11-Da Vinci-
Veja-me um herói entre todo bem também, meu bem, uma
guta maçã de massa gigante perdida entre o facho da noite clareada pelo meu míssil
que amas de paixão, fazendo me lambuzar de prazer entre todos do bem bolado amor de nós dois. Digo uma
coisa, se fores do mal, sai mal da luta, não quero te flertar diante uma mina de desejo
conturbado, negado diante força de
desagregação. Não quero ser vítima dessa maldição que me põe “piradão” diante incertezas de te pintar tão bela como és ou
não.
12-Mona Lisa-
Sou uma mulher de ordem frontal igual todas que já
pintastes, mas sou bem melhor que todas na cama não é? Diante tua explosão de
radioatividade, quero ser teu bombardeiro do futuro, teu navio no mar sangrando de vermelho as espumas aferventando
o rabo dos meus peixes, sangrando o corpo morto de um pai por uma explosão
sacana, que ao explodir deixou de ser bacana.
13-Da Vinci-
Mona Lisa, lisinha em folha ainda, saiba que quero toda espuma do mar dentro de uma banheira para limpar o teu corpo do flagelo erótico do futuro mundo contemporâneo daqui quinhentos anos. Quero você salvando a terra da garra dos ares expelindo nosso prazer para fora do círculo dos viciados, quero você solvendo os clientes criadores da guerra numa junção fornalha, os tornando pura cinza.
14-Mona Lisa-
Eu quero é que o sol um dia raia para todos antes do imoral tragar e triturar nossa engrenagem sobre o poder do meu credenciado amor por ti. Ele virá e pra isso já o vejo em desabalada correria para os braços do povo, para abastecer os pálidos e credenciados diluídos da sorte. Chega depressa meu bom homem barbudo, acredito plenamente na solidariedade tua, no poder de vigiar os filhos do bem e do mal. Enraíza na cabeça daquelas bestas, a flecha orgulhosa do guerreiro. Faz a vibração de dias bons subir a mente de cada um, escalando o querer o que quer e pra quê, envolvendo-os de certezas porcentuadas nos cem por cento de prazer. Rega o mais que possa a raiz da reação ideológica. Realça entre todo meio, uma luz de cor profunda, reluzindo como ouro na força do seu desejo, penetrando a verdade dos dias no seu couro cabeludo. Diga que aprova as minhas palavras meu amor, diga, se não disser, acabarei com o seu ser imaturo e jogarei no monturo as sobras do seu abuso.
15-Da Vinci-
Se não for assim não haverá salvação, não é benzinho?
Até eu, você, todos nós iremos parar no fundo obscuro do poço, raiar-nos de
pele de porco espinho com o corpo envolvido no preço alto do marfim.
16-Mona lisa-
Sim, mas pra isso me ache como quiser meu grande Picasso,
quero dizer, Da Vinci, mas não me chame de mulher de pele ressecada que não dê
pra me recriar com os traços da arte do esfumato. Não me chame de criança de colo vestida de
cor azul anil, pele e cabelo copiando a relva molhada das tuas entranhas
virgens, com a turba desnuda desenhada pelo sangue de meus dias, envolvido no
sujo toque das mãos de um cruel. Seja você mesmo, assim como irão ser todos
desse tempo que proclamamos, e garimpe às víboras infiéis entre os amores.
17-Da Vinci-
Sai pra lá grande Mona Lisa Minha Donna Madonna, mulher
que gostaria que também fosse chamada de deusa do amor, afrodite, com essa cara
de chato me achando o máximo. Quero informar que sou um roedor da crosta da
terra, formando lodo que será destruído mais a frente pela voz da luta das mulheres que querem lambuzar em mim o seu
porvir histérico. Digo a você que custará caro para aqueles que povoam aquela
terra, depois de toda gleba em festa, a sua euforia financeira e esperteza de
capricho para pegar o alheio, os que têm o poder político.
18-Mona lisa-
Não sei meu caro, Da Vinci. Ainda não me encontro vestidona para discutir esses entraves
políticos e filosóficos, mas gostaria de ficar PelaDonna a sua frente pra me
veres melhor por dentro. Esse avanço fatal envolvendo todos os canais, irá
gerar uma luta diária criando uma prole
de incertezas, como banal acho que vai mais adiante tornar-se o nosso amor.
19-Da Vinci-
Não Senhora, Monalisa ainda vestidona, lá está o nosso
amor sobre a prosa do rio de esperança de Janeiro e Fevereiro, você não vê o
carnaval tropical? Com o cristo redentor
observando os matizes e marginais dos morros e do asfalto, sacando a bolsa de
uma velha senhora, anciã da idade dos tempos. Vejo as balas de qualquer arma
menor e maior, como as de fuzil perfurando o peito de meninos recém saídos do útero das mães e moças
indo pra escola.
20-Mona lisa-
Tem razão Meu Homem Bom-Feitor e criador, de peito pra
frente erguido como a flecha que sai desse teu corpo. Nem o cristo pediu pra
ser vigia do tempo, nem os marginais pediram pra ser o que são no hoje, nem as mulheres vão
deixar de ser metidas embrenhadas na
areia grifando a tempestade da grinalda sonhada pelos avós que já se foram.Pra
chegar ao que são no hoje, no ontem tiveram a esperança enterrada por muitas
pás de terra na areia escaldante do Rio fugaz.
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