quinta-feira, 28 de março de 2013

CRÔNICA RAIVOSA

(Quando escrevi esse texto tava  muito desiludido com a literatura e sem grana, assim mesmo continuei escrever e desde esse dia preparei alguns títulos para futuras publicações. Fazer o que, né? Tá no sangue e nessa’lma de escrivinha-dor.)


CRÔNICA RAIVOSA
Como posso escrever qualquer bobagem que deixe de sê-la,
se tudo em mim se revolta por dentro,
Mim devolvendo ao  passado,
Quando aos poucos me encontro querendo me jogar no lixo aonde dormem os porcos?

Dane-se a leitura dessa gente que se acha frescamente abanado,
Pelos sabedores do vento da rasteira,
Produzidos pelo latifúndio da intelectualidade medíocre!

Dane-se a literatura,
Essa que não é. Está Dito!
Mas que por algum motivo escuso,
Alguém que se acha no direito de fazer de trouxa os tolos em dizer que é porque é!

Dane-se quem se preocupa com essa linha da arte,
Que por hoje não engata simples primeira marcha em direção à criação literária de vanguarda!

Vou pôr no entulho e preparar pra  fogueira,
Tudo que leve escrito o que saiu desse sentimento mesquinho.
Página sobre página não ficará incólume das chamas.

Como fui me preocupar com essa praga que se chama leitura,
Que mais adiante fez nascer em mim à ânsia de criar literatura?
Poderia esse que vos esclarece e escravo do saber,
Não ter se preocupado com nada relevante a leitura de qualquer gênero literário.
Estaria livre dos pensamentos hediondos criados ao longo do tempo,
Pela maneira de viver segurando um livro aberto sob o lusco fusco d’uma lâmpada amarelada, para tentar focar a alma.

Como fui gostar dessa bobagem de querer saber desde menino sobre as histórias escritas?

Entendam a minha revolta.
Da literatura não tirei vintém que desse pra alimentar neném.
SE FODA A LITERATURA COM LETRAS MAIÚSCULAS E GARRAFAIS.
Minúscula se tornou essa área da arte para mim de hoje em diante,
Pela desgraceira que fizeram dela ganhar páginas com embustes medíocres.

Não posso mais ver uma página sequer em branco, escrita quero rasgá-la.
Estas não mais me auxiliam me excitando na criação para ver passar o tempo, e na ociosidade fazer algo prestável,
Mim exorcizando de alegria basbaque,
Pela alegria da criação da escrita ter dado a luz.

Vou de agora em diante matar o tempo com bobagem.
Vou pro boteco da esquina.
Pra sinuca.
Pro futebol.
Pras Putas! Elas que limpem as bucetas,
E me ceda  a preço de custo.
Chega de ficar preso ao computador
lendo os disparates daqueles que não tem o que fazer,
se aparelhando de gordura,
Recebendo o corpo o formato da pera.
Chega!
As crianças pedem socorro.
Estão crescendo e querem usar nike,
Passaram do tempo que engoliam qualquer marca.
Chega!
Tou cheio de me preocupar com a passada vida literária de grandes nomes da escrita do passado,
De saber dos que escrevem a esse tempo que corre alheio as causas relevantes da sociedade.
Quero é sair por aí, me espairecer sem pensar em ler e escrever.
Só quero ver e sentir d’agora em diante,
O aroma desumano que transporta pela existência,
Essa gente que se diz relevante pras coisas da arte.

Tou cheio da luta para editar um livro.
Tou cheio de ficar pendurado nos ouvidos dos amigos pedindo que se arvore no mecenato. Foda-se a leitura, a escrita!
Vou suportar ver de hoje em diante somente páginas brancas e olhe lá.
Sem o aparato das letras me consumindo às vistas.
Terei que suportar a carga da inadimplência de escrever
para supostamente lavar a alma,
Como dizem  muitos que escrevem
Achando eu ser mentira, pois acho que querem mesmo é aparecer.
Chega!
Zé Sarmento

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