terça-feira, 6 de junho de 2017

POR FAVOR, ME DÁ UM ABRAÇO!

Preciso tanto dele
que chego a pensar que falta em mim
a existência de alguém que ainda respira ar
que sobra tanto a poucos, e falta tanto a muitos.

Não, não é esse abraço que eu quero
materializado em objetos do desejo e que aquece o corpo pelo gozo com tempo para acabar.

Não precisa estender a mão para me presentear seu brinquedo que fica entre as pernas
mesmo por que não sou mais um jovem que passa o tempo todo pensando numa trepada.

Preciso de uma mão que traga, além do afago
também enderece um sorriso
acompanhado de palavra amiga e gesto ativo.

Gostaria de receber meu abraço
pelos que transportam o bom senso por onde vão
sem acharem que transportam pesada carga nas costas
por não agüentam quilos de angústias.

O Abraço que eu peço é aquele que vem de gesto espontâneo
endereçado também pelos que precisam de atenção,
de atos de lisura e consideração.

Peço esse abraço desde que entrou o primeiro dia do meu entendimento como gente, mas até agora
se aproximando o maduro de mim que entende a verdade
depois de mais de 50 anos, ninguém me adiantou emprestar.

Será que estou sendo muito exigente
pedindo emprestado um abraço florido
que transporte às cores do campo para irradiar o perfume da paz
da civilidade e do entendimento,
da paixão...e sobretudo do amor?

Um abraçozinho só, amigo...sem muito aperto que seja
mas que seja visto e tocado e sentido
que no futuro não faça falta a ninguém que empreenda ceder
e entenda de como emprestar sem mais adiante pedir nada em troca
mesmo porque não tenho nada a dar
a não ser as mesmas competências recebidas.

Meu coração bate acelerado desde já
fazendo o sangue correr a mil pelos corredores do corpo
só em saber que desse ano não passa o presente que peço a tanto:
um abraço sem a fortaleza da soberba
sem o comprometimento da ignorância
sem o tédio da incompetência
sem a infelicidade do desamor
sem a chateação que trás a falta de bom senso
e sem a rudeza da existência dos avarentos.

Que o abraço que peço circule por todos os meios da sociedade
e transforme este gesto
numa festa para quem empreender a sabedoria do boom
que é possuir o bom senso.

Bom senso a todos! E abraço a todos!
quem tem os dois para dar, se sai bem melhor
e não sai por aí derrubando gente a torto e a direito
Usando de todos os meios para destruir um “simples” concorrente
Da vida corrida.

Débora Paim (Homônimo de Zé Sarmento)