sábado, 10 de setembro de 2016

MONALISA DONNA MINHA VII (continuação)

121-Da Vinci-
Tá bom minha querida Mona Lisa, que um dia deixará de ser lisa e dura, e se condenará ao supérfluo. Perdoe essa minha falta de sentimento para com quem quer ser recriada e penetrada ao mesmo instante da criação. O erro não é meu, é do próprio sentimento comum a todos os artistas,  desejar  e não desejar a sua cria intimamente, por ser a musa, vivente só para ser apreciada pelos desejos secretos e não viver em pessoa a ser tocada.

122-Mona Lisa-
Então adeus o medo do meu criador, já não existe aquela total enganação e encenação a despeito de quereres me desejar ou não em viva pessoa como tinhas nas preliminares da nossa relação.

123-Da Vinci
Levante-se e ande pelos montes cristalinos do meu peito, pelo menos a última vez, beije minha testa usurpando-a, alise minhas costas com as garras da ambição, só não cuspa na minha cara, assim seria desmoralizar demais nossa discussão.

124-Mona Lisa
Levante-se, então, erga os braços para cima da cabeça até chegar aos céus, faça a pincelada derradeira para renovar a minha expressão corporal, pois a facial está concluída. Depois carregue novamente as energias e venha mesmo em bons ou maus dias pra junto do meu peito quando se cansar da vida que vais levar como artista de pobreza a dar com pau.

125-Da Vinci-
Eu não gosto muito mais do seu sistema de avaliação, ele já não será suficiente para sustentar a base de corrupção que entrará a  vigorar naquele país que, dizem ser do futuro, mas que nunca chegará a ser pelo seu provincianismo e povinho. Feito de cafajeste de bem e políticos de mal com a sonhada oligarquia vigente no traseiro do quintal alheio embolsando a parte maior do boi comestível  e emprestando a parte maior a juros inexistentes aos bancos, deixando ainda mais outras classes menos favorecidas desfalcadas de bens principais.

126-Mona Lisa
É assim que me queres ver sorrir a qualquer hora passando sempre por essa demora de dizer às coisas que sinto? Um sorriso falso em certos lábios não é tão fácil de livrar, para encantar ou desencantar de vez a transformação daqueles que quer ver e sentir o hálito infestar o ar da imperfeição facial. Não é à toa que me banho de lágrimas e vivo nesse lado podre da cidade, no lago apodrecido de germes tentando ser pescado pelos anzóis do desgosto, enquanto os capitalistas giram pela larga cidade mostrando suas fardas douradas, levando o tesouro encostado atrás de imensa corrupção. Vivo numa casa tosca chamuscada de cupim, penalizado igual o sofrimento de reféns em cativeiro, depois sorriem para o vizinho comentando o desenvolvimento do país que a ele ainda não chegou.

127-Mona Lisa-
Ora, Leonardo, não me faça rir à toa dos à-toa na bosta do giro. Esse prefácio de iniciação é pura sentinela dormindo com a arma encostada no saco, bateu o pé o ladrão, no pesadelo do sono, atira contra si mesmo.


128-Da Vinci
A falsa etiqueta não faz o meu gênero.

129-Mona Lisa-
Não acredito. Isso é subterfúgio.

130-Da Vinci
Você os saqueia.

131-Mona Lisa
Não, mas fugirei dos sindicatos e jornais massacrados pelas explosões sacanas em combinação com o poder que vem de cima, jogado por falsos armados fardados anarquistas, escravos do vício do poder da farda.

132-Da Vinci
Eles serão os prendedores da respiração alheia, irão fechar as portas da expressão artística, os Generais desse tal país que se chamará Brasil. Viverão os artistas  penalizados por aqueles que procurarão nos caminhos tortuosos a verdadeira democracia, por julgarem todas as cores como as cores de qualquer iniciativa governista, fazendo deus e o diabo de um mesmo pensamento e produto químico.


133-Mona Lisa
Não admito que seja mais um articulador sem braços, para me pintar e me retratar como sendo a sua Amante de todos os dias de nosso tempo e que serei para sempre a sua musa quente. Você precisa do meu sorriso perfeito para me deixar no jeito de engrandecer e agradecer a quem vai me visitar.

134-Da Vinci
Então, Mona, pra isso acontecer, Madame, terá que engrossar meu caldo e me dar pernas para assegurar o meu sustento, logo depois então me tire do meio daqueles reacionários da sociedade fatídica.

