sábado, 17 de setembro de 2016

MONALISA DONNA MINHA X (continuação)





 211-Mona Lisa-
Calma, camarada Koskovisk, o canhão da revolta é ruim pra sociedade lúcida, deixa horripilante seus dias fatídicos.

212-Da Vinci-
Agora, senhora, quer me ver sorrir, que me ver saltar e muito mais fazer, até rezar dobrando o joelho, quer me ver tão rico, cheio de vida e ousadia para seguir os dias, tão gordo, tão farto? Mim faça de cidadão criado por ordens e deveres, beleza do meio, rapaz do seu elo ligado, um menino com chão firme para pisar e que tenha pão farto pra degustar.

213-Mona Lisa-
Não corra de mim, Senhor pintor, quero fazer minhas mãos encher-te de tocar por carinho bondoso, meu calor iluminar-te de odor e minha vontade de te amar encher-te de amor, assim me encontrarás cheia de vida e têmpora brilhando a qualquer sol existente ou faltante.

214-Da Vinci-
Não, antes me ouça com atenção, quero que você permaneça como nos dias passados, os primeiros desse atelier, depois das dores sofridas causadas pelo bicho homem sem cor, veneno de branco, que mesmo sem ser aceito pelo de cor áspera, ainda causa muita dor.

215-Mona Lisa-
Pra isso me tire da guerra dos falsos dias, da greve das classes baixas, das notícias ferroando a mente nos mais lúcidos momentos. Faça vir a minha frente os dólares que dominarão o mundo contemporâneo. Não roube o último dinheiro que me restou. Não me negues um PF ao menos, aquele  que algum dono de botequim me negou, dizendo que tinha em sobra, mas que não ia me dar pra não me viciar. Ponha minha cara para fora do anonimato e me resgate do poço fundo das incertezas.

216-Da Vinci-
Dou tudo isso, mas se você não negar o sapato que o dono da fábrica um dia me negou, dizendo que já tinha mandado sua parte para instituição de caridade e que não lhe encha o saco, que está prestes a estourar e sair voando feito uma bala e pegar em quem de longe o espia para retirar o que é seu na mão grande.

217-Mona Lisa-
Casaco que um dia ele tirou de alguém nos desgoverno, de alguma repartição, de alguma instituição dessas modernas, ou então foi  roubado da euforia que o time  negou no final do campeonato, perdendo para um fraco adversário que até o admira. Me dê tudo isso, senão te jogo no seio dos banidos, dos moleques varridos que usarão por muito tempo uma tal de FEBEM, por estarem  perdidos pela passagem discreta e direta pelo ponto final do último trem periférico.

218-Da Vinci-
Não quero que me falte toda força capaz de girar os substantivos depois dos verbos e que seja decepada a cabeça dos trouxas, pois no meu pé ninguém vai pisar.

219-Mona Lisa-
Que é de sola, de borracha resistente, do gigante Pau-Brasil, da árvore Jacarandá.

220-Da Vinci-
Sabe por quê? Não sabe, né? Digo, é porque minhas mãos não vão pedir esmola, elas desabrocharão para a glória de todo dia na certeza do sempre ter o que  comer.

221-Mona Lisa-
Do nascer.

222-Da Vinci-
No bom vestido.

223-Mona Lisa-
Do beber.

224-Da Vinci-
Um bom uísque.

225-Mona Lisa-
E depois tirar bebê.

226-Da Vinci-
Pra deixar de derreter.

227-Mona Lisa-
Sem deixar transparecer que a linda anda na moda, anda na linha estrema do bem viver, retirando da melhor loja dos shoppings, a cobertura da moda.

228-Da Vinci-
Nada de dizer que tudo será egoísmo de dias contados o que virá para aquela gente de pires na mão pedindo dinheiro aos estrangeiros com a gordura financeira de alguns saindo pelos cantos da boca.

229-Mona Lisa-
Está lá na garagem o carro a pagar trancafiado por solda bruta numa caixa de tradição, por ser assim que vão ficar devendo ao patrão que lhe deixou na mão por ter pisado de montão por cima de sua comiseração. Sendo assim que irá acontecer, irá chorar e ficar sem credito na mão.

230-Da Vinci-
Garagem difícil de ladrão entrar irão gradear, pela guarda vigilância todos ligados nas noites das madames agonizando com doença de cama.

