Uma vez ou
outra ando tomando pancada
Sem ser
lançado a esmo por imprudência própria.
Fico sem ter
coragem de devolver ao mesmo modo esses empurrões.
Uns tapas de mão aberta me ferem o sobrolho.
Um murro de
mão fechada me acerta a nuca.
Um pontapé
de MMA desloca meu joelho.
Cabeçada quando
bate no peito joga-me ao chão.
Fico todo
inchado, de corpo doído, alma condoída.
A voz trava,
os sentidos lógicos se esvaem.
Viajo nas nuvens espaças sem enredo pra
segurar minha queda.
Quando dou
por mim fui engolido pelo inimigo voraz.
Usa a
língua e os membros aquecidos pra lançar-me
chamas
E chamuscar mina áurea opaca.
Sempre ligeiro
nas suas artimanhas, estúpido nos atos
Ignorante
nos fatos, levado à austeridade
Comprometido
com a usurpação.
Não tenho
páreo para rebater aos trancos desse inimigo monstro.
Tou sempre
na defensiva sem saber atacar ou defender.
Se fosse
covarde o acertaria pelas costas
O levando a
dar cambalhotas tortas
Na hora que
tivesse maltratando outrem.
Pois que,
por mim, sei que sou duro pra resistir a trancos violentos.
Se agisse
dessa forma ficaria remoçando a vida toda.
Não tive
lições exponenciais
Daquela que
a criança toma da família na formação.
Quando o ensinam
a ser o primeiro pra não fracassar.
Chegue antes de todos, seja esperto.
A vantagem
fará de você um vencedor, um político.
Tomar
bordoada, lapada, se sacrificar sem cobrar
Servir sem
ser servido não é prêmio que quero esconder
E que vem
apenas pra mim
Muitos como EU
escondem por dentro da carcaça humilde.
Vou pra cima
da dor como se fosse prazer
E dane-se!
Não
compreendi como odiar!
No mar que navego quase sempre a maré tá alta.
Pra atravessá-la, aja braçada
...E quando chego à areia
Lá está outro que conseguiu chegar primeiro.
Comeu o que me serviria de abrigo e labor.
Um amigo meu
que morreu dizia: aprende!
Quanto mais
velho fica, menos experimentado!
Isso é o que
dar
Não ter a
malícia pra viver numa sociedade de muitas facetas.
Zé Sarmento
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