terça-feira, 14 de maio de 2013

ESCRAVIDÃO BRANCA



O escravo que existe dentro de mim
É um escravo que levo aonde  quero
Livre de correntes do passado
Feitas com elos grossos de ferro.

Este escravo meu é liberto...libertino até.
É libélula que voa amparada pelas asas da liberdade.
É Livre da escravidão sombria do passado.

Infelizmente...paro...reflito...cago.
Digo que essa liberdade não chegou de fato.
Somos amarrados pelos carnês quitados e não quitados.
Pelos cartões de crédito conservados na nossa carteira
Com prazo de validade.

Escravo branco... digo que sou, somos, somamos...
Nos assombramos...! Vixe!
Atrelados a uma multidão indiferente aos que fogem pra achar a liberdade.

Esse ferro de ferrar nossa prisão
Nos deixam inseguros da especulação contemporânea,
Cujo processo de busca por riqueza
Desenferruja nosso passado ainda sujo pela ganancia
Daqueles que foram nossos algozes.

Nesse processo de busca... nossa inteligência se esvai
Induzida pela enxurrada da propaganda enganosa,
Levando-nos  a se desgastar a exaustão,
Fazendo-nos escravos do consumo sem o freio  ABS.

Somos escravo, sim senhor!
Ainda que não levemos nos pés
As correntes que nos prendem ao tronco de aroeira
Esperando o chicote descer das mãos do miserável carrasco
Jogando nosso sangue e nossa dignidade aos vermes
Que esperam sorrindo nossa chegada
Ao buraco da eternidade
Que são os sete palmos de terra.
Zé Sarmento