231-Mona Lisa-
Eu quero ver algumas rebolar nas noites de sonambulismo e ter acesso ao orgulho reprimido. Afirmo que irão sair de cima da minha sombra, pois sou sobra frágil e frigida, não tenho mais direito a nenhum prazer.

232-Da Vinci-
A futilidade lhe tirou a harmonia das células viris que fazia questão de com ela estar, e nenhum britador a fazer mais gozar.

233-Mona Lisa-
Preciso tomar gemada pra encontrar minha tara perdida, meu corpo não tem sentimento é apenas uma semente que não quer renascer, falta  o adubo do sêmen para fazer-me viver.

234-Da Vinci-
É calado, também não fala nem geme, cai no abismo do cúmulo, serão os tempos futuros na caçada aos pokemons.

235-Mona Lisa-
No ontem dizem que era pior, tinha a morte de porta em porta.

236-Da Vinci-
Me enganei por demais nas noites sonâmbulas, pelas drogas medicinais e não medicinais, os calmantes me deixaram sem a harmonia do amor.

237-Mona Lisa-
Por isso eu sofro e choro piedosamente. Fico triste em ver triste crianças falando com a boca bem cheia de língua nas noites de farra que se perverteram compenetradas com a penetração por dinheiro, para comprar o que comer e vestir.

238-Da Vinci-
Caíram mesmo no abismo do cúmulo, no abismo do túmulo que mais tarde serão encerradas.

239-Mona Lisa-
Sai de perto de mim, Da Vinci. Não sou bombeiro para meter fogo e apagar.
Não vou mais acender a chama do seu amor e depois sair vaiada por não poder continuar a atiçar. Não vou entrar na sua nem cavar o túmulo da minha própria sepultura. Se eu entrar aí, nunca mais sairei, porque nunca mais me soltarás.

240-Da Vinci-
Você não sabe o que está perdendo. Também não preciso de ninguém bruto perto de mim. Tem que haver carinho, afago, mimo pra depois entrarmos um no outro.

241-Mona Lisa-
Tem que haver uma espera, um apoio, uma linha de convergência mútua. Nada de entregar minha grana, minha fama de avião. Se não presta, não me satisfaz, dinheiro não leva.

242-Da Vinci-
Se for assim, te pergunto. Por que as madames zombam dos guris que ejaculam a distância, que querem levar sua grana, sem deixar um pouco de seus movimentos  desenhado na mente, na zona erógena?

243-Mona Lisa-
Respeito com os direitos legais das mulheres da zona, Da Vinci.

244-Da Vinci-
Polícia, polícia, homem da lei, vou viajar pra bem longe pra ver minha cria exposta nos museus do  mundo, pra que você prenda a minha criatura por ela não está querendo viver mais com o criador. Levarei sua imagem na esperança perdida de minha vida  que foi fula.

245-Mona Lisa-
Não me entregue para aquela gente, meu melhor Criador, o mais famoso de todos. Não me faça resto de soro de entrar na veia de doente à beira da morte em hospitais alquebrado. Se isso acontecer de ser, vou viajar na carona dos sonhos e nunca mais volta à realidade.

246-Da Vinci-
Você não presta, Mona Lisa, abriu uma fresta de esperança no meu peito agora quer me largar. Não sou do tipo que vai gostar de estar exposto iluminado por facho de luz amarelo igual você vai viver pela vida toda. Ainda te digo, fugirás com o que eu tenho de material e espiritual  deixando meu amor na sarjeta esperando as patas dos monstros que os governarão em frente a faculdade São Francisco.

247-Mona Lisa-
Não me deixe tão maluco. Se for assim matarei de graça só pra ver o corpo ser fulminado no chão da amargura e começar a se debater sofrendo as dores da sorte por ter morrido como revolucionário, e não feito um passarinho em seu ninho de quentura preparado pelo capim da cultura ocidental. Eu deixarei um corpo no chão, nem que seja um só, pisado pela bosta que saem dos cavaleiros do cão.

248-Da Vinci-
Policia de verde, sei que você sentiu o meu pincel, não me pagou porque não quis, dinheiro você tem, recebe propina dos marginais e traficantes desleais, pardos pela cor da raça.

249-Mona Lisa-
Não fale desse jeito com eles, Da Vinci, antes de tudo os tire do lixo, os punha no luxo que é o que todos sonham, assim dirão e farão as novelas das oito que será o elixir do divertimento pro povo daquele país carente de entendimento.

