terça-feira, 14 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA



PROSIA XVII
Sei que estou encadeado levando comigo acorrentado
O que saiu de minhas carnes/sangue que sangra intermitente
E jorra empastando o chão em que pisamos.
Logo me acho rejuvenescido e novo para nova aurora
Mesmo passando pelo perjúrio de ser tudo isso que apresento
Por saber que outros se encontraram após longas derrotas
Renascendo como assim ocorrera a Prometeu
Por ter roubado o fogo dos deuses e tê-lo dado aos homens.
O meu fogo energia doa aos meus filhos
Que são ainda nanicos e não sabem se virar sozinhos.
A violência anda solta pelas partes daqui
Deste pedaço de chão que não quer ver no homem
Uma saída para a beleza que se diz essencial.
Tenho que cumprir minha sina
Para tanto entrarei nela até perder a ultima gota de sangue
Para dar energia aos pequenos que não sabem como é o mundo lá fora
Mas que gira como eu procurando nova aurora para se alumiar de luz menos opaca
E se cobrir dela mais colorida.
Como Prometeu estarei preso a mim mesmo e aos meus
Pelas correntes que nos aprisionam pelas argolas presas às minhas carnes
Que também se renovam quando recebem sopro de nova esperança.
Será que valeu a pena pagar este preço de ser acorrentando
E ficar girando em busca do sustento
Só pelo fato de ter feito diversas crias
E ter como obrigação não abandoná-los?
Sei que doar minha energia é necessário
Para que encontrem o sustento.
Um dia espero à sombra de uma árvore ser feliz
Vendo os filhos de minha descendência
Ganhar seus caminhos e viver como os pássaros
Livres das amarras da infância e juventude necessária
Para que outros desafortunados filhos assassinos não tentem destruí-los em vão.

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