PROSIA VI
Ferido e chorando eu uivando vou girando
Por sentir que a dor não é passageira.
Vou tentando parar de rodopiar
Quando mais energia me aquece e me alimenta
Pondo-me a funcionar com mais velocidade.
Não posso parar
Se isso acontecer
Será o fim
E o fim não deixará margem para recomeço.
O recomeço é bom para quem nasceu de família organizada
Segmentada em rocha sólida
Sem ser de gás evaporante e intoxicante.
Como vou seguindo no puxa repuxa das minhas carnes
Logo sucumbirei
Então serei entregue ao fantasma da derrota.
Serão quando as portas se fecharão
Imantando a passagem de um corpo em movimento contínuo
Em busca do prazer de viver
Mas que os outros corpos não deixam
Por serem todos muito egoístas em relação aos demais
Que não se figuram das suas partes.
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