sexta-feira, 25 de agosto de 2017

NOSSOS DESFILES DIÁRIOS

NOSSOS DESFILES DIÁRIOS 
No Brasil de hoje há varias áreas de desfiles, no campo e na cidade. Passarelas a céu aberto tem fachadas visitadas por diversos calibres de munição, e isto vai aumentar mais por esses dias, com a intervenção militar nos morros favelas do Rio de Janeiro. As paredes de tábuas, alvenarias e corpos receberão buracos de balas, todas com poder de pintar de vermelho o chão acarpetado com modelos masculinos pobres pretos periféricos varados de chumbo nas comunidades.
Há uma luta sem fim por espaço no prato do desenvolvimento insustentável da nossa população descaminhada.
As balas nas noites de qualquer temperatura varam o céu e varam corpos desavisados que desfilam pelas ruas, vielas e becos para o fim do usufruto da existência.
Nesses espaços o céu se ilumina de riscos encarnados numa velocidade de cruzeiro, na troca de tiros por facções rivais ou em represália a repressão policial.
A guerra não tem trégua para dialogo verbal, na violência se resolve o desequilíbrio social para encontrar um pouco de pão que sirva de alimento às classes exploradas pela elite desavergonhada.
Cada pedaço de corpo e osso quebrado dos nossos jovens pretos, periféricos e pobres que visitam os cemitérios, é comemorado por conservadores perspicazes que investe muito do que sonegaram e roubaram na sua proteção.
Uma guerra sem fim não é o fim para quem nasce necessitado de tudo, de amor, carinho, respeito, educação, ação que se faça presente para uma criança crescer sem merecer morrer nas disputas por poder dentro do tráfico, das milícias paramilitares e militares, nos faróis vendendo balas com caras sofridas.
Cada presente que a elite oferece a periferia nas taças da violência,é um tranco de tristeza nos semblantes de mães que pariram filhos em áreas de conflitos das grandes cidades.
A luta é insana e a tendência são os ventos soprarem mais ainda o fogo que queima a autoestima da população pobre do Brasil, tendo em revista diária esse desgoverno imoral que ninguém escolheu para estar onde está, usando do patrimônio público para  locupletar correligionários que o dão apoio.
Zé Sarmento