135-Mona Lisa
Essa sociedade não vai lhe aceitar assim como é, não, Criador, pois você viverá por abaixo do máximo desprezo dos sabedores das coisas. Serás sozinho no meio da querela daquela gente, gente que irá jogar seu sonho nos jogos das loterias, dando evasão à ilusão nos jogos de futebol ou nos braços estendidos das avenidas por onde desfilarão as escolas de samba do primeiro grupo.

136-Da Vinci-
Porra, meu, então agüente firme seguro e tranqüilo a decepção dos instantes que o encontro lhe deu. Seja seu próprio grande canalha para levar-lhe as alturas nas alvuras do tempo. Não decepcione o Rei. Ele está presente e quer-te ver sorrir a qualquer tempo de festança ou faltança. Ceda aos seus caprichos, então deixarás de ser marcado a ferro em brasa pelo ferrão de ferrar as ilusões.

137-Mona Lisa
Isso mesmo, terá que ser você e mais ninguém. Sentirás a dor na tua carne, sentirás as dores no corpo onde corre sangue sem nenhum prestigio. Sentirás a dor de apanhar nesse corpo ensangüentado, bem  longe das vistas das autoridades que fazem a fome, a resistência de corpos esquálidos, de ossos a mostra, descalvados de carne gordurosa para esconder a ossada esquelética. A gente, maioria daquele país, te verá desse jeito.

138-Da Vinci
Quero que me entendam por querer levar a liberdade da ação, juntando a tese lúcida da memória, tendo o frio do tempo como o parente mais próximo, vindo cair por fraqueza do espírito e organismo, nas sarjetas estragadas do entendimento irracional do estado governamental.

139-Mona Lisa
Serão pessoas livres de tempo a gente daquele país, por não terem hora marcada para nada que os faça cidadão. Nunca serão soltos da prisão que os aprisionam desde o nascer e não encontrarão o valor individual e coletivo nos esquifes do tempo.

140-Da Vinci
Será que serão todos cruéis os donos do poder soberano daquele povo de país continente, que receberá o nome de Brasil, país do futuro, mas que nunca chegará para a  maioria de sua gente faminta o necessário para a resistência e sobrevivência?

141-Mona Lisa
Nunca serão pássaros livres em voas altos pelas costas da beleza que emana da terra Tupi-Guarani, nem encontrarão  os caminhos abertos para quem quiser por si só partir em busca da alvura dos dias.

142-Da Vinci
Eu queria força maior nos meus braços e pernas para abraçar a terra e pisá-la com a reta certa de encontrar o que dizer e o que fazer para aquela gente sem nada para mastigar pelos dentes. Queria ter o coração para dar as belas mulheres e sentir a sensação alucinante do prazer que é ser e viver no que sobra de mais para os outros.

143-Mona Lisa
Eu queria sentir essa reflexão em outras mentes distantes daquelas pessoas, queria evoluir para a grandeza da sabedoria e, logo após, pôr para dentro de mim o que me faria conquistar a vitória do terceiro tempo de minha vidinha.

144-Da Vinci
Eu queria ter a certeza que iria ganhar aquela casa na loteria, com carro na garagem e mobília, jogando num BAU feliz qualquer, antes de desembolsar os tutus monetários no valor de alguns mil em dinheiro vigente, para pagar adiantados os bilhetes da federal.

145-Mona Lisa
Queria sentir na desenvoltura dos meus dedos a maciez da pele do meu amante preferido, entre muitos outros, queria ver a chama por ti reacender em diversas claras chamas partes de mim. Vamos mais uma vez pôr na telha que precisamos dar um jeito nessa nossa ceia sexual e nos enforcar pendurados numa árvore Pau-Brasil.

146-Da Vinci
Não, agora eu quero é fazer um cego andar por sobre os espinhos do seu próprio destino e depois disso, pô-lo no trono da sabedoria, fazendo enxergar do por que tudo tem um porquê, em seguida pedir-lhe sabedoria florida para a vista que começou a ver, mas que não sabe ainda distinguir as cores do certo e errado.

147-Mona Lisa
Eu quero é correr pelos campos daquela gente índia, das Iaras escondidas e reprimidas naufragando os Sacis e as mulas-sem-cabeça nas conquistas destemidas das matas virgens, usurpadas logo após o sufrágio na urna, enganados logo após a subida ao poder dos homens brancos da nossa descendência. Vou dizer-lhes que não quero mais os distintos referendados outra vez, que o bom seria pôr no poder alguém que saísse do Gene deles.

