sábado, 3 de setembro de 2016

MONALISA DONA MINHA IV (continuação)



50-Mona Lisa-
Serás tu a raiz do disfarce envolvendo todas as regras em pequenas escalas de contradição? Fique sabendo que vou deixar correr a vida do meu jeito, vou enveredar o meu gozo em pequenas escalas de contradição no gosto do cidadão. Não vês que sou uma mulher dada à farra de corpos musculosos e fortes iguais ao teu.
51-Da Vinci-

Vixe, eu em...O meu corpo sente dor, doutora, e não distingue cor para a experimentação na arte, qualquer pincelada em forma lúdica é viável a minha aceitação...Então pra isso me entrego a ti, para ser  lambuzado até o final desse retrato, e deixe logo de falação imaginativa sua imbecil Mona Lisa!

52-Mona Lisa-
Não quero ser pincelada agora,  sou uma respeitadora voluntária, não misturo minha arte de posar com a arte de transar, não tenho queda pra prazer a dois assim, ela está acima de qualquer referendo menor. Pra isso engulo toda saga da massa sofredora que cogita seu real valor humano, encontrando no trono, uma vez ou outra, o tropeço do berço, arrastando o passo  procurando o gado que nuca lhe pertenceu.

53-Da Vinci-
E que nem todos deixam  ficar pelo menos pouco tempo em evidencia, é isso? Vou tomar providencia e pôr decisão na cabeça daquela gente da província portuguesa, da próxima vez que nesse atelier adentrar, vou estar já pronto pra te pincelar e você como a gostosa da vez, me esperando pronta pra me perverter.

54-Mona Lisa-
Não vem não, senão assim encontrará surgindo a minha frente uma máscara errante pra fazer rivalizar os grupos, uns sem grandeza, outros cheios dela, salpicando a nota maior dos seus prazeres no desenvolvimento do cerco. Daqueles  cidadãos vou querer distância. Eles vão fazer surgir daí para sempre a eterna procura para se evidenciar nos atalhos  do tempo e se firmarem quando bem quiserem nas primeiras paginas dos melhores jornais.
Às ruas, de todas as mulheres como você, que vai ter que andar por aí, rodando bolsa pra sobreviver e ter os bens de consumo e costume da época. Sei que vais se perder entre as nuas da gíria, naufragando os pontos eclesiásticos perdidos pelas famílias que tinham na religião, o porto seguro para a criação dos seus filhotes.

55-Da Vinci-
Ai que gozada, acabei de pintar um traço da tua face!

56-Mona Lisa-
Ei, cara, eu ainda não cheguei lá! Mas estou pronta pra tudo, pois já fiz de tudo, só não ensinei nada, só tomei e você deve saber por quê. Nasci em pedaços lascados de miséria, sobrevivi na mais sujeitosa fatia do absurdo, dormindo no aguaceiro das pontes, no vazio dos rios lamacento, nas estradas comuns por onde passam mil volantes, nas pequeninas vazantes sem colheita nem fruto, nas nascentes cristalinas do nascer de um riozão, que mais tarde se tornará podridão. Eu proponho a ti e te pergunto. Por que nós que nascemos assim, não temos o impulso contido no sulco de nossas veias? Sangue venenoso, que quando das veias se esgotarem, os deixarão sem o sorriso abastado dos abastardos de víveres? Digo isso porque talvez nunca deixarão meu sangue correr livremente, minha bola correr velozmente entre a grama aparada do campo.

57-Da Vinci-
Você acha que o povo não quer sorrir livremente, suntuosamente, a qualquer hora do dia, dependendo da sobra de tempo que fique do sofrimento?

58-Mona Lisa-
Claro meu bom, Da Vinci dos lábios sedosos, de olhos penetrantes, de sorrisos inebriantes, de pernas elegantes, quase um Picassão do futuro.

