terça-feira, 17 de julho de 2007

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segunda-feira, 16 de julho de 2007


José Marques Sarmento, nasceu na Paraíba, mora em São Paulo desde 1977 e trabalha como gaffer cinematográfico. Casado, quatro filhos. Apesar de ter concluído sua alfabetização aos 14 anos, o romance O sequestro do negativo exposto é seu sexto livro. É autor de: Um homem Quase Perfeito, A Revolução dos Corvos, Urbanóides:um caos paulistano, Paraisópolis: caminhos de vida e morte e O Sequestro do Negativo Exposto.
Conseguiu editar seus livros graças a lei de incentivo a cultura do municipio de São Paulo, lei 10.923.
Tem mais 4 livros "romances" prontos no word de nomes provisório:Por Justa Causa, (250pg) - Abaixo o Amor,(150pg) - Ângela:um jardim no vermelho,(180pg) -
Jose Marques Sarmento, o operário da luz, iluminado pela literatura.

O corpo era um molejo

Homenzinho franzino, estatura baixa, demonstrava claramente ter passado muitas dificuldades quando criança.
Mané Fufuba, este era seu apelido herdado desde a infância, ganhando mais a frente, novo apelido,"Catabi" por andar trupicando.

O gingado no corpo o fazia quase um boneco Mamolengo.
Bonezinho cobrindo as entradas, óculos escuro para fugir da claridade medonha de sertão. Figura extravabunda.

Sua performance junto aos amigos de bebedeira era de pura chacota.
O que mais o divertia era viver intensamente, fora o trabalho que o castigava muito, mas isso não lhe tirava o animo para a diversão junta a náica de gente sem que muito o que fazer. Até hoje os que ainda vivem sentem falta da figura engraçada dele, principalmente quando a "marvada" tomava conta dos miolos.
Editora Scortecci.
O Seqüestro do Negativo Exposto
José Marques Sarmento

Sexto drama policial do autor, este enredo parte da história de produtoras de cinema que, em meio ao grande furor econômico no mercado publicitário, se vêem envolvidas em um crime incomum. O romancista revela um lado diferente de profissionais que detêm o poder da imagem, contado através de seus inusitados movimentos semânticos e aventuras lingüísticas que sempre surpreendem o leitor.

208 páginas - 14x21cm - ISBN 978-85-88840-63-8
Editora Zouk.
Urbanóides: um caos paulistano
José Marques Sarmento
Romance que traça um perfil fiel da violência de São Paulo, visto e sentido por um homem comum, Chico das Dores, motorista de ônibus que circula diariamente pelas ruas e avenidas da cidade.
200 páginas - 14x21cm - ISBN 85-7372-444-7 - (Ed. Scortecci)
Paraisópolis: caminhos de vida e morte
José Marques Sarmento
Mulher grávida e amante são flagrados e mortos pelo marido. Uma cena corriqueira, mas de desdobramentos imprevisíveis, que vão tornar a vida de Jorjão da Silva uma aventura de vida e morte. Ambientado em Paraisópolis, este romance é muito mais que uma ficção, é um amplo e bem documentado panorama de uma das maiores comunidades de São Paulo. Como escreve José Roberto Torero, 'um choque de verdade, uma nova voltagem, uma nova luz'.
248 páginas - 14x21cm - ISBN 85-88840-11-1
Editora Zouk.

Apresentacão de José Roberto Torero (foto) para o livro "Paraisópolis, caminhos de vida e morte" De José Marques Sarmento

Primeiro foi um metalúrgico-presidente. Agora um eletricista-escritor.

Parece que metalurgicos e eletricistas e balconistas e caminhoneiros e babás cansaram de ser personagens secundários.

E eles não se contentam em ser personagens principais.
Nada disso.Eles querem mais, querem ser autores.

Talvez tenham se cansado de ver suas histórias mal escritas e resolveram escrevê-las por si mesmos.

É o caso de José Marques Sarmnento.

Assim como Paulo Linss e Ferréz, ele conhece temas, problemas e dramas brasileiros, não por ouvir falar, mas por vê-los pela janela. Ou pelo espelho.