148-Da Vinci
Eu quero é soltar todas as cordas que prendem a respiração ofegante daquela gente, por viver eternamente dentro da gente política que não sabe fazer e acontecer, nem desfazer o caos nacional, pela falta de cumprir as promessas de melhores dias que fizeram antes do pleito. Dias que ficarão marcados pela presença das raivas repugnantes aos donos de todos os poderes.

149-Mona Lisa
Eu não quero a precisão de um instrumento falso para me guiar, dele já estou cheia e quero acelerar distância.

150-Da Vinci

Eu não quero meu capital diário cotado nas costas suadas daquele povo sem ossos para se firmar como pessoa decente. Eu tenho direito a um determinado valor sem bolor no maço que cabe a mim, mas desde que venha da corrente deslizante sem a oscilação que seria se viesse de horizontes descabidos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

MONALISA DONA MINHA VI (continuação)

91-Da Vinci-
Aquele povinho besta daquele país que se diz continente que deixa de amar o beltrano pra se ligar no sicrano e esquece que a pior coisa são os desenganos?

92-Mona Lisa-
Aquela gente não vai sabe odiar, por também não saber a que raça irá pertencer. Dizem que vão aparecer diversas raças numa só, os tornando sem caráter vigente.

93-Da Vinci-
Também parece que não irão saber amar o que tem que fazer e criar, pra deixar de ser o que vão ser, que vão tentar fazer qualquer coisa que dê pra viver... Ora mulher tão bonita, me responda, por que tanto ódio nesse olhar pecador?

94-Mona Lisa-
Mim faça uma reza, sim, me semeio  rosas por sobre a relva, onde pasta seu cavalo árabe tranqüilo sem pensar em FMI, no aumento do desemprego, do desespero,  no aluguel, no salário de fome mínimo e num monte de falta mimos. Peço com consolo de amor, agüente mais firme seguro e tranqüilo a quilha que o desespera. Meu cio raivoso não será merecedor d’uma flor sem lágrima vertente quando sentir meu doce desgosto nas tuas entranhas.

95-Da Vinci-
Eu quero é fazer prece pra vaca, pra dona da fazenda e do úbero que me mima de leite e me alimenta de paixão. Vou fazer ela me propor bons dias, quem sabe ela pode pagar meu aluguel atrasado sem enfado nas contas correntes que corre a mão solta dos depósitos a vista. Depois de algum tempo, eu descarto a vaca velha pra ficar com as bezerras novinhas e prontas para parir mais dividendos. Depois mando pro leu as manobras vindouras que podem surgir pelos códigos penais das leis daquele país em construção e que ainda anda a muito na contramão, por não dá a entender a sua gente que precisa descruzar os braços e ir em busca do saber ler e escrever.

96-Mona Lisa-
Você esquece que o dinheiro que vais faturar não vai dar pra sustentar a outra vivaldina. Não se esqueça do gigolô tarado que se assegurará dos seus ideais, das noitadas sonâmbulas, tentando pintar a cria nas engenhosas buscas, esfregando muito a bunda na quina dum pau.

97-Da Vinci-
Pára, por favor, de sujar a mente do caro leitor. Se continuar assim vou exigir do editor que corte as partes que a nós cabe como falsa arte da criação.

98-Mona Lisa-
O povo não é bobo, o leitor não é otário que não saiba reclamar seguro pro seu capital. Ele se assegura das classes menos informadas para levar pro seu mundo prodígio, a fortuna adquirida nos anos trabalhados, quando começou a pagar os descontos sociais obrigatórios para o governo se sustentar.

99-Da Vinci-
São todos filhos da rama do vento e varrem o canal vaginal das virgens que procuram pau pra lamber, sabendo que mais à frente irão aparecer outra leva de gente sem entender do traçado da gente, por não ter de onde tirar educação.

100-Mona Lisa-
Você parece um vendedor de lampião, onde existe a maior fonte de energia do mundo, onde se constroem mais usinas atômicas que comida pros estômagos com danos alimentícios. Muitos serão filhos da miséria absoluta no correr afogado em pranto do povo daquele novo país.

101-Da Vinci-
Não venha você fazer xixi na minha boca linda de viver, segurar minha mão pra não poder dizer pelos traços da pintura, a ternura que lhe ensejo, querendo me jogar na fossa do seu jazigo.