59-Da Vinci-
Então me faça feliz penetrando seu sorriso em meu corpo tão maduro, afinal o que estamos fazendo nesse tablado de seda, é tentar  nos afastar dos olhares incipientes, estamos tentando fazer coisa pra adulto ver e gostar e não pra criança saber aprender e depois aprontar. Eu prometo, se me amares muitas vezes durante esses anos que vou passar te pintando, cumprirei tuas ordens corretamente, dependendo do fogo que arrancares de mim, claro! Saberei ser versátil, me enfileirei direitinho diante teu chicote de amestrador, saberei enfrentar os carrascos, as máquinas aceleradas dos falsos amigos. Amarei você quando tiver no meu gosto e revidarei com total encenação, aos desmandos dos humanos violentos e sedosos por poder.

60-Mona Lisa-
Esse homem, Da Vinci, que poderia ser Picasso, falando assim parece uma besta perdida das rédeas do seu domador, e ainda mais,  perdida num monte de merda. Se acha forte o bastante como o dono do ponto que distribui droga  pra cidadania viciada da cidade. É um roubante do afronte da serpente revirando os dentes, serra da morte, doido pra se enturmar nos meios dos desalmados humanos viciados em poder e azeite de dendê, refazendo o corpo do réu que foi forçado a matar por um tostão mascarado.

61-Da Vinci-
Calma Mulher Mona Lisa Minha Donna Putta, senão te mando pra puta que pariu com  sua ideologia de merda falseada de egoísmo, querendo receber o caralho duro do povo que anda duro morto de fome e inaptidão pra essa pregação.

62-Mona Lisa-
 Todos eles vão ter que mexer, Sr. Da Vinci, ter que sacolejar o corpo pra evasão dos sentidos neuróticos. Digno ou não, vamos ter que nos vender pra ter o direito de comprar. Você sim, vai ter que se vender mais do eu pra se assegurar de que sua criação artística  inventiva estarão garantidas para as gerações que o suceder. Vai ser preciso ter que roubar imitando os políticos e sua corja de mal feitores de assessores, vestido de paletó e gravata francesa, ou vestida de longo noturno pra se sobressair nas festas regadas a champanhe, sentada numa rocha de material sedimentar ou de fofura avançada, isso se quiser ficar por lá entre os vivos pra competir pau a pau cu a cu.

63-Da Vinci-
Não, Puta Menina Mona Lisa Minha Donna, você não é louca o bastante pra pular da ponte em pleno movediço cimentado, onde passam os volantes dos carros modernos mexendo com a gente, pois pra frente é que se anda sem atrapalhar o transito de todas as horas.


64-Mona Lisa-
Para de falar, Leonardo que poderia ser Picassão e não Da Vinci molão...Não acredite no que falei a pouco, eu me perdi entre o todo louco, e acreditei nas palavras choradas acompanhadas de soluços e lágrimas, palavras que convencem mais, por serem vindas assim, do que as que vêm com simplicidade na voz. Sei que não é sempre assim que você gosta que fale, sou sua submissa, sabe disso, muito mais por querer ser penetrada, mas antes ser pintada de cabo a rabo pelas cores da tua tinta e o teu pincel endurecido de cores quentes, como na quentura e quietude desse atelier por muitos anos vai durar o nosso amor. Às vezes é que as palavras não calham no fundo d’alma, aí eu tenho que me encontrar  confabulando falando pelos cotovelos, para logo após as fabulações lúdicas, te encontrar perto de mim, me usando, me contentando e ao mesmo tempo me descontentando por nada ser real. Só assim eu consigo viajar pelas entranhas das células desvairadas de quem quer ser retratada e varada até  o fim da criação pelo teu rolão de pintura.
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65-Da Vinci-
Pode crer Minha Monna Lisa Donna Minha, eu não acredito nem credito no silencio da gente, essa multidão demente que um dia, sei, deixará de ser cordeirinhos dos enfileirados e despoeirados por possuir belas mordomias. Eu acredito que os que andam por aí tentando encontrar dentro de si o que é viver, com essa choradeira de coitados enchendo as ruas de miséria, naufragando a passagem dos cultos, um dia, vai achar a besta que tem dentro de si e levar de roldão a mão para derrubá-los.

