será destruído com a ajuda de todos que se somarão
Para formar um conjunto uniforme para ver o inimigo ao chão.
Só assim os filhos desse aço enfiado em mim arrancando do meu corpo as piores dores
Serão reverenciados como o senhor de todos os tempos
Por se compor da dádiva de não se entregar ao vão da derrota.
Desse aço foi feito e será refeito quem a eu pertencer
E entender que deve seguir em frente
Sem esbarrar nos acontecimentos que amortecem as mentes impuras.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XIII
Num tempo ou noutro posso me desfazer de tudo
Mas sei que é uma liberdade ilusória
De passagem.
Tento rever no fundo da alma
Passagens de um passado distante
Que se torna meu amigo bem próximo
Arrasando meu corpo ao puxar mais as correntes.
Mas tudo não passa de Ilusão que se forma para sempre
Dentro deste corpo em movimento
Em busca do repouso suave dos meus coirmãos.
Tudo não passa de ilusão alimentada pela fé
De quem ainda não perdeu a esperança de fazer coisas acontecerem
De modo a melhorar o aparato da sensibilidade
Que é ser um “quase humano” preso ao sistema
Que infinitamente
Não existe para pôr os olhos
E olhar mais adiante
Como se fora verdade tudo que existe ao derredor do meu corpo.
Alimento o fetiche de um dia parar para ensinar a quem não respeita os pros e os contras
E dar uma lição a quem se faz de arrogante
A quem não consegue harmonia de convivência em sociedade
Isto que suscita em harmonia para todos.
Girando sem parar
Estarei também me perdendo de pensar o quanto é ruim está se gastando
Com essas ferramentas de pensamentos que não levam a nada.
Poderia dizer que quem pensa cria
Mas nesse caso estou gastando o que tenho como reserva de inteligência
Para pensar o nada.
O nada me sufoca
Mas é ele que uma vez ou outra
Quer dominar à lógica que tenho que seguir.
Dando vida e recebendo
Só assim estarei apto a ser o pai e a mãe de quem precisa de um porto seguro
Para ancorar suas realizações e frustrações.