Memorial da casa de taipa onde
nasci
No tempo d’EU menino
Aqui existiu uma tapera humilde
abraçada por barro socado.
Refúgio para uma família
Com muitas crianças querendo mimo de
braços de adultos
E comida no prato para saciar a
fome.
Uma escadinha no tamanho dos
moleques
Apontava a cada dois anos...
Um óvulo fecundado.
Havia fervor no prazer de meu pai e
minha mãe
Ao se amarem abraçados
Na quentura das noites sertanejas.
O catre pocilga de vara de
marmeleiro
Amparava colchão de palha de junco
Sempre pronto para receber corpos se
unindo para fazer novos filhos.
10 vieram ao mundo. 8 escaparam!
Meu eu menino tem em memória a
pobreza.
Base movediça pra motivo de lágrimas
No rosto de Dona Francisca. Minha
mãe!
Ela chorava escondida dos filhos
Em algum canto mal-cheiroso.
Roia restos de unha carcomida pela
aspereza do sabão.
Lavava todo dia fedor de mijo de
trapos da miserável família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário