segunda-feira, 27 de julho de 2020

MEMORIAL DA CASA DOS AVÓS MATERNOS



Memorial da casa dos avós maternos

Dessa casa de taipa

As lembranças arrefeçam de dentro d’EU menino. 

Meus avós maternos viveram nela até a morte. 

Aqui vinha passear com meus pais e irmãos nos fins de semana. 

A maior lembrança é das festas de casamento das tias. 

Esse terreiro ganhava dança, iluminação de candeias a gás e candeeiro. 

Lembro das facas entrando nos pescoços dos porcos e bodes. 

Galinhas, capotes e perus eram tratados com água fervente. 

Alimento em abundancia entrava pela goela de convidados. 

À noite, a sanfona, o triangulo, a zabumba

Faziam balançar corpos enamorados. 

Se o inverno do ano vindouro fosse de primeira

Mais casamentos com festança tava garantido. 

Meu Eu menino andava por todo canto desse pedaço de chão. 

Era curioso para descobrir cada palmo de terra cultivada aqui. 

Tinha medo de vaca braba quando a encontrava perdida do rebanho

E fazia barulho com o chocalho balançando.

Telengo tengo, Telengo tengo...

Me expulsou pra Sum Paulo!

 


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