sexta-feira, 10 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA

PROSIA XIV
Minhas argolas e correntes são ações do melhor aço
Que sustenta outros corpos de mesmo aço
Forjado sob a pressão de composição de milhares de anos.
Aço que se retirado de minhas carnes
Perderá importância
Por ser eu e ele o suporte para girar dando sobrevida a quem a mim pertence
Se por qualquer questão vier desse forte corpo precisar.
Sou aço sem combinação de qualquer outra matéria
Purificado e de pureza inexpugnável.
Assim como o meu corpo rodopia ininterrupto
Para o fim de produzir sustentabilidade
E para o fim de dar vida aos corpos que ainda não ganharam da existência resistência
Capaz de lhes dar segurança e seguir seu curso sozinho
Sou o aço que os sustem girando em torno de mim
Seguro pelo aço da existência eterna.
Cada um que nascer
Filho desse aço forjado na melhor larva de sangue
Que corre do meu corpo explorado infinitamente
Será um titânico corpo que não se desencorajará
Nos momentos em que o monstro mostrar as garras.
Assombro que será destruído com a ajuda de todos que se somarão
Para formar um conjunto uniforme para ver o inimigo ao chão.
Só assim os filhos desse aço enfiado em mim arrancando do meu corpo as piores dores
Serão reverenciados como o senhor de todos os tempos
Por se compor da dádiva de não se entregar ao vão da derrota.
Desse aço foi feito e será refeito quem a eu pertencer
E entender que deve seguir em frente
Sem esbarrar nos acontecimentos que amortecem as mentes impuras.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XIII
Num tempo ou noutro posso me desfazer de tudo
Mas sei que é uma liberdade ilusória
De passagem.
Tento rever no fundo da alma
Passagens de um passado distante
Que se torna meu amigo bem próximo
Arrasando meu corpo ao puxar mais as correntes.
Mas tudo não passa de Ilusão que se forma para sempre
Dentro deste corpo em movimento
Em busca do repouso suave dos meus coirmãos.
Tudo não passa de ilusão alimentada pela fé
De quem ainda não perdeu a esperança de fazer coisas acontecerem
De modo a melhorar o aparato da sensibilidade
Que é ser um “quase humano” preso ao sistema
Que infinitamente
Não existe para pôr os olhos
E olhar mais adiante
Como se fora verdade tudo que existe ao derredor do meu corpo.
Alimento o fetiche de um dia parar para ensinar a quem não respeita os pros e os contras
E dar uma lição a quem se faz de arrogante
A quem não consegue harmonia de convivência em sociedade
Isto que suscita em harmonia para todos.
Girando sem parar
Estarei também me perdendo de pensar o quanto é ruim está se gastando
Com essas ferramentas de pensamentos que não levam a nada.
Poderia dizer que quem pensa cria
Mas nesse caso estou gastando o que tenho como reserva de inteligência
Para pensar o nada.
O nada me sufoca
Mas é ele que uma vez ou outra
Quer dominar à lógica que tenho que seguir.
Dando vida e recebendo
Só assim estarei apto a ser o pai e a mãe de quem precisa de um porto seguro
Para ancorar suas realizações e frustrações.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA XII
Ninguém é dono de ninguém nesse poderoso universo de sabedoria e labuta
Que se movimenta em busca de energia para passar a frente mais sabedoria necessária
Para o cientificismo do saber
De como funciona eu e meus outros menores presos a mim.
Somos um só
Mesmo separados
Porque estão os outros agarrados a mim
Separados por uma distância calculada milimetricamente
Para que nenhum acidente aconteça.
Sem a distância de uns aos outros
Estaria se precipitando grave crise existencial entre um e outro corpo
Que me pertence
E no fim
Poderia acontecer uma catástrofe daquelas
Que todos saem perdendo
Por serem todos ligados uns aos outros por meio da qual
A energia é à base de sustentação e união.
Não só as correntes presas nas argolas que são presas ao meu corpo
E trabalham esticadas
Devido a minha velocidade de girar sem parar gastando energia
E ao mesmo tempo produzindo
Precipitarão para o abismo da destruição.
Os outros corpos do entorno de mim
E o entorno dos outros corpos menores do entorno de mim
Também irão sentir o efeito dessa explosiva catástrofe
Que pode ser evitada
Se todos entenderem
Que cada um deve fazer sua parte
Para que tudo se ajuste no universo sócio-familiar .

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA

PROSIA XI
Esse giro continuado é tudo que preciso
Para que todos se alimentem e ganhem vida renovada.
Sei que os inimigos querem me destruir sem parar
Mas me renovo devido minha capacidade de encontrar energia de que preciso
Para seguir sobre o nebuloso que está meu universo
E resguardar de supostas fúrias os corpos de minha genética.
Tudo produzido pela ganância de outros corpos que não me pertencem
E querem ficar com a maior parte da energia produzida por todos
E bem mais por mim
Por ser eu o responsável pela produção de tudo que o meu espaço produz.
Sei que sou de todos
Que fui repartido em minúsculos pedaços
Desde a chagada dos corpos sobre o meu
E se prenderam pelas correntes que me sangram
Mas deveriam ser mais bem acomodados
E saberem dividir o que me pertence com quem pertence a mim
E são meus irmãos e filhos.
Poderia me enfurecer?
Poderia
Daí daria uma lição aos corpos que precisam saber
Que tudo que me pertence
Concerne a todos
Não só aos corpos que se dizem querer levar vantagem em tudo
E que fazem e pensam ser o meu dono.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA


