segunda-feira, 13 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XV
Lapidar-me-ei como metal mais puro
Para suportar essas argolas enfiadas no meu couro indo até os ossos
Moendo uns
Só atritando outros.
Sou responsável por sustentar muitos no meu entorno.
Precisam que eu me vire e revire num girar contínuo para dar-lhes energia.
Sem o meu circular constante
Estarão a mercê do desengano
Pela falta de maturidade.
É assim que tenho que agir numa sociedade
Que ainda não sabe se virar sozinha
E nem sei se um dia saberá
Por fazer parte de mim através dessas correntes e argolas
Que puxam minhas carnes uma hora
Noutra recolhe.
Um responsável há de ter para dar-lhe direção.
Essa direção vem das amarras que me liga a todos pelo meu DNA.
Sou o protetor de indefesos
Por ser tão forte e robusto e segurá-los sem reclamar do sufoco que me dão
Girando no meu entorno.
Os espreito para não fugirem para longe.
Quando isso ocorre
Puxo as corrente que os sustem
Que lhes servem de cárcere
E voltam a consumir minha energia bem mais que os outros
Por ser alguém que gastou bem mais a sua por se retirar para mais longe
E tentar se virar sozinho.
Nossos dias no tempo são assim
E assim vamos levando sem reclamos
Só dessa forma estaremos todos juntos em busca de novo amanhecer.

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