sexta-feira, 17 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XX
Pela periferia por onde são criados
Quem saiu desta genética intracelular
Merece ser olhado pelo seu responsável genitor
Com mais cuidado e retidão
Para que o crime não os absorva
E os façam no futuro
Morador de uma detenção qualquer
Ou no mais novo dos dias
Ir parar na moradia definitiva
Que fica lá pras bandas do cemitério são Luiz.
Neste ambiente sem normas estabelecidas
Alimentado por iras e preconceito
O melhor que um cidadão pode fazer para proteger os seus
É pô-los sobre as asas ou acorrentá-los ao corpo
E não deixá-los sair a sós
Quando ainda estão em fase de maturação da personalidade.
Os meus
Por dever cumprido de pai e mãe
Só serão soltos no mundo
Quando souberem distinguir o bem do mal
E saberem que para viver
Precisam estar acorrentados ao sistema
Mas um sistema que emane luz crepuscular
Sem produzir nas vistas
O ofuscamento que os possa derrubar de serem cidadãos.

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