PROSIA X
Tenho consciência da minha importância
Para tantos que precisam que eu viva girando
Num rodopio endoidecido
Mas linearmente produzido.
Tudo muito bem calculado pelos números que me capacitam
A ser o centro de tudo que existe agarrado no meu corpo
Preso pelas correntes
Que são presas pelas argolas que puxam e repuxam minhas carnes
Que me ensangüentam e me retrai de vez em quando
A um grande sofrimento
Por ver que aquilo que outros corpos do entorno de mim produzem
Estão me destruindo
E me destituindo de ser o pai de todos
Que são agarrados em mim
Pelas corrente sempre esticadas que seguram os outros corpos
E se movimentam pela minha energia está sempre carregada de força
Capaz de girar todos que me pertencem.
Sem esse pertencimento dos corpos presos a mim
Eu também deixarei de movimentar girando sem parar.
Eles são um benefício para que eu sobreviva.
Trabalho árduo sei que dão
Mas para mim é uma gratificação serem pertencentes ao meu corpo
E fazerem parte de mim
Todos os corpos que estão agarrados ao meu.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA



PROSIA IX
Sou o todo poderoso sem muito poder de demanda
Que sustenta os outros que se dizem menores
Mas que não são.
São menores de dimensão
Mas muito importantes para que eu sobreviva
E passe a frente à necessidade de todos em conjunto encontrar eficácia
Também como eu encontro nessa circulação
Que não me retrai nem me deixa abrandar.
Preciso seguir circulando para não esvaecer.
Se por acaso isso ocorrer
Estaremos todos entrando numa rota de colisão
Então será o fim de um corpo como eu
Que tem tanta força e vontade de ajudar aos demais que sei que precisam de mim.
Sei que sou um gigante dono dessa força capaz de ajudar a quem precisa
Mas para isso
Preciso cobrar que os outros também se entreguem e se movimentem
E saibam que sou preciso trabalhar bem mais que eles
Para fazê-los viver recebendo energia que eu produzo
Através dos tempos sem parar
Mas que não a quero oferecer de graça.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA

PROSIA VIII
Se eu parar
Para todos outros movimentos e
Os outros parando
Estarão se chocando no desentendimento.
Ao se chocarem
Produzirão uma onda de energia suficiente para explodir todos os outros módulos
Que circulam junto ao meu corpo
Que se movimenta puxando quem precisa de mim
Para também se movimentar e
Circular num contínuo atuar para sobreviver e fazer sobreviver aos outros.
No circular contínuo
Estarão gastando energia e ao mesmo tempo produzindo.
Esse movimento moto-perpétuo me faz eternizado no espaço sem interrupção
Passando aos demais corpos
Que estão agarrados e presos a mim
Pelas correntes que não se partem e não se afrouxam.
Se isto ocorrer
Será o fim da produção de energia e gasto total dela.
Sem renovação dessa energia
Não se alcança estágios capazes de fazer os corpos entenderem
Que cada um deve fazer sua parte
Para que o todo desse meu universo funcione
Sem promessa de que tudo não passe de um circuito interligado
Mas sem inteligência
Só amparado na capacidade de se ajudarem mutuamente
Para seguir rumo aos anos vividos que me faz circular sem esmorecer.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA




PROSIA VII
Que prazer de viver terá esse corpo em movimento contínuo
Alimentado pelo lixo produzido pela industrialização de massa
Que suja de imundícies e desestabiliza dos víeis
Que se quer como meta para melhorar a vida dos outros corpos
Agarrados ao meu
Pelas correntes e argolas que me puxam as carnes?
Um dia sucumbirei
Se arestas não forem aparadas para regulamentar
O quanto posso suportar e me renovar com o tempo que não me espera parar.
Como sei que o tempo não espera ninguém
Se eu e os MEUS não acordarmos para a vida
Seremos tragados e triturados pela máquina de produzir ilusão.
A ilusão é uma montanha difícil de transpor
Justamente por isso a dificuldade em escalá-la será mais difícil
Pelo limbo deslizante que o inimigo produz
Não nos deixar escalá-la.

VIVER É ESTAR ACORRENTADO AO SISTEMA

PROSIA VI
Ferido e chorando eu uivando vou girando
Por sentir que a dor não é passageira.
Vou tentando parar de rodopiar
Quando mais energia me aquece e me alimenta
Pondo-me a funcionar com mais velocidade.
Não posso parar
Se isso acontecer
Será o fim
E o fim não deixará margem para recomeço.
O recomeço é bom para quem nasceu de família organizada
Segmentada em rocha sólida
Sem ser de gás evaporante e intoxicante.
Como vou seguindo no puxa repuxa das minhas carnes
Logo sucumbirei
Então serei entregue ao fantasma da derrota.
Serão quando as portas se fecharão
Imantando a passagem de um corpo em movimento contínuo
Em busca do prazer de viver
Mas que os outros corpos não deixam
Por serem todos muito egoístas em relação aos demais
Que não se figuram das suas partes.