102-Mona Lisa-
Digo por que parece que não sou mais parte carente do seu sentimento, mas pela forma que me pinta e pelo que vejo de frente, estou vendo que não estás mais sentindo  nem um pouquinho de vontade de fazer comigo, o que eu quero que você faça.

103-Da Vinci-
Por ser você uma grande escrota, visão igual antes não consigo sentir. Acho que vejo rara carcaça em forma de gente mais a frente apelando pra dizer a qualquer homem que encontrar  por aí, que precisa de amor. Vou viajar e fugir do seu pedaço, tou a fim de abandonar esse atelier e dizer pra você que não te quero mais nem de frente nem de costas nem de lado. .Vou te deixar na saudade a espera do meu nada em troca. Você ficará cega dos meus olhos e não enxergará mais saída para suas saudades. Vá pro inferno sua sedução. Vou cair na chuva. Limpar o meu corpo de sua desajeitada pintura e me retirar pra lua. Lá você não entrará, nem a flechada do seu olhar lá chegará para me perfurar.

104-Mona Lisa-
Eu vou armar a flecha do meu olhar. Sou uma atiradora de elite. Eu treinei muito durante esses anos que poso pra você, portanto não se espante se eu conseguir te alvejar daqui da terra, estando você na lua em meio à mancha da cratera de lá. Depois desse dia, se ajoelhe e chore copiosamente com saudade dessa gente que pede pra eu posar.

105-Da Vinci
Não, você nesse dia já pode me encontrar velho, sentindo nos joelhos a presença do reumatismo e sendo assim minha mente não será mais capaz de aceitar esse desespero fremente, que é uma boa prosa completa de irresponsabilidade cultural.

106-Mona Lisa-
Antes que você me deixe, peça o divórcio e reparta tudo que existe de valor na nossa relação, pra ninguém sair com desconto de desgosto entre um e outro na partilhação.

107-Da Vinci-
Eu posso é te matar antes do primeiro passo em falso para a ilegalidade da irresponsabilidade de encontrar um outro e pô-lo na sua vida enfadonha por ser criatura do criador... Mas mesmo assim eu acho que te amo além da conta por esse tempo que corre em pinceladas de teu rosto e fodas absurdas.

108-Mona Lisa-
Se você encontrar por aí belas fazendas com cavalo no pasto, com criação  de gado de corte e leiteiro, me tornarei sua sócia.Depois de tudo sair como eu quero e você entrar no meu papo, posso curtir mais a vida por fora do casamento e andar por fora de sua linha sufocadora e tediosa. Encontrarei um mundo melhor, cheio de luzes e brilhos para o meu retrato. Esse novo corpo e alma faiscarão de energia para o alto, nas estrelas se acharão. Meu corpo sairá voando, meu retrato, iluminará a terra fazendo o trabalho do sol nas vistas cansadas dos homens. Então, os casais que assistirem a esse espetáculo, sentirão inveja e naturalmente pra cama irão, até dizerem um para o outro, gritando bem auto para eu e você onde estiver poça ouvir, te amo. O meu corpo irá permanecer firme que nem geléia de ameixa. Se for preciso mando um cirurgião fazer dezenas de plásticas, nessa época da existência dos outros e não nossa ao vivo e a cores, isso vai ser muito comum, as plásticas cirúrgicas. Com isso vou ter todos os homens ao meu derredor a me bajular e querer me penetrar só pela fama.

109-Da Vinci-
Puta merda, ela vai me trair no futuro e levar de mim metade das finanças. É melhor agüentá-la pro resto da vida.

110-Mona Lisa
Vou dormir, isto é, gozar ao mantimento daquele som ligado nas músicas mais quentes, próprias para uma noite de fornicação.

111-Da Vinci-
Ela vai me trair na minha cama, se cobrir com o meu lençol com o novo canalha. Será o Picasso o felizardo? Vou ser mesmo um corno chifrado pela mulher da minha vida em plena agitação da minha exposta ferida?

112-Mona Lisa-
Se no amanhã ele não mais me satisfazer, tenho que abandoná-lo, dizendo que só o traí para fazê-lo aprender que a mulher merece respeito nesse tempo que vier, porque ela tem peito pra isso devido ter soltado o sutian. Mim entregarei a fúria de um jovem livre para o prazer de uma mulher madura e sem frescura pra arte de amar.