250-Da Vinci-
Entre já e sai já do meu espaço focal, venha e vá assim estará sempre presente e ausente. Do jeito que vai, a relação não agüenta, as brigam ficam iminentes.

251-Mona Lisa-
Preciso jogar alguma bola pro ar. Tenho o direito de soltar todos os papagaios que estão presos nos pavimentos dos falantes e não farsantes que se desalentaram ao irem presos em pleno sonhar de outubro.

252-Da Vinci-
Eu vou é quebrar um grande ovo e ver se sai dele uma dúzia de pintinhos galados há alguns meses. É a lei da produtividade dos tempos de agora. Se não produzir, será renegado ao estado cadavérico de quem está morto.

253-Mona Lisa-
Eu também preciso agir, Da Vinci, como aquele grande rei, o rei dono do cinturão das leis que penaliza a competência da sobrevivência dos pobres coitados  que pendura a conta pro final do mês, chegando esse dia de não ter como quitar. Se não for do jeito que eu quero, vou jogar açúcar, quero dizer merda na produção dos dias que todos inventam e sair vendendo pra todos com caras de bobo, e dar uma de boba também, pra ver se me safo sem pagar a ninguém, dizendo que tudo que eu vendia era coisa feita de verdadeiro caviar russo.

254-Da Vinci-
Vou também ser forte, Mona Lisa, fazer um míssil sair voando fazendo piruetas no ar da minha imaginação e ir de encontro a aquele avião que transporta os grandes que mandam no mundo de todos os tempos. Aí eu quero ver aquela gente poderosa sair pela rua se descabelando gritando, salve meu filho! Salve o meu filho! Ele é bom e não tem cara de jirico como a maioria desse lugar tupiniquim nanquim cáften, correndo pelo chão perfumado da dama do general.

255-Mona Lisa-
Homens, veja como sofro, sou um pequeno ovo chocho depois de ser considerado  um eldorado, sem cama pra esquentar o saco de dormir, sem quintal pros meus filhos brincarem, sem varal de estender as roupas da fortaleza do poder.

256-Da Vinci-
Conto que hoje sou um homem desiludido pela ferida que os tempos modernos me fez. Estou com os olhos sangrando sofrendo as batidas no coração, ele não resistirá  por muito as grandes emoções.

257-Mona Lisa-
As emoções não passaram por aqui por esse peito, sangrando pela falta de realizar o que tinha que ser feito.

258-Da Vinci-
Acho que vou perder a voz e morrer com a ferida refinada pela voraz forma de consumir o pudim do desenvolvimento, depois de morto, ponho a boca para algum santo do momento beijar e dar o perdão pelos pecados consumados no decorrer da minha produção.

259-Mona Lisa-
Porque não pede para ele te envivecer, fazer da tua cara um santo homem e pregar  nas cruzes das igrejas mais freqüentadas pelos menos desafortunados e madrugadores? Assim será uma imagem imaculada e será velado todos os dias de toda hora do sofrimento interior, pelos pagadores de promessa.

260-Da Vinci-
Eu não mereço o clamor que virá daquela gente que será os mais fervorosos católicos, depois de tanto pecado cometido e de ter vivido um caos mental e comido a minha principal peça para a criação.

261-Mona Lisa-
Quem sabe não cremarão o teu corpo e te amarão até morrer e virarão santos alguns pelos sofrimentos que passaram pela falta mínima de tudo que tem um ente pra sobreviver.

262-Da Vinci-
Não me faça pensar uma coisa dessas. É covardia massacrar a cara de quem será perdoado pela fé divina. Você com esse papo de não sei quê, parece mais uma lamparina querendo acender a noite como se fora dia. Sai de mim agonia de mulher mal-amada, sai pela tangente dos verbos e adjetivos das palavras e frases de efeito para pôr em evidência o teu conhecimento literário e linguístico.

FIM
Aqui jaz essa viagem lúdica, descompromissada com qualquer gênero literário, que me levou a escrevê-la num quartinho do Brás em 1979, com um ano e pouco de São Paulo. Era muito tímido, vindo do auto-sertão da Paraíba, Sousa, com muita dificuldade de relacionamento, querendo dizer alguma coisa, saiu esse texto, vindo a bailar no que queria dizer, carga poética comum a quem nasce naquelas terras e que fora criado ao som de cantador-violeiro, sanfoneiro, ritmistas de pandeiros e zabumbas, ao som dos relinchos dos jegues e berros das cabras, que davam fuga certeira para moleques arteiros.

