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sexta-feira, 22 de julho de 2011
CONTO: UMA MINA DE DOENTE
O quase morto sobre mesa de operação espera atendimento.
O levaram ao hospital na correia, “pra ontem”.
Na azáfama do vestir-se dos médicos de plantão do grande hospital, os parentes dão de cara com situação comum a muitos que estão à beira da morte: o seguro de saúde não dando direito a que os opere, mesmo com tanta emergência.
Depois de muitos telefonemas e discussões acaloradas
O homem foi aberto pela altura do tórax.
Mostrando muita pressa a equipe, não para salvar o paciente, mas para ir ao garimpo pelo corpo retesado na mesa de cirurgia. Descobriram que o homem era um tesouro nômade.
Divertiam entre si, achando muita graça pela forma que estavam ficando ricos tendo pouco trabalho. Cada vez que encontrava novo veio pelo corpo do paciente, batiam na mão um do outro para dar prova da amizade.
Corte feito mais abaixo do anterior, acabou retirando dos rins, preciosa pedra diamante de alguns kilates. Preço bom no mercado de joias iam pegar. Sussurraram com caras de certa alegria introspectiva para não dá margem em serem descobertos, dizendo que o homem era realmente um baú da felicidade.
Quanto mais retiravam pedras preciosas de “o homem das joias por dentro do corpo, mais ricos ficavam.
Cortaram o quase morto em muitas partes e cada vez que pelo seu interior entravam, mais pedras de maior valor iam encontrando, por sua vez, mais cortes iam fazendo.
Da sola dos pés retiraram algumas chapas em ouro maciço no mesmo formato, das batatas das pernas centenas de pequenas pepitas de diamantes, colados nas paredes das costelas, muitos colares de pérolas vindas de trabalho de ostras gigantes de mares abissais.
Verdadeira autópsia fora feita sem saberem se o paciente já era finado ou não, por terem lhe cortado os bíceps dos braços, os tríceps, peitoral, serrátil, reto do abdome, reto da coxa, vasto lateral, fibular curto, o trapézio.
Descobriram que os músculos que deveriam ser de material humano, era de metais e pedras preciosos.
Depois de tantos cortes e costuras para suturá-los, viram que a produção fora de monta superior ao que achou que iam encontrar. Bandejas se encontravam cheias de diversas joias seculares da família.
A dificuldade entre eles em discussão chegando a ser acalorada, mas sem vir do esôfago o som de viva voz, era com quem ia ficar as pedras, pela desconfiança que um sentia do outro, porque se conheciam e sabiam do trabalho que dava para faturar dinheiro de pessoas que ainda não estão nas últimas, facilitando o ganho dos que estão para ir ao reino do desconhecido, por ser a vida de um ente querido de valor incalculável.
Fácil para o cirurgião chefe foi informar a responsável pelo paciente de que ele não resistiu à cirurgia e acabou escafedendo.
Para ganhar tempo e não levar a família gastar mais dinheiro, disse o médico chefe que a autopsia já estava feita, que o defunto realmente morreu de infarto do miocárdio.
Mostrando a carteira do Conselho Regional de Medicina, informou que tem graduação e licença para fazer autopsia, cirurgia plástica, cardíaca, gástrica. É um pesquisador nato da anatomia humana e, busca incansavelmente ficar conhecido pelos meios científicos da medicina e também se tornar popular através da televisão, do radio, de jornal, revista e livros que escreve técnico e até de ficção.
Esse médico é fera!
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