domingo, 3 de agosto de 2008

POR QUE DO FUTEBOL NA VIDA SOCIAL?

Pelo fato do cidadão querer se comunicar, se integrar, se divertir, interagir, esquecer as picuÍnhas da semana pelo suor que encharca-o segurando poeira sujeira do brabo verão, ou lama resina de barro que enfeza as máquinas de lavar antes de deixar doidas as mãos das donas da limpeza. Para tentar manter o físico em dia e enaltecer os exercícios bom pra cachorro. Dizer tudo que quer sem interferir no vocabulário social fora das quatro linhas e ninguém encher o saco o descaracterizando do contexto e convívio social. Para dar pontapé no patrão e dizer que jogo é pra macho, meu, tira a saia e veste calção, camarada, sem medo de ser dispensado do emprego na segunda-feira. Para sair pra beber com os amigos sem a companhia da mulher. Oh, que bom, mesmo sabendo que de volta catando cavaco e o cão vira-lata lambendo a fuça, encontrará de cara fechada a desposada, assim como fechará o bem bom dela nessa noite ou irá repousar na casa da mãe, que é salvaguarda de aconchego certeiro. Mãe não é qualquer coisa. Pelo tempo passar sem ser visto por quem joga e está perdendo, mas ser uma eternidade para quem está ganhando.
Quem não troca a mulher da pseudo-seriedade do casamento por uma boa pelada nos fins de semana.
O futebol serve para a entrega ao esquecimento de diversos problemas cotidianos, pois que são jogados longe de todas as cabeças que porventura se aventuram a jogar bola, ou porque é craque no domínio da pelota ou só porquê quer se relacionar.
A bola é ótimo instrumento de organização social, de confraternização, de reação contra reação, de administração dos sentidos, movimentos.
Uma coisa que jamais passará são as correrias atrás de uma bola. É assim em todas as sociedades desde os primórdios do futebol, quando surgiu correria parecida nos idos de 3000 a.C na China, sem nenhuma regra evidentemente. Soldados do imperador chutavam cabeças degoladas por espadas de lâminas afiadas para os parceiros e se divertiam para baixar o nível de estresse. Mais uma invenção da velha China.
Dizem que também o Japão tinha esse jogo parecido com o futebol, o Kemario, também usado como exercício de guerra.
Em Esparta na velha Grécia se jogava uma peleja parecida com o que assistimos. Usavam bexiga de boi, dando o formado arredondado depois de enchê-la de areia, tendo em cada equipe cerda de quinze jogadores.
Da Inglaterra para o Brasil foi trazido requebrando no cortar das ondas, em 1894, trazendo Charles Miller na bagagem duas bolas capotão e brochura com regras.
Não sei por que deram a ele o título de agente que trouxe o futebol para o país, se já em 1888 existia o Athletic Club São Paulo que já disputava partidas de futebol. Bom, o mito para ser para sempre deve ser único e indivisível. Estavam nascendo às asas que deram vôos as mídias que viraram midiáticas.
Com o passar dos anos o futebol referendou-se como única e inabalável forma dos povos de todo mundo se divertir, tendo muitos amantes dele, e também muitos jogadores amadores com nenhuma substância na gene para ser uma espécie de Pelé do passado, Ronaldinho de hoje, Pato, Robinho. Recebendo como diversão, só a exaustão do correr atrás da bola. Citando só os nossos craques, estamos mistificando no casario bairrista os nossos mitos, morou?
Diversão de qualquer classe é o corre-corre, pois que junta todas num só balaio gastando energia e queimando lipídio atrás da redonda de gomos sextavados pulando para alcançar os pés dos que a entenda e ela a ele.
Então, do por que do futebol na vida social?
Oras bolas! Que responda as periferias de todas as cidade grandes, médias, pequenas ou simples vilarejos ou uma só rua ou onde viva mais de uma pessoa que encontre uma bola nem que seja murcha ou alguma meia que sirva para ser preenchida de algodão, folha, panos velhos de monturo. Lá se encontrará alguém respondendo do porque do futebol na formação das sociedades e dos povos de todo o mundo.
ZéSarmento