66-Mona Lisa-
Teu corpo, minha Majestade, meu Garanhão, me eleva o moral. Minha vontade de viver ganha flora cultivada em bom estrume, meu vôo alça maior altura pelos cumes das alturas, pela satisfação garantida de estar sempre perto de ti. Quero que você me pegue por baixo, de lado, de costas, me tonteie as pernas, mim vire do avesso, seja como o sol que nos queima sem cobrar para nos bronzear.

67-Da Vinci-
Vamos viajar novamente pelo social do nosso povo que sofre  uma babárie. Por favor, se cuide, não deixe nascer mais não essa gente que nasce sem ser esperada, que  no futuro vai dar um trabalhão dos diabos pra quem nascer bem esperado no leito dos melhores hospitais. Esses nascidos na podridão do modernoso tempo, serão o ranço da violência urbana, fazendo que áreas produtivas da vossa terra e cidades deixem de ser visitadas por quem vem vos conhecer e ficar em definitivo pra enriquecer.

68-Mona Lisa-
Eu não vou perdoar ninguém nesse tempo e futuro onde tudo vai ser como falaste, Da Vinci.Todos serão culpados pela desgraça da raça parda que não vai encontrar no trono o majestoso ósculo dourado dos que mandarão o que fazer para poder crer no que serão. Naquela terra, naquele ar, serão contempladores dos ais e dos uis dos uivos dos lobos esmagando carnes no choro das embriagadas almas cheias de dívidas, neuroses, incompreensão ao cidadão.



69-Da Vinci-
Além do mais irão dar pauladas no choro dos inocentes. Serão responsáveis pelo corte do emprego, deixando mais triste as caras desnutridas e a violência reinante pelo fato disso tudo vir bailar  em mãos amarradas por cada passo dado errado, por terem a mistura de raça mais pacata que já se viu.O português já africanizado, o negro e o índio.

MONALISA DONA MINHA III (continuação)




21-Da Vinci-
É o progresso minha cara boa observadora do universo, dos movimentos e das cores. Mas pare de delongas e meta em mim esse olhar enigmático da cor de qualquer tinta do Sfumato. Eu sou sua chama cremosa destruidora da sombra ventosa e retiro sua arma da mão se você não me der atenção. Retiro seu pé de chumbo do meu solo inseguro, mordo esse bocão que quer abocanhar meus bíceps cuspidos por tinta pelos inseguros movimentos das mãos que faço para te pintar.
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22-Mona lisa-
Cai fora, Da Vinci, dessa força forçada a matar por um tostão mascarado. Gire a cabeça antes homem e me queira como eu quero a ti, mesmo sem  olhar o que estou fazendo e o que me fazes, quero fazer você ir à lua e só voltar quando disser que me ama e estiver pincelada por inteira, não só a metade.

23-Da Vinci-
Só se você sair de perto de mim, minha excitação, não quero ser furado pelo teu olhar carente duro de tinta não. Digo e provo que vou te encher de grana depois do pincel usado, vou selar-te de juros homéricos, te dar  enormes castelos, e fama terás para a eternidade dos tempos. Mas pra isso, quero a adesão do seu corpo junto ao meu, quero que também chova dinheiro no meu bolso vazio. Eu sou muito chegado às mulheres, mas a  você sou chegado bem mais pelo seu fabuloso olhar e sorriso e de como agasalha o meu.

24-Mona Lisa-
O que é isso que você trás na mão, nos sentidos, nos ouvidos, na garganta, nas pernas fortes e robustas e que cobra em possuir de agora em diante tanto mais apareça?

25-Da Vinci-
É dinheiro, meu sócio, meu irmão, aquele que é o sentido de aborrecimento de tudo, o alimentador da esfera do mundo, o farrapo do cego, a esmola do surdo, muito mais que isso causa por onde aparece em sobra, um talho de navalha no olho do homem.