Escritores-eletricistas como Zitto, podem trazer um novo ponto de vista para a literatura nacional. Estes escritores-eletricistas podem nos dar um novo choque de verdade, uma nova voltagem, uma nova luz.

José Roberto Torero.



Crítica:

A vida do escritor dá força as suas palavras

Tomara que isso seja literatua, diz José Marques Sarmento, apontando-me o exemplar de seu mais recente lançamento, o romance "Urbanóides, um Caos Paulistano".
Será que isso é literatua?É a pergunta que muitos escritores fazem, depois de enfiarem um ponto final num romance.
Quando um cítico mal-intencionado quer desdenhar a obra de um escritor, diz:"Isso não é literatua".Já fizeram comigo.Já aconteceu com muitos.
Outros críticos esperam que cada obra acrescentem elementos inovadores ao gênero.Um crítico certa vez, ao analizar um livro meu, escreveu algo como,"é bom, mas não tem novidades", como se fosse minha intenção querer inovar algo.
Qualquer sequencia de palavas ordenadas de tal forma que deem sentido a uma história é literatua, "a arte de compor e escreve", "na definição do dicionário Aurélio".
É evidente que o mais novo romance de Sarmento é liteatua.E é bom?
Bem, aí são outos cascabulhos.Bom para quem ou para que, Mané?
Paulo Coelho é bom para muitas pessoas.Guimaães Rosa é bom para os ouvidos, os olhos e o coração, mas tem gente que o detesta.
Não se pode ler coelho esperando um gande jogo semântico.Não se pode ler Guimarães esperando uma degustação distraída.Coelho se ler numa fila de espera.Guimarães se ler em casa, em silêncio, concentrado.
Quem quiser ler em Sarmento profundeza semântica talvez não fique plenamente satisfeito.Agora fique a vontade quem quiser ler nele as particularidades de uma literatura popular, rica, dinâmica, desesperada e verdadeira.
Contrariando os caminhos traçados por alguns escritores que escrevem sobre o que não conhecem e se atrapalham com pesquisas (já aconteceu comigo),Sarmento vive aquilo que está em seus livros.
A indignação de um motorista de ônibus que, mais que ninguém,é testemunha do caos humano,é complemento da indignação do autor, o que dá força as palavas.
O narrador tromba com tipos urbanos, sente saudades da sua terra natal e lamenta que muitos passageiros"...cheguem cheios de sonhos e acabem tropeçando nos próprios pesadelos.É literatura ou não é?

Macelo Rubens Paiva para ilustrada da folha, em 2 de dezembro de 2000



CARTA DE LEITOR DO LIVRO “UM HOMEM QUASE PERFEITO”

São Paulo capital, novembro de 2000

Caro escritor,

É com muito carinho e admiração que escrevo esta simples carta. O motivo que me leva a escrever-te é o seu prezado livro “Um Homem Quase Perfeito”, leitura a qual fiz com muito gosto e prazer.

Sou um amante de leitura e recentemente resolvi ler livros de autores que desconhecia, era um belo feriado prolongado de finados, quando indeciso procurava um livro interessante na biblioteca pública do Tucuruvi, bairro onde resido.

Muito feliz encontrei o seu livro, com o título que me chamou a atenção, resolvi que aquele preencheria minha tarde de sexta feira. Tenho que parabenizá-lo pela ótima capa e fotografia.

Sou muito crítico com as minhas leituras e quando o autor não consegue transmitir sentimentos, logo para de ler e troco por outro livro. Felizmente esse não foi o ocorrido com seu livro. Comecei a ler e não parei mais, quando percebi já tinha “devorado” o livro todo, passei a tarde lendo, e não é qualquer livro que consegue prender a minha atenção do começo ao fim.

Quando cheguei ao final do livro e vi seu endereço resolvi, pela primeira vez escrever para um escritor. Tenho que parabenizá-lo pelo seu estilo, pelo conteúdo e pelos sentimentos e lições que o livro nos apresenta.

