Tropecei
muitas vezes no meu pé direito
Achando que
o esquerdo já estivesse á frente.
Vivia sob um
cárcere sombreado com grade longe do alcance da mão.
Prisão que fazia movimentar parado um cérebro
em ebulição.
Sentado
tentava roer a unha do dedão do pé.
Não tinha o
que fazer.
Depois da
ida ao psicólogo
Você vai
morrer qualquer dia desses infeliz
Com esse
trauma interior em querer ser alvejado pelo beijo da lua.
Nesse tempo eu
admirava uma mancha lunar nas noites escuras.
Carente
queria abraçá-la como amiga.
Quando o dia nascia
Vinha o sol
de verão me abraçar com seu manto quente
E o vermelhão da sua cor nascente.
Dizia: menino vem pra dentro de mim
Sou teu
amparo
Não quero te
ver no chão pisoteado pelas patas da
engrenagem.
O sistema
quer ver todos iguais a ti, ensanguentado
Puxando uma
perna pro lado, amuletado
Com uma bala
no corpo como presente de aniversário
Endereçada
numa madrugada de buscas por um dinheiro amaldiçoado.
Zé Sarmento
Nenhum comentário:
Postar um comentário