sábado, 10 de abril de 2021


...E ENTÃO...?
Será que já passou o tempo de nordestino pobre preto marronzinho em São Paulo ser considerado picareta, cimento na cabeça, porta giratória tratado a palavrão, chamado aqui de Baiano, no Rio, Paraíba, passou o tempo de ser garçom servido em prato raso, cozinheiro cozinhado a fogo brabo, ser sobe e desce nos prédios que constrói aos cuidados de ser pisado pelo fresco cimento que acabou de aprumar, depois de pronto nem poder entrar, já passou o tempo de ser marreta de 5 kilos na quebrança de marquise, piloto de motoca na reforma de calçada, marreteiro nas correrias dos semáforos por clientes blindados em seus carrões, ser sardinha empanada na desordem dos transportes públicos ou andando em busca de emprego, passou o tempo de ser avião nos becos e vielas nas favelas, na cidade bem iluminada conservada, usar as festas dos bacanas para traficar droga sintética ou natural a preço bem em conta pra cliente de filho de bacana, passou o tempo de nordestino pobre em São Paulo ser comida barata que engorda o corpo dos donos da cidade?! Hein!? Hein!? Hein!?
Acho que não, e acho que sim, muitos dos conterrâneos estão passando por tudo isso, lá mesmo, pela diminuição da migração, afinal, pobre e semianalfabetos pretos e marronzinhos em qualquer lugar, é fichinha fácil de ser pau mandado pra qualquer obra pra ganhar uns trocados do dia a dia pra morar num quarto e cozinha longe de gente fina.