quinta-feira, 15 de setembro de 2016

MONALISA DONNA MINHA IX (continuação)

181-Mona Lisa
Isso aqui, ó, vou querer na ocasião, lecionar a todo cidadão que obrigado pelo dever pátrio cumprir suas obrigações dentro e fora do esquema que lhe foi implantado, começará a respeitar o sentimento do outro e não magoá-lo, infiltrando bases contraditórias, levando ao casebre onde se esconde a falsidade ideológica, centenas de normas preestabelecidas. Será que essa força não merece um tantinho assim de consideração e humanismo?

182-Da Vinci-
O meu compromisso é varrer pra mente, lugar diferente de comportamento a todos que têm nos dias o que levam para o nada.

183-Mona Lisa-
Será que terão a paz tão desejada, ou vão ser para sempre finados entulhando espaços daquele lugar? 

184-Da Vinci-
Não sei, mas mesmo vivendo amedrontados, um dia terão a tranquilidade mesmo que seja pela metade.

185-Mona Lisa-
Estou amedrontada, quase finado desse lugar em que vivo desde que nasci. Eu podia partir para arranjar por lá uma revolução armada, só assim aquele povo morreria de uma só vez e não se agoniaria de tanto sofrer na lentidão, em busca do respiro derradeiro.

186-Da Vinci-
Primeiro você vai ver naquele povo que sabe de antemão, que  os túmulos lá no céu estão reservados para sempre, pela promessa vigente de frequentar por diversas vezes no ano, as muitas religiões.

187-Mona Lisa-
Acham que vão encontrar a paz que todos procuram, pelo fato de serem bonzinhos e viverem engajados por normas ultrapassadas.

188-Da Vinci-
Esquece Mona e cante antes do sol se por no horizonte e te faça uma pessoa infeliz, se opondo contra teus ensinamentos e invencionices.

189-Mona Lisa-
Sou corpo sem vida, por briga,
Carnes sem células, apagadas, frias.
Roubei o que foi do dono rei
E morri dentro da lei.
Lei de guerra, de fera desperta.

190-Da Vinci-
Entre todas as tochas que se escondem apagadas no ar dos esconderijos dos mal-feitores, está um cavalheiro atiçando suposto pingo de energia que ainda a alimenta.

191-Mona Lisa-
Todos vão precisar de um pingo de energia retirada da fonte mais cristalina de água para alimentar os egos que não param de querer comer o que lhes resta.

193-Da Vinci-
Digo que entre todas as garras dos descampados da lei, está um que se diz de esquerda a querer permanecer, e um da direita a se promover.

194-Mona Lisa-
São os olhos do querer sempre querendo ter uma força desconhecida para encontrar força explosiva.

195-Mona Lisa-
Venha querido, aqui perto de mim, jogue água na minha cabeça, ela pega fogo, molhe o meu corpo e bata-me de cão, faça-me de chão, escravo do anão, só assim encontrarás uma pedra jogada da contra mão.

196-Da Vinci-
Vou não, você sabe que eu sou um pobre sem olho definitivo para enxergar o intuitivo que gira perto de mim, sou um pobre tesouro que achou de se ver gente no nascer da esperança. Se eu for, me colocarás veneno no mel que se perderá na cor da cal que pintará a suposta paz que nunca vem pra esse que capenga em busca de não sei quê.

197-Mona Lisa-
Faça-me de luz também meu bem, menina de lábios de mel, centelha de clarão no céu bem além e terás meu perdão no futuro que vem, tão depressa quanto a queda de quem parou de produzir o seu festim.

198-Da Vinci-
Não mim xingue de nada, filhote de cachorro vira-lata, capão magrelão safadão,  pobre caixão de pobre velório de tristeza por morte matada, assim me atirarás para o  mundo vazio.

199-Mona Lisa-
Venha aqui, Da Vinci, me olhe por cima da crista da onda sem arrogância, me veja como um cacho de uvas fazendo-me descachar e cair no pasto do seu que é meu, só assim me verás alegre, labareda tremendo iluminando meu semblante que deixará de ser triste pra se engmático. Talvez só daqui a muitos anos, venha àquele povo ser reconhecido como a mais intrigante e instigante nação que já se teve conhecimento. Mas vem cá, Da Vinci, vem pra mim, vamos parar de conversa mole.Vem tesouro, vem parar sobre mim nessa  hora de meu estouro sentimental. Pega logo nos meus seios e mim pinta  como está, escondido por esse vestido preto. Retira de mim o suco da felicidade. O Orgasmo.

200-Da Vinci
Deixe de falar bobagem! Não ver que aquela gente descontente pode se deixar levar outra vez ao desespero  pelas tuas palavras. Está escrito bem na frente, às vistas de cada um, a insatisfação que causa o absurdo dos que detém o poder.

201-Mona Lisa
Você é insuficiente pra degustar toda  bacalhoada de sujeitos imbecis e manobristas da esfera estúpida que tem em cada um. É o marginalizante do simples aparato de aparelhos bélicos, administrador da máquina em constante evolução que, apertada num ponto de toque cruel, será capaz de dar paz a todos na esfera de humanos tolos.

202-Da Vinci
De flores límpidas!

203-Mona Lisa-
De brutos fracos!

204-Da Vinci
De mentes chochas!

205-Mona Lisa
Voltemos ao mundo de todo dia descoberto no arrombo de uma porta, na aceleração do dinheiro passando de mão em mão indo parar sempre nas mesmas desencardidas mãos.

206-Da Vinci
No escurinho do cinema de qualquer repartição e sessão, no temível secreto que possui cada cidadão.

207-Mona Lisa
Vão parar na Suíça a mando de maus hábitos dos habitantes que manda e desmanda naquela gente de olho vazado pelo tiro que um dia vai sair pela culatra.

208-Da Vinci
Por isso serão os destruidores da esfera pintada de farda, sei lá, cacoete, caqui de cores diversas, que multiplicarão as cicatrizes pelo corte da navalha dispersa.

209-Mona Lisa
Serão o espírito encarnado voltando dos túmulos dos vivos, sangrando cada pedaço de gente que se disfarce no presente como agente de segurança, envenenando de suborno racial o percentual de maldade que cada um carrega dentro de si.

210-Da Vinci-
Faça-me de água suja de pinico, corrente sem rio, sem cristal anil, um soldado matador, mulher sem marido com renca de filho pra sustentar sozinha, garoto do não de azougado tufão sem conseguir vender as flores criadas do chão, assim me verás banido atirando supetão em diversas direções.


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