quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

AO SARAU DA COOPERIFA


Nesta casa pedras são lapidadas,
Nesta casa se coleciona tesouro.
Lapida-se nesta casa sarau, o que tem de mais rústico na pedra homem.
As pedras que aqui chegam, e ainda não estão boas para a coleção cidadã
São lapidadas com o mais firme das brocas, segura pelas mãos de Sérgio Vaz.
Ferramenta que entra cabeça à dentro para o aparato do entendimento.
Peças de metais preciosos que começam entender ser gente
São arregimentadas aqui, para se lapidadas com verso.
Coleciona-se nesta casa tesouros
Feito da pedra fundamental, Por ser de carne, osso e alma.
O colecionador de pedra
Que enche este tesouro casa, De jóias raras
Merece toda atenção por quem gosta de colecionar tesouros humanos.
De solo rústico, muitas vezes cruel
Por ser fincado em terra cáustica e muitas vezes abandonada
Saem essas pedras que aqui são lapidadas pela palavra escrita ou falada.
Pedras que foram acostumadas a sair rolando
Em busca de se sustentar
Para não sucumbir nas pirambeiras da derrota
E do esquecimento das autoridades.
Autoridades que só pensam em começar cavá-las
Lapidá-las e apreciá-las
Quando do se aproximar alguma eleição.
Nesta casa se cria e se lapida pedra.
Pedra humana
Que muitas das vezes chega com sentimento de derrota
E logo ao entrar na ponta afiada da broca a laser da criação de um poema
Saem com a auto estima lá encima.
Pedras estas que são lapidadas
Com as mãos que também saíram do gueto.
Pedra, que às vezes, se acha perdida das outras pedras
Mas que um dia se encontra na poesia.
Com a poesia pedra...com a pedra poesia bem lapidada
Aqui se encontra lugar para se declamar e se amparar.
Este colecionador de pedra encontra o que tem de melhor no ser humano,
Tesouro que cada um leva dentro de si, isto é,
Se conseguir ser emoldurado pelo facho de luz do viver em sociedade com dignidade.
Lapidando pedra bruta, Vai esta casa
Estendendo a mão da solidariedade,
Para com esse gesto, Fazer fortuna distribuindo amizade.
Nesta casa se lapida pedra, se coleciona tesouros preciosos.
Nesta casa o motor gira
Fazendo acontecer de o homem passar a ser, Considerado gente
Sem a doença cruel da discriminação.