ZéSarmento










quinta-feira, 15 de setembro de 2016

MONALISA DONNA MINHA IX (continuação)

181-Mona Lisa
Isso aqui, ó, vou querer na ocasião, lecionar a todo cidadão que obrigado pelo dever pátrio cumprir suas obrigações dentro e fora do esquema que lhe foi implantado, começará a respeitar o sentimento do outro e não magoá-lo, infiltrando bases contraditórias, levando ao casebre onde se esconde a falsidade ideológica, centenas de normas preestabelecidas. Será que essa força não merece um tantinho assim de consideração e humanismo?

182-Da Vinci-
O meu compromisso é varrer pra mente, lugar diferente de comportamento a todos que têm nos dias o que levam para o nada.

183-Mona Lisa-
Será que terão a paz tão desejada, ou vão ser para sempre finados entulhando espaços daquele lugar? 

184-Da Vinci-
Não sei, mas mesmo vivendo amedrontados, um dia terão a tranquilidade mesmo que seja pela metade.

185-Mona Lisa-
Estou amedrontada, quase finado desse lugar em que vivo desde que nasci. Eu podia partir para arranjar por lá uma revolução armada, só assim aquele povo morreria de uma só vez e não se agoniaria de tanto sofrer na lentidão, em busca do respiro derradeiro.

186-Da Vinci-
Primeiro você vai ver naquele povo que sabe de antemão, que  os túmulos lá no céu estão reservados para sempre, pela promessa vigente de frequentar por diversas vezes no ano, as muitas religiões.

187-Mona Lisa-
Acham que vão encontrar a paz que todos procuram, pelo fato de serem bonzinhos e viverem engajados por normas ultrapassadas.

188-Da Vinci-
Esquece Mona e cante antes do sol se por no horizonte e te faça uma pessoa infeliz, se opondo contra teus ensinamentos e invencionices.

189-Mona Lisa-
Sou corpo sem vida, por briga,
Carnes sem células, apagadas, frias.
Roubei o que foi do dono rei
E morri dentro da lei.
Lei de guerra, de fera desperta.

190-Da Vinci-
Entre todas as tochas que se escondem apagadas no ar dos esconderijos dos mal-feitores, está um cavalheiro atiçando suposto pingo de energia que ainda a alimenta.

191-Mona Lisa-
Todos vão precisar de um pingo de energia retirada da fonte mais cristalina de água para alimentar os egos que não param de querer comer o que lhes resta.

193-Da Vinci-
Digo que entre todas as garras dos descampados da lei, está um que se diz de esquerda a querer permanecer, e um da direita a se promover.

194-Mona Lisa-
São os olhos do querer sempre querendo ter uma força desconhecida para encontrar força explosiva.

195-Mona Lisa-
Venha querido, aqui perto de mim, jogue água na minha cabeça, ela pega fogo, molhe o meu corpo e bata-me de cão, faça-me de chão, escravo do anão, só assim encontrarás uma pedra jogada da contra mão.

196-Da Vinci-
Vou não, você sabe que eu sou um pobre sem olho definitivo para enxergar o intuitivo que gira perto de mim, sou um pobre tesouro que achou de se ver gente no nascer da esperança. Se eu for, me colocarás veneno no mel que se perderá na cor da cal que pintará a suposta paz que nunca vem pra esse que capenga em busca de não sei quê.

197-Mona Lisa-
Faça-me de luz também meu bem, menina de lábios de mel, centelha de clarão no céu bem além e terás meu perdão no futuro que vem, tão depressa quanto a queda de quem parou de produzir o seu festim.

198-Da Vinci-
Não mim xingue de nada, filhote de cachorro vira-lata, capão magrelão safadão,  pobre caixão de pobre velório de tristeza por morte matada, assim me atirarás para o  mundo vazio.

199-Mona Lisa-
Venha aqui, Da Vinci, me olhe por cima da crista da onda sem arrogância, me veja como um cacho de uvas fazendo-me descachar e cair no pasto do seu que é meu, só assim me verás alegre, labareda tremendo iluminando meu semblante que deixará de ser triste pra se engmático. Talvez só daqui a muitos anos, venha àquele povo ser reconhecido como a mais intrigante e instigante nação que já se teve conhecimento. Mas vem cá, Da Vinci, vem pra mim, vamos parar de conversa mole.Vem tesouro, vem parar sobre mim nessa  hora de meu estouro sentimental. Pega logo nos meus seios e mim pinta  como está, escondido por esse vestido preto. Retira de mim o suco da felicidade. O Orgasmo.

