Memorial
da ponte de tábua
Essa
estreita ponte nasceu ao momento da construção da rua 16, ao fundo.
Liga
a vila às outras áreas do perímetro.
Teve
um tempo que ela ficou sem as tábuas.
Eu
em menino usava os trilhos de ferro para atravessar ao sair do ginásio.
Ia
para minha casa que ficava na favela pé de serra.
Eu
era um menino equilibrista.
Não
cheguei a cair lá embaixo no leito do rio seco.
Muitas
crianças não tiveram a mesma sorte.
Alimento
bom para a memória, recebo como presente agora.
De
quando o rio enchia nas chuvas fortes em algum período.
Pular
dessa ponte e sair arrastado pela correnteza era uma festa.
Câmeras
de ar de caminhão e paus de bananeira
Dobravam
a alegria dos meninos ao sair puxados pela correnteza.
As
nuvens se precipitando prolongava a alegria.
Sertanejo
muda muito de humor nas chuvas.
É
quando a alegria assume lugar da tristeza.
E
deixa de migrar como retirante pra São Paulo.
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