Sonhei um dia desses
Meu ânus migrando de lugar no meu corpo.
De entre as nádegas, veio parar numa das mãos.
Não satisfeito em ficar nesta mão que escolheu
Correu para a outra.
Não gostou eu ter usado a que estava livre dele
Para tentar retirá-lo da que tinha se apossado.
Desta mão, brincando de gato e rato
Eu era o gato, ele o rato
Foi parar no peito, imagine onde me caguei
Depois de um peido frouxo.
Noutro dia, migrando do peito foi parar num olho.
No banheiro, na hora de evacuar, senti um fedor dos
diabos
Como vocês veem, meu olho fica do lado do nariz.
Até aí tudo bem, e tudo mal, o meu medo era o meu
ânus ir parar na boca
Como ia comer se ele de lá não saísse
Se é pela boca que enfiamos pra dentro o que comemos
Se é pelo ânus que retiramos?
Xinguei, xinguei, mas não teve jeito.
Numa hora qualquer de um dia qualquer
Quando certa
pizza caiu mau no estomago
Acabou indo parar na boca o infeliz.
Gritei, chega cu desgraçado! Tou farto de você!
Saia do meu corpo em definitivo
Mim deixe estourar de tanto guardar merda,
Neste corpo de natureza humana, cu
Quem manda sou eu...e não um cagão igual você!
Meu cú é pessoa que não me compreende desde que nos
relacionamos.
Falando isto, meu ânus nervoso foi parar na cabeça
do meu pau
E aí eu perguntei, será que esse filho da puta é
viado?
Dito isto, ele se tocou e voltou pro lugar de origem.
Acho que tem medo de levar porrada dos machos
que andam pela Av. Paulista.
Hoje tá no lugar certo, entre as minhas nádegas
Só servindo para cagar o que como com parcimônia.
Mim disse um dia desses
Se eu continuasse a comer desarvorado e sem educação
Iria se revoltar novamente e migrar para partes de
mim que ficasse exposta
para todos verem que seria um cu em guerra com a
minha pessoa.
Eu, por aprender a respeitá-lo, fazendo passar por
ele excremento de bom adubo, por comer só quinhão que me satisfaz
Viramos amigos
Afinal somos unidos no mesmo corpo e filhos dos
mesmos sentimentos humanitários.
Pra que brigar com alguém que a gente tanto precisa
e quer por perto a qualquer hora
Principalmente nas horas de uma bela cagada na vida.
Zé Sarmento
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