200-Da Vinci
Deixe de falar bobagem! Não ver que aquela gente descontente pode se deixar levar outra vez ao desespero  pelas tuas palavras. Está escrito bem na frente, às vistas de cada um, a insatisfação que causa o absurdo dos que detém o poder.

201-Mona Lisa
Você é insuficiente pra degustar toda  bacalhoada de sujeitos imbecis e manobristas da esfera estúpida que tem em cada um. É o marginalizante do simples aparato de aparelhos bélicos, administrador da máquina em constante evolução que, apertada num ponto de toque cruel, será capaz de dar paz a todos na esfera de humanos tolos.

202-Da Vinci
De flores límpidas!

203-Mona Lisa-
De brutos fracos!

204-Da Vinci
De mentes chochas!

205-Mona Lisa
Voltemos ao mundo de todo dia descoberto no arrombo de uma porta, na aceleração do dinheiro passando de mão em mão indo parar sempre nas mesmas desencardidas mãos.

206-Da Vinci
No escurinho do cinema de qualquer repartição e sessão, no temível secreto que possui cada cidadão.

207-Mona Lisa
Vão parar na Suíça a mando de maus hábitos dos habitantes que manda e desmanda naquela gente de olho vazado pelo tiro que um dia vai sair pela culatra.

208-Da Vinci
Por isso serão os destruidores da esfera pintada de farda, sei lá, cacoete, caqui de cores diversas, que multiplicarão as cicatrizes pelo corte da navalha dispersa.

209-Mona Lisa
Serão o espírito encarnado voltando dos túmulos dos vivos, sangrando cada pedaço de gente que se disfarce no presente como agente de segurança, envenenando de suborno racial o percentual de maldade que cada um carrega dentro de si.

210-Da Vinci-
Faça-me de água suja de pinico, corrente sem rio, sem cristal anil, um soldado matador, mulher sem marido com renca de filho pra sustentar sozinha, garoto do não de azougado tufão sem conseguir vender as flores criadas do chão, assim me verás banido atirando supetão em diversas direções.


terça-feira, 13 de setembro de 2016

MONALISA DONNA MINHA VIII (continuação)

151-Mona Lisa
Eu quero é trabalho real, com salário justo do capital.

152-Da Vinci
Eu quero é viver em paz por dentro de mim, trazendo nas mãos respingadas de diversas cores de tinta, a razão da minha convivência entre as pessoas de bem.

153-Mona Lisa
Sai pra lá tufão de gente, esse refrão que cantas não encanta a minha função de continuar sendo tua prostituta e estátua firme para a reprodução artística.

154-Da Vinci
Ora cara mísera embriagada de pouca fé, receptora de toda defesa indefesa. Cautela  com a bela que és. Para sempre não terás a aurora viçosa da vida. Sai pela minha tangente e põe na boca do povo o que precisa ser dito e desdito para ensinar a ser e o que querem: pão, amor e religião e arma cautelosa como caldo de feijão para matar as ilusões.

155-Mona Lisa
Sai de mim, mal da luta. Essa tua conversa não funcionará na fuça daquele povo. Essa conversa será insuficiente para a degustação sobre o fogo cruzado de fogos bélicos. Se disparares, vai pegar justo no coração daqueles que pretendem ter o poder para sempre como soberano.  Incendiará a ilusão de que pelo poder vale tudo.

156-Da Vinci
Eu quero flores aqui comigo pra me lambuzar me alimentando delas e para tê-las na inspiração da criação do teu semblante.

157-Mona Lisa
Flores não vêm de brutos fracos intimamente, acorrentado para sempre num passado equidistante.

158-Da Vinci
Eu gostaria de cantar e dançar pra esquecer o refrão do passado que me impôs maioridade na pequenez da vida ainda, pelos dias de todo dia me fazer debochado no arrombo de uma porta, na aceleração de um automóvel, no disparo de arma de fogo matando a intuição construtiva de um jovem estudante sonhando em mudar a direção do errado eixo das promessas de campanhas repugnantes.

159-Mona Lisa
Custará caro ao pó que formou a terra depois de toda gleba em festa a sua sabedoria.

160-Da Vinci
Custará cara a todos, inclusive ao rei que se diz lei, o emblema que lhe vale o mais alto estigma, a sua sabedoria.

