quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Por favor, me dá um abraço a qualquer dia



Por favor, me dá um abraço a qualquer dia
Preciso tanto dele
que chego a pensar que falta em mim
a existência de alguém que ainda respira ar
que sobra tanto a poucos, e falta tanto a muitos.

Não, não é esse abraço que eu quero
materializado em objetos do desejo e que aquece o corpo pelo gozo com tempo para acabar.

Não precisa estender a mão para me presentear seu brinquedo que fica entre as pernas
mesmo por que não sou mais um jovem que passa o tempo todo pensando numa trepada.

Preciso de uma mão que traga, além do afago
também enderece um sorriso
acompanhado de palavra amiga e gesto ativo.

Gostaria de receber meu abraço
pelos que transportam o bom senso por onde vão
sem acharem que transportam pesada carga nas costas
por não agüentam quilos de angústias.

O Abraço que eu peço é aquele que vem de gesto espontâneo
endereçado também pelos que precisam de atenção,
de atos de lisura e consideração.

Peço esse abraço desde que entrou o primeiro dia do meu entendimento como gente, mas até agora
se aproximando o maduro de mim que entende a verdade
depois de mais de 50 anos, ninguém me adiantou emprestar.

Será que estou sendo muito exigente
pedindo emprestado um abraço florido
que transporte às cores do campo para irradiar o perfume da paz
da civilidade e do entendimento,
da paixão...e sobretudo do amor?

Um abraçozinho só, amigo...sem muito aperto que seja
mas que seja visto e tocado e sentido
que no futuro não faça falta a ninguém que empreenda ceder
e entenda de como emprestar sem mais adiante pedir nada em troca
mesmo porque não tenho nada a dar
a não ser as mesmas competências recebidas.

Meu coração bate acelerado desde já
fazendo o sangue correr a mil pelos corredores do corpo
só em saber que desse ano não passa o presente que peço a tanto:
um abraço sem a fortaleza da soberba
sem o comprometimento da ignorância
sem o tédio da incompetência
sem a infelicidade do desamor
sem a chateação que trás a falta de bom senso
e sem a rudeza da existência dos avarentos.

Que o abraço que peço circule por todos os meios da sociedade
e transforme este gesto
numa festa para quem empreender a sabedoria do boom
que é possuir o bom senso.

Bom senso a todos! E abraço a todos!
quem tem os dois para dar, se sai bem melhor
e não sai por aí derrubando gente a torto e a direito
Usando de todos os meios para destruir um “simples” concorrente
Da vida corrida.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Ser Poeta Binho, é Vinho da Melhor Safra



Ser poeta é andar na corda bamba
É segurar a vida por um fio de esperança
É andar feito itinerante sem pensar no amanhã.

Ser poeta é tentar viver o máximo o dia hoje
Pensando no passado
Para criar seu futuro na história literária.

Ser poeta é viver a margem
Olhando a natureza e sua beleza
Escutando os sons da natureza
Mesmo que esta tenha na entranha de si
Parte que o homem a destruiu.

Da natureza ou da realidade
Da beleza ou da mocidade
Da paixão ou do entreter-se dos sexos
O poeta tira lances inimagináveis
E tenta passar a frente
O saber da sua criação escrita ou verbal.

O ser poeta é como o Binho
Um andarilho errante e sem pousada para pernoitar
Que só com o vinho do deus Baco
Encontra nova empolgação para a invenção na palavra.

Ser poeta é não se importar com cama quente
Mas não tirar de si
O prazer de estar com uma puta quente
Amor de mulher carente
Que lhe dá vida sem reticências
E faz continuar sua peleja de versejador.

Sem a imaginação
O poeta não passa de um ser qualquer
Daqueles reles ou sabichão
E tenta fazer do fogo que lhe queima
Água que lhe acalma
Trazer do sofrimento
A paixão pela palavra
E alimentar sem demandar em dívida
A alma que está sempre cheia de vida.

O ser poeta nos tempos da pós-modernidade não é fácil
Mas para o verdadeiro poeta
Poesia é luz que sai das entranhas da mãe terra
Feito fogo fátuo de um poeta
Que um dia em vida criou refrão pra canção ou pra poesia.

Esta vida louca inspira ao poeta continuar
Muitas vezes sobre o mar revolto do seu levante
Ou pelas estradas distantes da realidade
Mas sempre em busca de uma revolução armada
Para dar suporte à sua criação literária
Que sem ela
A vida não teria sentido.

A poesia na cabeça do poeta está sempre alerta
Louca para dar a luz a uma nova estrofe
Um trocadilho.

Do popular ao clássico
A poesia requer um quarto para dormir
Para no outro dia
Ela e o poeta se acharem
E tentar esquecer a fúria que passou durante o dia.

Viva o poeta de qualquer natureza
O que declama
O que reclama
O que escama
O que embola
O que vive de esmola
O que muito namora e quer o máximo viver.

Estes são pessoas
Que andam na corda bamba e com a emoção a mil
Querendo a cor azul do céu de anil
Para cobrir o seu viver na paz.