113-Da Vinci-
Essa mulher anda carregada de força energética interior, que seu corpo no futuro vai explodir sobre o parceiro que abandonou de guardar seu gozo para o adubo viçoso da terra. Coitada dessa mulher, não sabe o que está perdendo correndo de corpo selvagem e juvenil do homem do futuro.

114-Mona Lisa-
Vem, vem cá deitar comigo, eu quero beneficiar tuas células descalçadas do calçadão do amor. Você está com medo de cair nessa batalha, está se escondendo por trás desse selo chamado preconceito e honra, ou vai deixar aquele maldito sentimento de culpa tomar conta dos teus desejos secretos?Afinal és um artista e artista não tem preconceitos.

115-Da Vinci-
Não, não faça isso senão não posso jogar o mingau do meu canal na sua boca. Assim eu me travo.

116-Mona Lisa-
Não, não faça isso, eu sou casada e tenho filhos, se eles ficarem sabendo o que vai ser de mim, perderei a felicidade de os verem crescer e se aperfeiçoar na arte de amar ou odiar!

117-Da Vinci-
Será que você quer passar a todos que é a virgem santinha e que nunca transou com ninguém? Não deve ter dado pro Beto, Ronaldo, Arnaldo ou o filho do casal que mora a direita do seu prédio?

118-Mona Lisa-
Não, eu não posso entregar o meu corpo a esse aparelho rompedor de adultério, ele causa dores horríveis, pode ser de prazer, mas mesmo assim não deixa de ser. 

119-Da Vinci-
Okei, você venceu ao me erguer ao sacrifício de te agüentar. O imperioso poder do meu reinado caiu, a visão geral dos meus olhos escureceu e um raio vermelho começa embaçar a minha mente, me fazendo sentir o homem da sorte grande, pois meu nome entrará para historia como um dos melhores criadores e artistas do meu tempo.

120-Mona Lisa-
Sacrifique-me Leonardo, me faça viajar por esse clarão de supetão e depois perdoe o meu instinto tão fulo. Você sabe, estamos sozinhos entre quatro paredes, portanto por querer ser mulher de todos os artistas que evocam seu poder de criação na unção dos anjos do senhor, quero fazer-me cria do seu talento.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

MONALISA DONA MINHA V (continuação)

70-Mona Lisa-
Não, Da Vinci, nós não teremos tempo de distinguir ninguém, quem é bom quem é ruim, quem é de índole medianada para os dois lados. Andar pra qualquer lado vai ser o meio que irão encontrar para serem politicamente corretos e cordeirinhos campestres. Ficarão com a ignorância que vem do desconhecimento, se tornarão enlatados paus mandados presos na garganta, pois pela fala nada vão exprimir com sabedoria de bom entender das coisas passadas e presente... Sai cão danado, me ensina a divagar e não ser realista, a realidade é dor pelas vistas dos pessimistas.

71-Da Vinci-
Vou aprender a transar e transitar na faculdade do governo, nos colegiados das freiras de pureza sólida desfilarei  meu prazer. Vou tentar trabalhar para o aperfeiçoamento da mente daquela gente, vou tentar os evoluir intelectualmente para a gramática e matemática dos dias.

72-Mona Lisa-
Com o saber vão é aprender empurrar a mão no tesouro do povo, isso sim! Vão comprar usinas de álcool combustíveis e fabricá-los com substancias tóxicas impertinentes, adquirir acres e mais acres de terra para plantar o que faz a população viajar para fora da realidade, vão arranjar emprego de chefia em repartições públicas para conseguir desfalcar os cofres da educação, alimentação, e um bocado de órgãos por onde corre rios de dinheiro sem dono vão vazar.

73-Da Vinci-
É verdade minha Cara Vivaldina Putinha, pra elucidar solução pro problema dessa tal nação, temos que pôr os pingos nos is e dá  entender, que ele deve deixar de ser um simples e besta traço seguindo na vertical, produzindo de tudo com salário de fome para bem mais enriquecer quem tem sede de poder.

74-Mona Lisa-
Ainda bem que você concorda comigo e dar valor mais elevado ao meu tempo de prostituta. Digo que não quero destruir o seu tempo o levando para a prisão de inocentes fraudados pela incoerência.

75-Da Vinci-
Eu definho no meu canto vendo você flamar tão grande obediência ao seu superior estado de coisas e vejo como um peixe no anzol do pescador, debatendo o rabo, as barbatanas, querendo voltar ao seu lago doce abrigo. O anzol, o imaginou que era de sabão. O lago se encheu de espuma e nós caímos dentro dele para lavar nossos corpos aferventados de sedução. A banheira do mundo ficará pequena para a criatura e a  criação, será preciso um espaço maior que o mundo para podermos amar até a morte.