Gostei muito de sua obra, sou paulista e nunca fui ao sertão, cresci e passei meus dezoito anos no meio dessa “selva de pedra”, mas com seu livro eu pude ver cada cenário, cada personagem, cada árvore, a terra rachada, o calor, a fisionomia das pessoas. É como se eu tivesse acompanhado a vida do Fufuba pessoalmente. Pude repensar sobre os temperamentos humanos.

Fico muito feliz em ver que o Brasil, ainda, possui ótimos escritores como você. Não sei expressar em palavras os sentimentos que você com muita facilidade expressou em seus personagens que no cenário brasileiro são muito reais. Você escreve como alguém que presenciou de perto, pois em cada capitulo você transportou o leitor para dentro dos bares, das casas e para cada gole da “marvada”. Mas uma vez meus parabéns.

Gostaria de saber quais são os autores que você gosta de ler, e quais aqueles que te influenciam. Por não conhecê-lo senti falta de uma breve biografia no final do livro e acho que seria legal uma apresentação no inicio. É um pouco estranho ler algo de alguém que você gostou, mas não saber de quem se trata. Não entendi porque a publicação do livro só foi possível graças a lei número “não sei quanto” do ministério da cultura? Você encontrou muita dificuldade para publicar sua obra?

Procurei através do fichário da biblioteca outras obras com seu nome, mas não encontrei, gostaria de saber se você chegou ou pretende escrever outros livros?

Com muito prazer gostaria de ler outras obras e textos de sua autoria.

Quais foram seus objetivos ao escrever “Um homem Quase Perfeito”? Sei que não deve ser fácil a publicação de um livro, mas espero que esta carta seja um incentivo para que você continue escrevendo. Claro, como um leitor admirador gostaria de pedir seu autografo, uma carta assinada por você seria guardada como uma grande lembrança.

Sou estudante e um dos meus sonhos é escrever um livro, infelizmente, hoje em dia as pessoas não lêem muito, as que lêem gostam de ler coisas místicas, ficção, coisa que eu não perco nem um segundo lendo, pois gosto de leituras inteligentes, assim como seu livro que agora recomendo aos meus amigos.

Espero que esta carta tenha sido do seu agrado. Desejo a você e seus familiares saúde, alegria, sucesso e reconhecimento. Que você seja reconhecido e consagrado por muitos críticos e amantes da leitura.

Atenciosamente,

Marco Antonio Garcia

06/11/2000

“Se seus sonhos estiverem nos céus, lá no alto, saiba que eles estão no lugar certo, agora construa os alicerces”

Num poeta não se bate nem com 1 flor

Como pode caros Srs.alguém ter a coragem de bater num velho poeta, alem de tudo Doutor.

Por minha cabeça não passa existir um ser vivente, capaz de tanta imponência.

Será que este sedutor da violência se exprime dono da verdade e usa a força do braço para disparar seu rancor? Ou será que não conhece a intimidade de um poeta, que cria estrofes nos versos para esquecer certas dores?

Pelo jeito parece ser este um canastrão, gente que não sabe tirar de letra, profundas discussões filosóficas.

Daqui do meu lugar, quase cai da cadeira, e olha tão longe me encontro da Cidade Sorriso, terra que me viu partir chorando intimamente à quase trinta anos.

Descobri trabalhando nas vazantes irrigadas do perímetro de São Gonçalo, tomando banho no açude de mesmo nome, que São Paulo era meu lugar.

PARA UM FUTURO NÚMERO 10

(Olhar intrigado e crítico de um pai vendo o filho participando de uma peneira)

Do meu canto fora das quatro linhas de jogo, com dedos de garra segurando o alambrado, fico torcendo que a bola tome chá de asa de beija-flor, que engula pelo lugar que lhe enfiam o bico para não ser a bola murcha da vez, suco de óleo lubrificante de avião supersônico, para quando receber os pés que a acaricia com mira certeira, vá de encontro ao que quis o seu admirador com a velocidade de jato.

Fico torcendo, torcendo, mas infelizmente vejo que não acontece o que peço intimamente. Os chutes em quase todos os lances saem mascados, mesmo tendo o dono das pernas, o tamanho das do tuiuiú e, tendo feito força suficiente para por abaixo uma parede de tijolos nus.

