quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

NOVOS TEMPOS

Minha alma burlesca,
está pronta para mais um lance destemido:
subir no topo da  montanha e assistir as almas impuras
se matando para se colocar diante as derrocadas de uma sociedade insana.
Começarei a rir daquele que corre atrás de um filho da puta de um patrão
que o despediu e o faliu: quer tirar-lhe a vida.
No alto da montanha com o vento úmido soprando meu rosto,
vejo o quanto as almas impuras se matam
para dar de cara com o prazer de ter um bem que se quer
sem ter condição de levar com ele para o túmulo.
Do alto da montanha estarei  rindo das mortes insanas,
da luta de uns por um pão dormido,
um pedaço de carne no lixo.
Quem chegará primeiro ao filé Mignone de carne humana
que frita sobre chapa quente de um restaurante chic?
Viraram inimigos na luta por um prato de comida e um pouco de droga.
Andam perdidos sem saber para onde ir
os que se perderam cheirando tubos de cocaína.
Pedaços de carnes serão rasgados com dentadas chorosas e raivosas.
Jovens  nos quartos dos castelo se masturbam assistindo um filme pornô,
cercado  e guardado por seguranças de preto.
Coroas ricos estupram meninas e meninos filhos da pobreza
por um bocado de notas de dólares.
Seu dinheiro compra juízes e cadeias com ar condicionado.
Sabor de horror e dor assistirei
Cagando de rir
quando no meu rosto de alma solta e leve
o vento parar de soprar levando a brisa da noite para outro lugar.
Darei minha última gargalhada ao ver os corpos se estragando
comidos pelos corvos que saíram das almas nobres.
Do alto da montanha,  me regalo assistindo a desordem na ordem do dia.
Milhares de miseráveis que se deixou levar
Parando de  se alimentar daquilo que a terra produz
Pra se encheram de drogas que os sustentam a mente, não o corpo.
As almas desses já não mais se encontram em cada um,
fugiram por não suportar conviver ao lado de quem viu nascer
e se perder por não suportar conviver pela  ordem do dia.

Zé Sarmento