sábado, 18 de julho de 2020

UM DIA VOU VIRAR O BICHO!

UM DIA VOU VIRAR O BICHO!
Ando acuado, retraído, por ser picotado em diversas partes, depois me remendam como se fosse pano velho, traste esquecido nos fiapos sobrados, usam de me remendar quando querem com agulha de aço sem anestesia enferrujada.
Vem uns salafrários e cortam meus braços, me fazem cair do voo que acabo de tentar, pulando de uma pirambeira para planar.
Outros dos infernos aparecem, como um deserto, sem um pingo de doce água pura pra banhar a minha sede, e ainda me aplicam uma rasteira, levando pra mais perto da beira do sacrifício, com um tombo mortal, caio outra vez, não faz mal, digo com humildade, sou igual Prometeu, me comem os órgão os corvos, renascem mais tarde com mais força, senão com diálogo, na força abrupta. Sou cabra da peste criado com rapadura!

Dramático é quando atravessam meu peito com uma espada do melhor aço manuseada pelo sábio samurai chinês, protegiam os senhores da guerra, hoje protegem os senhores fascistas revestidos de radicalismos com idade mental conturbada, esvaziam meu sangue do corpo, fico branco como uma nuvem sem poder de precipitação, mas logo me recarrego de nova fúria, meto os pés pelas mãos, dou rasteira em quem me quer ver pelas margens, e saio de pinote, aprendi com o filho de Mario de Andrade, Macunaíma, ser dependente pra sobreviver, em fazer muitas marmotas com caras tristes e alegres, angustiadas ou fadadas pela dor latente do desrespeito. O punhal do meu pai na sua mão dava jeito em quem tinha defeito de caráter naqueles tempos idos do anos 1930!
Difícil é suportar as dores da humilhação psicológica, quando querem empurrar para dentro do meu cérebro, um monte de asneiras.
Quero partir pra cima, dá o troco com os trocados que não tenho, por não ser filho de além mar, e ter chegado aqui com uma mala de dinheiro pra comprar tudo bem barato, começar a vida explorando os miseráveis com terras doadas pelos governos.
Paro, reflito, é quando vem alguém sem desdém, com respeito e diz: deixa pra lá. Esquece fii da peste!Essa elite é mesquinhenta!

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Zé Sarmento no jornal da TV Gazeta.São Paulo.

Zé Sarmento Escritor, paraibano paulistano que faz em Sampa.