(Quando
escrevi esse texto tava muito desiludido
com a literatura e sem grana, assim mesmo continuei escrever e desde esse dia
preparei alguns títulos para futuras publicações. Fazer o que, né? Tá no sangue
e nessa’lma de escrivinha-dor.)
CRÔNICA
RAIVOSA
Como
posso escrever qualquer bobagem que deixe de sê-la,
se
tudo em mim se revolta por dentro,
Mim
devolvendo ao passado,
Quando
aos poucos me encontro querendo me jogar no lixo aonde dormem os porcos?
Dane-se
a leitura dessa gente que se acha frescamente abanado,
Pelos
sabedores do vento da rasteira,
Produzidos
pelo latifúndio da intelectualidade medíocre!
Dane-se
a literatura,
Essa
que não é. Está Dito!
Mas
que por algum motivo escuso,
Alguém
que se acha no direito de fazer de trouxa os tolos em dizer que é porque é!
Dane-se
quem se preocupa com essa linha da arte,
Que
por hoje não engata simples primeira marcha em direção à criação literária de
vanguarda!
Vou
pôr no entulho e preparar pra fogueira,
Tudo
que leve escrito o que saiu desse sentimento mesquinho.
Página
sobre página não ficará incólume das chamas.
Como
fui me preocupar com essa praga que se chama leitura,
Que
mais adiante fez nascer em mim à ânsia de criar literatura?
Poderia
esse que vos esclarece e escravo do saber,
Não
ter se preocupado com nada relevante a leitura de qualquer gênero literário.
Estaria
livre dos pensamentos hediondos criados ao longo do tempo,
Pela
maneira de viver segurando um livro aberto sob o lusco fusco d’uma lâmpada
amarelada, para tentar focar a alma.
Como
fui gostar dessa bobagem de querer saber desde menino sobre as histórias
escritas?
Entendam
a minha revolta.
Da
literatura não tirei vintém que desse pra alimentar neném.
SE
FODA A LITERATURA COM LETRAS MAIÚSCULAS E GARRAFAIS.
Minúscula
se tornou essa área da arte para mim de hoje em diante,
Pela
desgraceira que fizeram dela ganhar páginas com embustes medíocres.
Não
posso mais ver uma página sequer em branco, escrita quero rasgá-la.
Estas
não mais me auxiliam me excitando na criação para ver passar o tempo, e na
ociosidade fazer algo prestável,
Mim
exorcizando de alegria basbaque,
Pela
alegria da criação da escrita ter dado a luz.
Vou
de agora em diante matar o tempo com bobagem.
Vou
pro boteco da esquina.
Pra
sinuca.
Pro
futebol.
Pras
Putas! Elas que limpem as bucetas,
E
me ceda a preço de custo.
Chega
de ficar preso ao computador
lendo
os disparates daqueles que não tem o que fazer,
se
aparelhando de gordura,
Recebendo
o corpo o formato da pera.
Chega!
As
crianças pedem socorro.
Estão
crescendo e querem usar nike,
Passaram
do tempo que engoliam qualquer marca.
Chega!
Tou cheio de me preocupar com a
passada vida literária de grandes nomes da escrita do passado,
De
saber dos que escrevem a esse tempo que corre alheio as causas relevantes da
sociedade.
Quero
é sair por aí, me espairecer sem pensar em ler e escrever.
Só
quero ver e sentir d’agora em diante,
O
aroma desumano que transporta pela existência,
Essa
gente que se diz relevante pras coisas da arte.
Tou
cheio da luta para editar um livro.
Tou
cheio de ficar pendurado nos ouvidos dos amigos pedindo que se arvore no
mecenato. Foda-se a leitura, a escrita!
Vou
suportar ver de hoje em diante somente páginas brancas e olhe lá.
Sem
o aparato das letras me consumindo às vistas.
Terei
que suportar a carga da inadimplência de escrever
para
supostamente lavar a alma,
Como
dizem muitos que escrevem
Achando
eu ser mentira, pois acho que querem mesmo é aparecer.
Chega!
Zé Sarmento
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