Rapa-Bosta, falam uns. Perna de pau, dizem outros tantos adjetivos compostos mais. Oralmente falo do meu lugar de solidão sem que ninguém perceba o movimento da minha boca, pois estou ligado torcendo por alguém que sou eu, torcendo por quando a bola chegar nele, faça jogada de um Pelé.

Depois de duas ou três intervenções, percebo que é alguém que não nasceu para dar afago de bom amante à pelota e, em cada jogada que os bons de bola fazem, vão o afastando mais da redonda, o deixando de lado, esfriando o seu furor em querer mostrar que também é bom boleiro, pois é publico e notório fazer jus a frase antiga: a bola procura sempre os craques.

De múltiplos pés juntados aos dois de mim mesmo, vejo-a partir a bola girando inibida e sem direção, seguindo em trajetória de extensa curva para qualquer canto do campo, menos para o objetivo principal: o gol ou os pés de quem a solicitou e que joga bem.

Bola sem direção essa que vejo, saindo-a de 90% dos pés que correm feito animal em fúria em busca de alimento, mas que não nasceram para encontrá-lo no melhor pasto das quatro linhas do campo de futebol.

Do meu canto de solidão e sonho, sinto certa inveja no rosto de quem tem filho que chuta bola certeira, por ver que de alguns pés em menor grau de desenvoltura, à pelota age com a naturalidade dos monges budistas endereçada ao passe ou ao gol e, com a sutileza de um apaixonado, cai nos pés de quem a admira e sabe direcioná-la nos passes e dribles ligeiros para fugir dos pés de carrascos concorrentes.

Como sou egoísta de não ter olhos para as bolas que saem de outros pés, moldados sobre a dinâmica do gênio da natureza que detém o poder de fazer um craque de bola nascer.

Tão poucos sabem fazer da bola seu brinquedo de raro algum volante ou zagueiro roubá-la na facilidade. Bonito é vê-la a quem sabe tocá-la com a sutileza dos Robinhos de hoje, se é que tem mais de um como ele e, ela sair girando no próprio eixo, deslizando no tapete da perfeição, dando dificuldade ao goleiro em espalmá-la ou encaixá-la retirando-a da trajetória da rede.

Bolas que partem de pés de gênio assim, fazem que o goleiro maldiga o atacante, que com certeza é moleque que soube namorá-la desde a infância, a visualizá-la entrando entre a trave e o goleiro, ali, naquele lugar onde a coruja faz o ninho, na junção dos dois ferros que formam ângulo de noventa graus, e assiste depois do chute, ela ir lentamente ou velozmente no lugar escolhido pela visão do craque que tem visão panorâmica de toda área do campo.

Bonito mesmo é ver moleque bom de bola, que quase sempre nos seus chutes ao gol, faz o goleiro beijar o tapete verde do gramado e se contorcer em dores de remorsos, tentando lentamente se levantar, ouvindo gritos de alegria da torcida adversária, chegando aos ouvidos, ensurdecedores uivos de vais da torcida caseira.

Como sou egoísta em não ver o filho do pai que está ao lado se contorcendo de alegria nos gestos de braços e pernas, vendo o filho que sabe tudo de bola, tocá-la com suavidade, sem esforço, sem a maltratar, nem a ele o físico.

Como sou egoísta em ver só o meu filho tentando ampará-la entre as pernas, no peito, na coxa, chutá-la de cabeça e a dona de todas as glorias do futebol se insubordinar e não querê-lo para si.

Esse a quem invejo “numa boa”, porque o futebol é a arte de quem não sabe enganar, tem destino garantido num grande clube espalhado pelo mundo, terá o numero 10 nas costas, levando a responsabilidade de dá continuidade a arte do futebol clássico, onde não só a força física é parâmetro para as conquistas.

Falo com alguém do lado que na certa é pai de algum moleque da peneira. Esse tá garantido. Vai ser o craque de qualquer time grande. Do Brasil, do exterior, do futebol arte.

Do meu canto me vejo o assistindo e torcendo por ele, não mais pelo meu, esse não tem jeito, porque sei que o futebol, o craque de bola, o diferenciado, merece aplauso, por não ser mais um entre os onze para completar a escalação.

José Marques Sarmento