76-Mona Lisa-
Vou embora desse lugar, abandonar a ninfa febril que tem dentro de mim e que você retrata assim assado, deixar de ser cruel e egoísta como o seu espírito de liberdade. Esse fel que por ventura eu vier carregar no futuro, poder ser o destruidor de muitos direitos.

77-Da Vinci-
Olha aqui, Mona, entre uma direita e uma esquerda existe sempre um pavio tóxico para ser  aceso  e proporcionar mais a frente o fogo da salvação. Dependendo do ângulo que se observe, existe sempre uma carapuça pra enxugar as lágrimas de quem chora copiosamente. Pense minha querida, no futuro do rei que embriagará as leis enviando normas pré-estabelecidas para a cidadania dessa nova terra Brasilis.

78-Mona Lisa-
Amarre-me os punhos, me puxe pela cidade das fadas, pois aqui tá foda viver, faça de mim uma cadela, depois me deixe num poste de luz apagada para eu urinar e ninguém me ver se foder de embriaguês congênita pela falta que me faz ser gente reconhecida como gente.


79-Da Vinci-
Se eu pudesse amarraria mesmo, só pra você não pôr essa mão suja de terror no meu amor interno fatigado de ti. Juro que estou querendo dizer a mim mesmo que não te quero ver nem de costas. Que não gostaria mais de deitar contigo, falar contigo, assim você me acaba. Veja, não consigo levantar os meus braços para te pintar, nem com reza de pai-de-santo braba ou de benzedeira caducante ele se erguerá.

80-Mona Lisa-
Eu quero é mais. Pensando bem eu quero você dentro de mim por muito mais. Vem grande tesouro, estoura minha boiada meu cativeiro e me solta pra vida embelezada, esmigalha minhas carnes, faz de mim uma mulher vaca.


81-Da Vinci-
Seu amor pra mim é dor, deixou de ser aquele amorzão maioral e imoral...Relaxe, deixe passar alguns minutos, quem sabe, horas, dias,  meses e anos. Com o tempo você pode fazer-me acostumar a você e a sua ninfomaníaca sedução.

82-Mona Lisa-
Não me chame assim, Da Vinci, se assim me considerares, me verás entre o cúmulo do absurdo, farrapo de gente de nádegas pra fora por falta de camisola a cobrir-lhe os fundos.

83-Da Vinci-
Você vai ficar de ventre pro ar, pescoço entre muitas cordas, soluçando o perdão dos mestres da ação.

84-Mona Lisa-
Aquieta-me então ou viro um danado a queimar o consumismo. Extermino todos os prédios, viadutos, passarelas. Destruo o trem lotado que vai do ABCD a estação Francisco Mourato. Ponho fogo nas chaminés da desnutrição da gente daquele país e não corro como égua perdida da rédea do seu domador.

85-Da Vinci-
Eu é que sou um acumulador de eterna ventura querendo me prevalecer da espessura do vídeo da tv.

86-Mona Lisa-
Sai assaz, canivete valente, podre dependente de muitos afins. Quero cortar os nervos dos bajuladores para ver se eles perdem a língua e para de chupar os ovos do patrão. Quero cortar os pés daquele coitado trabalhador de marmita na mão, pra ver se ele ficará parado pra enxergar a sua degradação.

87-Da Vinci-
Acho melhor você fechar  essa boca falante e deixar de ser farsante, antes do sol perder seu ultimo suspiro raio raivoso e te infiltrar na terra do martírio, assolando a cruz do seu destino no asilo purgatório do ferro de ferrar os esquecidos.

88-Mona Lisa-
Pare com isso comigo, Da Vinci, senão te faço uma bomba ambulante, uma criança abandonada errante nadando nas águas arrepiantes  do rio Tietê sem coberta para cobrir-lhe o corpo.

89-Da Vinci-
Ah, sai dessa, deixa de desnudar esse corpo que o povo não quer ver. Só tua cara exposta em moldura vai ser bastante para os pelegos visitantes.

90-Mona Lisa-

Você vai é precisar de uma chave em forma de efervescência, o elo das grandes virtudes, pra se desfazer do burro que é, podendo vir a virar cadáver no futuro pelos fardados fora-da-lei.