quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

MEUS TOMBOS

Uma vez ou outra ando tomando pancada
Sem ser lançado a esmo por imprudência própria.
Fico sem ter coragem de devolver ao mesmo modo esses empurrões.
 Uns tapas de mão aberta me ferem o sobrolho.
Um murro de mão fechada me acerta a nuca.
Um pontapé de MMA  desloca meu joelho.
Cabeçada quando bate no peito joga-me ao chão.
Fico todo inchado, de corpo doído, alma condoída.
A voz trava, os sentidos lógicos se esvaem.
Viajo nas nuvens espaças sem enredo pra segurar minha queda.
Quando dou por mim fui engolido pelo inimigo voraz.
Usa a língua  e os membros aquecidos pra lançar-me chamas
E chamuscar mina áurea opaca.
Sempre ligeiro nas suas artimanhas, estúpido nos atos
Ignorante nos  fatos, levado à austeridade
Comprometido com a usurpação.
Não tenho páreo para rebater aos trancos desse inimigo monstro.
Tou sempre na defensiva sem saber atacar ou defender.
Se fosse covarde o acertaria pelas costas
O levando a dar cambalhotas tortas
Na hora que tivesse maltratando outrem.
Pois que, por mim, sei que sou duro pra resistir a trancos violentos.
Se agisse dessa forma ficaria remoçando a vida toda.
Não tive lições exponenciais
Daquela que a criança toma da família na formação.
Quando o ensinam a ser o primeiro pra não fracassar.
Chegue antes de todos, seja  esperto.
A vantagem fará de você um vencedor, um político.
Tomar bordoada, lapada, se sacrificar sem cobrar
Servir sem ser servido não é prêmio que quero esconder
E que vem apenas pra mim
Muitos como EU escondem por dentro da carcaça humilde.
Vou pra cima da dor como se fosse prazer
E dane-se!
Não compreendi como odiar!
 No mar que navego quase sempre a maré tá alta.
 Pra atravessá-la, aja braçada
 ...E quando chego à areia
 Lá está outro que conseguiu chegar primeiro.
Comeu o que me serviria de abrigo e labor.
Um amigo meu que morreu dizia: aprende!
Quanto mais velho fica, menos experimentado!
Isso é o que dar
Não ter a malícia pra viver numa sociedade de muitas facetas.
Zé Sarmento