sábado, 12 de março de 2011

MIRÓ E PEZÃO CAGAM VERBOS NA RUA...




MIRÓ E PEZÃO CAGAM VERBOS NA RUA

São Paulo, Capital. Sábado, 14:30. 10 de Março de 2011.
Discussão filosófica ferrada.
Com direito a parada na calçada.
Gente passando, carros transitando. filosofia no ar.
Seria sobre o entorno do bairro do Campo Limpo a conversa que saía da boca do Miró? Dava cambalhota letras procurando se amparar na linha do tempo pra formar uma bem bolada batida poética?
Seria conversa em verso e prosa dispensada com fôlego da goela do Pezão, cuspindo com cuidado para não sujar a cara da invenção poética?
Quase parei pra entrar na discussão. O trânsito não deixou. Safado!
Parecia os dois  inimigos de morte, daqueles que nas brigas à foice, no escuro, faca ou tiro aos modos dos cabras sertanejos dos anos 30, um cai prum lado, outro cai pro outro. Luta sem direito a mocinho ou herói. Só sangue e honra.
Seria problema do cotidiano da periferia de todo canto. Essa sem fôlego para respirar em muitas áreas que a compõe? Do Recife, por exemplo?
Estavam discutindo problemas da política nacional que ainda investe pouco em diversas áreas?
Bato palmas. Palmas para os saraus que estão a mil investindo na discussão dos problemas da região, e do país, e não se empolgam em emplumar-se da vaidade somente pela criação de um poema.
É isso aí Fernando da Fundão, Binho do Sarau do Binho, Sergio Vaz da Cooperifa, Ferréz da interferência e 1 da Sul. Citado quem mantenho contato direto, claro, os outros saraus devem tomar da mesma atitude. Tipo, atiçar a labareda pro fogo em chama intensa chegar nas cabeças em torno das reivindicações da população.
Quanto mais gente de cabeça erguida para o alto com suas narrativas sobre a ira das dívidas do seu território, mais ouvidos serão abertos.
A discussão de Miró e Pezão, na rua, com paradas e movimento, passou-me que iam comer uma feijoada. O dia tava nublado e frio em Sampa, ou iam ao lanche do Bola, estavam bem próximo dele, na mesma calçada. Espero que não tenham comido apenas comida sólida. Que variedade grande de letra tenham mastigado para formar ferrenhos poemas. Os saraus merecem, os poetas merecem entrar numa de criar sempre para espantar as mazelas que afligem o cotidiano do próprio poeta, e das pessoas que andam a mil para encontrar um céu de anil para suas cabeças sempre em movimento, cinza.
Elza caga na rua...(Miró), Nós é ponte e atravessa qualquer rio (Pezão)