sábado, 12 de setembro de 2020

ACREDITEI QUE NOSSO PAÍS TINHA JEITO. ERA SÓ PRENDER O LULA – BESTA!


 Decretada a prisão do maior líder da esquerda brasileira, nossa elite econômica, e muita gente de todas as classes, não vão mais precisar corromper ninguém pra fazer seus negócios e tocar o país para o desenvolvimento sustentável com garantia de crescimento econômico para todos trabalhadores. ACABOU A CORRUPÇÃO! A MAMATA! Nos eventos de grandes shows o brasileiro não precisará mais pagar propina para os flanelinhas, as compras não serão mais de produtos piratas, produtos que chegam e entram pelo porto de Santos em centenas de containers, sem pagar impostos devidos, pra isso se corrompe agentes, produtos que são distribuídos nas lojas populares e finas dos shoppings centers das grandes cidades, roupas e bolsas confeccionadas no Vietnã, na China, por escravos modernos que, quando chegam aqui, só têm o trabalho de trocarem a etiqueta desconhecida, por uma de marca. Os negócios com os órgãos do governo federal, estadual e municipal não serão mais sacramentados só se pagar propina, serão negociados às claras, para a realização de grandes construções da nossa tão precária infraestruturara, os leilões dos editais serão implementados com fiscalização de toda sociedade. UM DIA ACREDITEI QUE NOSSO PÁIS TEM JEITO, ERA SÓ PRENDER O LULA. Nas artes, nas grandes encenações de musicais, na captação de verbas para grandes produções de filmes, não mais se precisará corromper funcionários comissionados do ministério da cultura, para as escolas, a compra de material escolar e merenda também serão isentas de 10% de propina. Tudo correrá dentro da lei e da ordem, inclusive podem acabar com os tribunais de contas das três esferas de governo, o país não precisa mais deles pra fiscalizar negócios realizados pelos políticos e empresários. Viva um país poético, ético com gente pronta para dar exemplo ao mundo de honestidade, pois quê, felicidade aqui sobra pra dar e vender ao mundo.É só prender o Lula, Tchau corrupção!

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Você, Marcio Rodrigues, Joana Vieira e outras 17 pessoas
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domingo, 6 de setembro de 2020

AQUI TEM HISTÓRIA-MAIS UMA DO CINEMA E EU


 

AQUI TEM HISTÓRIA-MAIS UMA DO CINEMA E EU

Cavoucando aqui minhas memórias, andava por volta de doze primaveras quando descobri a projeção de filmes. Antes desse dia, sabia que existia cinema, mas o acesso veio por essa idade ao assistir a primeira fita no cineminha local da minha vila operária do DNOCS. Antes tarde do que nunca.

Foi uma descoberta que me impactou juntando fantasia e realidade no mesmo caldeirão da minha região do sertão que fervia em abundante falta de diversidade cultural.

Não fui daqueles que se escondiam atrás das cadeiras nas trocas de tiro entre mocinhos e bandidos dos chamados filmes de faroestes. Eram os mais projetados nos fins de semana na vila das minhas vivências de menino solto como potro nos pastos e campos irrigados do distrito de São Gonçalo, Sousa, PB.

Os exibidores surgiam nos fins de semana com um novo filme. A fita era exibida às sextas-feiras e sábados. Dependendo do sucesso do filme, no domingo também havia projeção.

Uma vez ou outra ele trazia na sua bagagem rolos de filme diferente na sua estética e cenários, do tipo, filmes musicais com Grande Otelo e Oscarito e alguns estrangeiros. Era raro, evidente, por oferecer menos fantasia ao cérebro da assistência que gostava dos filmes com os quais mais se identificavam. Muitos dos conterrâneos adultos andavam armados de revólver e peixeira no meu sertão dos anos 1970, e esse presente dos arquétipos presentes nas fitas, colava a assistência direto dentro delas e no caráter dos personagens.