161-Mona Lisa
Valerá mais caro a mais pobre região o ávido falar do seu refrão.

162-Da Vinci
A defesa irá aplaudir os defensores da lei, o sorriso dos belos emblemas que formarão aquela nação.

163-Mona Lisa
Olha lá, veja onde estão todos os  mandatários preparados com as cordas de enforcar as ilusões daqueles que não conseguem os espancar por força mínima que não tem.

164-Da Vinci
São todos eles micróbios empoleirados nas cortinas infestadas de olhares indefesos. Fazem parte das cantinas e latrinas da urbe desorganizada. São Homens sonhadores que querem provar das aptidões alheias, mas levam nos seus sonhos a carga de não caber. Pagam preço muito alto pro que vale a sabedoria que não é fina, esquecendo que o bispo da cidade não quis benzer o seu jeito fulo de viver.

165-Mona Lisa
Vou voando com minhas asas de alar pelo túnel do prazer, vendo o mundo deslizando em profusão. Vou tentando fazer fusão com o destino de todos que não sabem o quer, por não ter a cabeça cerimoniosa da glória do aprender ser.

166-Da Vinci
Acho que vou retirar todos os descrentes do túnel lamacento e lhes dar barras de ouro, fazer reluzir na força do seu desejo o metal precioso. Vou fazê-los crentes que podem ir parar no portão da glória e mudar a direção do vento que sopra em passos arrepiantes, pra ver se encontrarão na  parte individual, o coletivo, que é o que dá força para a solução dos problemas de todos.

167-Mona Lisa
Veja que a terra não cobra o bastante para pôr na mesa da sociedade, um bocado de estoque, pede apenas que seja lisonjeada pelo adubo orgânico e não pelos pólos débeis mentais da pureza química.

168-Da Vinci
Eu sou filho do estado onde minha mãe foi criada e gerada assim como você. A genética nos fez nascer para ser o que somos, mas àquele povo crescerá pensando que vai fazer mudança de caráter e opinião aos espiões da companhia CIA de um país ao norte do continente.

169-Mona Lisa
Talvez só daqui há muitos anos, venha àquele povo ser reconhecido como a mais intrigante e instigante nação que já se teve conhecimento.
Mas vem cá, Da Vinci, vem pra mim, vamos parar de conversa mole.Vem tesouro, vem parar sobre mim nessa  hora de meu estouro sentimental. Pega logo nos meus seios e me pinta  como está, escondido por esse vestido preto. Retira de mim o suco da felicidade. O Orgasmo.

170-Da Vinci
Deixe de falar bobagem! Não ver que aquela gente descontente pode se deixar levar outra vez ao desespero  pelas tuas palavras. Está escrito bem na frente, às vistas de cada um, a insatisfação que causa o absurdo dos que detém o poder.

171-Mona Lisa
Você é insuficiente pra degustar toda  bacalhoada de sujeitos imbecis e manobristas da esfera estúpida que tem em cada um. É o marginalizante do simples aparato de aparelhos bélicos, administrador da máquina em constante evolução que, apertada num ponto de toque cruel, será capaz de dar paz a todos na esfera de humanos tolos.

172-Da Vinci
De flores límpidas!

173-Mona Lisa-
De brutos fracos!

174-Da Vinci
De mentes chochas!

175-Mona Lisa
Voltemos ao mundo de todo dia descoberto no arrombo de uma porta, na aceleração do dinheiro passando de mão em mão indo parar sempre nas mesmas desencardidas mãos.

176-Da Vinci
No escurinho do cinema de qualquer repartição e sessão, no temível secreto que possui cada cidadão.

177-Mona Lisa
Vão parar na Suíça a mando de maus hábitos dos habitantes que manda e desmanda naquela gente de olho vazado pelo tiro que um dia vai sair pela culatra.

178-Da Vinci
Por isso serão os destruidores da esfera pintada de farda, sei lá, cacoete, cáqui de cores diversas, que multiplicarão as cicatrizes pelo corte da navalha dispersa.

179-Mona Lisa
Serão o espírito encarnado voltando dos túmulos dos vivos, sangrando cada pedaço de gente que se disfarce no presente como agente de segurança, envenenando de suborno racial o percentual de maldade que cada um carrega dentro de si.

80-Da Vinci
Não quero levar nenhum dos descrentes a marginalidade total, nem levar os críticos, por serem falhos e fracos na hora da consumação da ação de explorar o que está escrito na comunicação de massa, a força a forca.