terça-feira, 13 de setembro de 2016

MONALISA DONNA MINHA VIII (continuação)

151-Mona Lisa
Eu quero é trabalho real, com salário justo do capital.

152-Da Vinci
Eu quero é viver em paz por dentro de mim, trazendo nas mãos respingadas de diversas cores de tinta, a razão da minha convivência entre as pessoas de bem.

153-Mona Lisa
Sai pra lá tufão de gente, esse refrão que cantas não encanta a minha função de continuar sendo tua prostituta e estátua firme para a reprodução artística.

154-Da Vinci
Ora cara mísera embriagada de pouca fé, receptora de toda defesa indefesa. Cautela  com a bela que és. Para sempre não terás a aurora viçosa da vida. Sai pela minha tangente e põe na boca do povo o que precisa ser dito e desdito para ensinar a ser e o que querem: pão, amor e religião e arma cautelosa como caldo de feijão para matar as ilusões.

155-Mona Lisa
Sai de mim, mal da luta. Essa tua conversa não funcionará na fuça daquele povo. Essa conversa será insuficiente para a degustação sobre o fogo cruzado de fogos bélicos. Se disparares, vai pegar justo no coração daqueles que pretendem ter o poder para sempre como soberano.  Incendiará a ilusão de que pelo poder vale tudo.

156-Da Vinci
Eu quero flores aqui comigo pra me lambuzar me alimentando delas e para tê-las na inspiração da criação do teu semblante.

157-Mona Lisa
Flores não vêm de brutos fracos intimamente, acorrentado para sempre num passado equidistante.

158-Da Vinci
Eu gostaria de cantar e dançar pra esquecer o refrão do passado que me impôs maioridade na pequenez da vida ainda, pelos dias de todo dia me fazer debochado no arrombo de uma porta, na aceleração de um automóvel, no disparo de arma de fogo matando a intuição construtiva de um jovem estudante sonhando em mudar a direção do errado eixo das promessas de campanhas repugnantes.

159-Mona Lisa
Custará caro ao pó que formou a terra depois de toda gleba em festa a sua sabedoria.

160-Da Vinci
Custará cara a todos, inclusive ao rei que se diz lei, o emblema que lhe vale o mais alto estigma, a sua sabedoria.

161-Mona Lisa
Valerá mais caro a mais pobre região o ávido falar do seu refrão.

162-Da Vinci
A defesa irá aplaudir os defensores da lei, o sorriso dos belos emblemas que formarão aquela nação.

163-Mona Lisa
Olha lá, veja onde estão todos os  mandatários preparados com as cordas de enforcar as ilusões daqueles que não conseguem os espancar por força mínima que não tem.

164-Da Vinci
São todos eles micróbios empoleirados nas cortinas infestadas de olhares indefesos. Fazem parte das cantinas e latrinas da urbe desorganizada. São Homens sonhadores que querem provar das aptidões alheias, mas levam nos seus sonhos a carga de não caber. Pagam preço muito alto pro que vale a sabedoria que não é fina, esquecendo que o bispo da cidade não quis benzer o seu jeito fulo de viver.

165-Mona Lisa
Vou voando com minhas asas de alar pelo túnel do prazer, vendo o mundo deslizando em profusão. Vou tentando fazer fusão com o destino de todos que não sabem o quer, por não ter a cabeça cerimoniosa da glória do aprender ser.

166-Da Vinci
Acho que vou retirar todos os descrentes do túnel lamacento e lhes dar barras de ouro, fazer reluzir na força do seu desejo o metal precioso. Vou fazê-los crentes que podem ir parar no portão da glória e mudar a direção do vento que sopra em passos arrepiantes, pra ver se encontrarão na  parte individual, o coletivo, que é o que dá força para a solução dos problemas de todos.

167-Mona Lisa
Veja que a terra não cobra o bastante para pôr na mesa da sociedade, um bocado de estoque, pede apenas que seja lisonjeada pelo adubo orgânico e não pelos pólos débeis mentais da pureza química.

168-Da Vinci
Eu sou filho do estado onde minha mãe foi criada e gerada assim como você. A genética nos fez nascer para ser o que somos, mas àquele povo crescerá pensando que vai fazer mudança de caráter e opinião aos espiões da companhia CIA de um país ao norte do continente.

169-Mona Lisa
Talvez só daqui há muitos anos, venha àquele povo ser reconhecido como a mais intrigante e instigante nação que já se teve conhecimento.
Mas vem cá, Da Vinci, vem pra mim, vamos parar de conversa mole.Vem tesouro, vem parar sobre mim nessa  hora de meu estouro sentimental. Pega logo nos meus seios e me pinta  como está, escondido por esse vestido preto. Retira de mim o suco da felicidade. O Orgasmo.

170-Da Vinci
Deixe de falar bobagem! Não ver que aquela gente descontente pode se deixar levar outra vez ao desespero  pelas tuas palavras. Está escrito bem na frente, às vistas de cada um, a insatisfação que causa o absurdo dos que detém o poder.

171-Mona Lisa
Você é insuficiente pra degustar toda  bacalhoada de sujeitos imbecis e manobristas da esfera estúpida que tem em cada um. É o marginalizante do simples aparato de aparelhos bélicos, administrador da máquina em constante evolução que, apertada num ponto de toque cruel, será capaz de dar paz a todos na esfera de humanos tolos.

172-Da Vinci
De flores límpidas!

173-Mona Lisa-
De brutos fracos!

174-Da Vinci
De mentes chochas!

175-Mona Lisa
Voltemos ao mundo de todo dia descoberto no arrombo de uma porta, na aceleração do dinheiro passando de mão em mão indo parar sempre nas mesmas desencardidas mãos.

176-Da Vinci
No escurinho do cinema de qualquer repartição e sessão, no temível secreto que possui cada cidadão.

177-Mona Lisa
Vão parar na Suíça a mando de maus hábitos dos habitantes que manda e desmanda naquela gente de olho vazado pelo tiro que um dia vai sair pela culatra.

178-Da Vinci
Por isso serão os destruidores da esfera pintada de farda, sei lá, cacoete, cáqui de cores diversas, que multiplicarão as cicatrizes pelo corte da navalha dispersa.

179-Mona Lisa
Serão o espírito encarnado voltando dos túmulos dos vivos, sangrando cada pedaço de gente que se disfarce no presente como agente de segurança, envenenando de suborno racial o percentual de maldade que cada um carrega dentro de si.

80-Da Vinci
Não quero levar nenhum dos descrentes a marginalidade total, nem levar os críticos, por serem falhos e fracos na hora da consumação da ação de explorar o que está escrito na comunicação de massa, a força a forca.


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