Os Filmes que não podiam faltar eram aqueles cujas narrativas giravam em torno da religiosidade da semana santa. A Paixão de Cristo levava muita gente a chorar com o sofrimento do magrelo pregador pregado na cruz todo vermelhado de sangue. Outro filme que impactava a plateia era Coração de Luto, história de Teixeirinha. Acometia de as pessoas mais emotivas jorrarem lágrimas e umedecer o rosto em fervura. Os do cangaço me elevava de medo, por achar que ainda existia homens como aqueles pelo sertão perto da minha humilde moradia de taipa. Malvados e assassinos. Até hoje carrego imagem de um filme de cangaceiro (escutava muita história de cangaceiro contada pelo velho Antônio Aurélio, meu pai, foi cabra que andou pelo cangaço pra defender coronéis da terra e a cidade de Sousa da invasão do bando de lampião em conluio com o de Chico Pereira da cidade de Nazarezinho).

Alguns filmes eram acompanhados de episódios das séries Zorro, Superman, Tarzan. O preto branco predominava. Os gêneros mais projetados e que faziam sucesso junto aos moradores, eram os espaguetes, em que os personagens Sartana, Django, Trinity, Sabata saiam vencedores depois de sofrer barbárie de inimigos mexicanos. Os de espadachim nem se fala sobre o entusiasmo da plateia com as aventuras de conquistas e derrotas em busca do amor de uma donzela ou da riqueza do ouro.

O entusiasmo e as conversas com esses filmes se prolongavam, de maneira a levar jovens de, NO TEMPO D’EU MENINO, juntar gangues para lutar uma contra a outra pelas áreas do campo de futebol. Mãos à obra dos jovens na fabricação de revólveres de madeira, e espadas feita com pau de tâmara ou coqueiro.

Nalgumas vezes eu ficava muito jururu ao saber que o filme do fim de semana era um dos porretas em ação e alumbramento, pelos comentários ouvidos dos parças, porém essa tristeza surgia pelo fato de estar sem grana para comprar ingresso. Tentava dá meus pulos pra fazer algum serviço para algum adulto e ele me arrumar o valor da entrada.

Num dado fim de semana estava sem dinheiro e sem ninguém para me arrumar um bico para limpar mato, roçar algum terreno, colher nos roçados, limpar a piscina pública, foi quando eu e um colega de apelido Tonho das Bilas, (ele era bom em jogo de bila) passando na frente do cinema vimos a porta dos fundos aberta. Nesse momento alguém responsável limpava as cadeiras e o piso de cimento distraidamente.

Não tivemos dúvidas. O filme era daqueles em ação. Muito chumbo trocado entre bandidos e o mocinho. Entramos e sentamos nas vigas de madeira atrás da tela. Era um espaço desconfortável e infestado de poeira e teia de aranha. Quando entramos ainda era hora mágica na vila sertaneja.

Os trabalhadores do eito já estavam em suas casas, com certeza um prato de comida à mesa os alimentava depois de um dia puxado na lida nos campos, outros em seus afazeres como funcionários da burocracia do DNOCS. Ficamos ali muito quietos, EU e o TONHO. Esperamos a projeção por mais de uma hora. Quando enfim começa o barulho do projetor jorrar fios de luz com imagens em movimento no écram de tecido branco. Emoção a milhão no menino amante do cinema.

Essa minha passagem do amor pelo cinema, pelas imagens em movimento contando histórias ficcionais, reais, surreais, musicais, de aventura e sofrimento, me levavam fazer essas loucuras. Inclusive voltar para casa afastada do centro da vila sozinho pelas estradas e veredas sertanejas, muitas vezes sem a lua como companheira jorrando opaca luz nos campos, e com muito medo das almas penadas saindo de cruzes no percurso do caminho embaixo da chamada hoje, alameda das tamarineiras.

Saudades desse tempo do tempo d'eu menino.