26-Mona Lisa-
Dinheiro bão. Sei de onde você vem, vem do buraco do éter fabricante do pó que alimenta narinas e enlouquece as mentes e causa a cegueira no olho do povo. Punho semi-serrado segurando arma, homem ocular ocultando um crime no silencio da noite de sábado.

27-Da Vinci-
Dinheiro. Isso não me faz a cabeça,  me amarra a piração.


28-Mona Lisa-
Eu não sou nada sem ele, pra te levar pra viajar, jantar, nadar.

29-Da Vinci-
Não há nada mais infectante que a peçonha do teu mau.

30-Mona Lisa-
Essa puta procura em confronto envolvendo os cérebros da vida e da morte, deixando para trás o que foi de tudo feito. Meu mal, nosso mal, endinheirado de engenhosas brigas.




31-Da Vinci-
Dinheiro é catarro do peito dos alijados da esfera circulante, a fibra das grandes nações, temperando de gás venenoso os pobres países das regiões encurraladas pela função do seu valor.

32-Mona Lisa-
Pare de fazer-se milionário com o avanço do teu capital, Da Vinci, que poderia ser Picassão, de busto solto e robusto, parece ser a via de muitas passagens labirintosas para as fronteiras da insegurança.

33-Da Vinci-
Eu sou o homem pintura, escultor, sedutor, engenheiro, inventor e vou pintar a mulher emoldurada mais famosa do mundo e quero que me considere como sendo o melhor de todos os artistas em te pincelar e te levar a loucura. Eu serei seu avião atritando  seu aeroporto carregado pra viajar dentro de mim.

34-Mona Lisa-
Eu sou a visão dos emblemas dos poderes do rei, uma recruta da lei caricatural, que obrigará no futuro aquela gentinha, por falta de sorte ou oportunidade, muitos coitados a viverem de salário mínimo e ainda das sobras, entregar pros fardados das ruas dizerem: estão livres seus babacas.

35-Da Vinci-
Psiu...ei ei, você que anda capengando, desnutrido, de olho vazado, incrustado, na pequenez da cidadela, sinto atroz capada por aquele castelo, ele é o encarregado da minha sorte e a felicidade da minha visão, por que você também não encontra em si o que me satisfaz meu irmão?

36-Mona Lisa-
Chega pra mim papel de ouro, vem pro meu solo, pro meu bolso, vem pro país das extorsões sigilosas, das dívidas impagáveis, país fragmento sujeito as grandes nações, o caos econômico da insatisfação das classes menos abastadas, país impar pras festas que fazem os mandatários dos mantimentos dos grupos econômicos.

37-Da Vinci-
Dinheiro, rapto dos sonhos, sonos e anos de configurados chefões e coitadões.

38-Mona Lisa-
Sai dinheiro pra luta, enfrenta a catarse e joga os estocados vagabundos pros urubus do presídio.

39-Da Vinci-
Eles têm sede de luta e resistência.

40-Mona Lisa-
São xeróx da cópia da submissão.

41-Da Vinci-
Razão da morte e vida.

42-Mona Lisa-
Razão da minha vida e morte.

43-Da Vinci
Razão de toda vida e morte.

44-Mona Lisa-
Razão da aceitação da penetração.

45-Da Vinci-
Vamos fornicar pra esquentar o discurso, botar nosso gozo em dia e abrirmos as pernas às convulsões sentimentais? Quero pegar você de jeito, pôr você em minha chama e acender o fogo do nosso tesão tesuda.

46-Mona Lisa-
Não vou não, meu cãozinho avexado, porque você é o gigante da eterna busca e nessa busca mancha a beleza da ética cívica.

47-Da Vinci-
Não sou não, nem mancha não!

48-Mona Lisa-
Quem é então?

49-Da Vinci-
Digo que sou apenas e tão somente senhor do meu caimento, aquele que faz o papel de escondido diante os olhos inseguros de um ladrão preso por também corrupção.