quarta-feira, 7 de setembro de 2016

MONALISA DONA MINHA V (continuação)

70-Mona Lisa-
Não, Da Vinci, nós não teremos tempo de distinguir ninguém, quem é bom quem é ruim, quem é de índole medianada para os dois lados. Andar pra qualquer lado vai ser o meio que irão encontrar para serem politicamente corretos e cordeirinhos campestres. Ficarão com a ignorância que vem do desconhecimento, se tornarão enlatados paus mandados presos na garganta, pois pela fala nada vão exprimir com sabedoria de bom entender das coisas passadas e presente... Sai cão danado, me ensina a divagar e não ser realista, a realidade é dor pelas vistas dos pessimistas.

71-Da Vinci-
Vou aprender a transar e transitar na faculdade do governo, nos colegiados das freiras de pureza sólida desfilarei  meu prazer. Vou tentar trabalhar para o aperfeiçoamento da mente daquela gente, vou tentar os evoluir intelectualmente para a gramática e matemática dos dias.

72-Mona Lisa-
Com o saber vão é aprender empurrar a mão no tesouro do povo, isso sim! Vão comprar usinas de álcool combustíveis e fabricá-los com substancias tóxicas impertinentes, adquirir acres e mais acres de terra para plantar o que faz a população viajar para fora da realidade, vão arranjar emprego de chefia em repartições públicas para conseguir desfalcar os cofres da educação, alimentação, e um bocado de órgãos por onde corre rios de dinheiro sem dono vão vazar.

73-Da Vinci-
É verdade minha Cara Vivaldina Putinha, pra elucidar solução pro problema dessa tal nação, temos que pôr os pingos nos is e dá  entender, que ele deve deixar de ser um simples e besta traço seguindo na vertical, produzindo de tudo com salário de fome para bem mais enriquecer quem tem sede de poder.

74-Mona Lisa-
Ainda bem que você concorda comigo e dar valor mais elevado ao meu tempo de prostituta. Digo que não quero destruir o seu tempo o levando para a prisão de inocentes fraudados pela incoerência.

75-Da Vinci-
Eu definho no meu canto vendo você flamar tão grande obediência ao seu superior estado de coisas e vejo como um peixe no anzol do pescador, debatendo o rabo, as barbatanas, querendo voltar ao seu lago doce abrigo. O anzol, o imaginou que era de sabão. O lago se encheu de espuma e nós caímos dentro dele para lavar nossos corpos aferventados de sedução. A banheira do mundo ficará pequena para a criatura e a  criação, será preciso um espaço maior que o mundo para podermos amar até a morte.

76-Mona Lisa-
Vou embora desse lugar, abandonar a ninfa febril que tem dentro de mim e que você retrata assim assado, deixar de ser cruel e egoísta como o seu espírito de liberdade. Esse fel que por ventura eu vier carregar no futuro, poder ser o destruidor de muitos direitos.

77-Da Vinci-
Olha aqui, Mona, entre uma direita e uma esquerda existe sempre um pavio tóxico para ser  aceso  e proporcionar mais a frente o fogo da salvação. Dependendo do ângulo que se observe, existe sempre uma carapuça pra enxugar as lágrimas de quem chora copiosamente. Pense minha querida, no futuro do rei que embriagará as leis enviando normas pré-estabelecidas para a cidadania dessa nova terra Brasilis.

78-Mona Lisa-
Amarre-me os punhos, me puxe pela cidade das fadas, pois aqui tá foda viver, faça de mim uma cadela, depois me deixe num poste de luz apagada para eu urinar e ninguém me ver se foder de embriaguês congênita pela falta que me faz ser gente reconhecida como gente.


79-Da Vinci-
Se eu pudesse amarraria mesmo, só pra você não pôr essa mão suja de terror no meu amor interno fatigado de ti. Juro que estou querendo dizer a mim mesmo que não te quero ver nem de costas. Que não gostaria mais de deitar contigo, falar contigo, assim você me acaba. Veja, não consigo levantar os meus braços para te pintar, nem com reza de pai-de-santo braba ou de benzedeira caducante ele se erguerá.

80-Mona Lisa-
Eu quero é mais. Pensando bem eu quero você dentro de mim por muito mais. Vem grande tesouro, estoura minha boiada meu cativeiro e me solta pra vida embelezada, esmigalha minhas carnes, faz de mim uma mulher vaca.


81-Da Vinci-
Seu amor pra mim é dor, deixou de ser aquele amorzão maioral e imoral...Relaxe, deixe passar alguns minutos, quem sabe, horas, dias,  meses e anos. Com o tempo você pode fazer-me acostumar a você e a sua ninfomaníaca sedução.

82-Mona Lisa-
Não me chame assim, Da Vinci, se assim me considerares, me verás entre o cúmulo do absurdo, farrapo de gente de nádegas pra fora por falta de camisola a cobrir-lhe os fundos.

83-Da Vinci-
Você vai ficar de ventre pro ar, pescoço entre muitas cordas, soluçando o perdão dos mestres da ação.

84-Mona Lisa-
Aquieta-me então ou viro um danado a queimar o consumismo. Extermino todos os prédios, viadutos, passarelas. Destruo o trem lotado que vai do ABCD a estação Francisco Mourato. Ponho fogo nas chaminés da desnutrição da gente daquele país e não corro como égua perdida da rédea do seu domador.

85-Da Vinci-
Eu é que sou um acumulador de eterna ventura querendo me prevalecer da espessura do vídeo da tv.

86-Mona Lisa-
Sai assaz, canivete valente, podre dependente de muitos afins. Quero cortar os nervos dos bajuladores para ver se eles perdem a língua e para de chupar os ovos do patrão. Quero cortar os pés daquele coitado trabalhador de marmita na mão, pra ver se ele ficará parado pra enxergar a sua degradação.

87-Da Vinci-
Acho melhor você fechar  essa boca falante e deixar de ser farsante, antes do sol perder seu ultimo suspiro raio raivoso e te infiltrar na terra do martírio, assolando a cruz do seu destino no asilo purgatório do ferro de ferrar os esquecidos.

88-Mona Lisa-
Pare com isso comigo, Da Vinci, senão te faço uma bomba ambulante, uma criança abandonada errante nadando nas águas arrepiantes  do rio Tietê sem coberta para cobrir-lhe o corpo.

89-Da Vinci-
Ah, sai dessa, deixa de desnudar esse corpo que o povo não quer ver. Só tua cara exposta em moldura vai ser bastante para os pelegos visitantes.

90-Mona Lisa-

Você vai é precisar de uma chave em forma de efervescência, o elo das grandes virtudes, pra se desfazer do burro que é, podendo vir a virar cadáver no futuro pelos fardados fora-da-lei.

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