quinta-feira, 18 de agosto de 2016

MONALISA DONA MINHA II (continuação)



11-Da Vinci-
Veja-me um herói entre todo bem também, meu bem, uma guta maçã de massa gigante perdida entre o facho da noite clareada pelo meu míssil que amas de paixão, fazendo me lambuzar de prazer entre todos do bem bolado amor de nós dois. Digo uma coisa, se fores do mal, sai mal da luta, não quero  te flertar diante uma mina de desejo conturbado, negado diante  força de desagregação. Não quero ser vítima dessa maldição que me põe “piradão” diante  incertezas de te pintar tão bela como és ou não.

12-Mona Lisa-
Sou uma mulher de ordem frontal igual todas que já pintastes, mas sou bem melhor que todas na cama não é? Diante tua explosão de radioatividade, quero ser teu bombardeiro do futuro, teu  navio no mar sangrando de vermelho as espumas aferventando o rabo dos meus peixes, sangrando o corpo morto de um pai por uma explosão sacana, que ao explodir deixou de ser bacana.

13-Da Vinci-

Mona Lisa, lisinha em folha ainda, saiba que quero toda espuma do mar dentro de uma banheira para limpar o teu corpo do flagelo erótico do futuro mundo contemporâneo daqui quinhentos anos. Quero você salvando a terra da garra dos ares expelindo nosso prazer para fora do círculo dos viciados, quero você solvendo os clientes criadores da guerra numa junção fornalha, os tornando pura cinza.

14-Mona Lisa-

Eu quero é que o sol um dia raia para todos antes do imoral tragar e triturar nossa engrenagem sobre o poder do meu credenciado amor por ti. Ele virá e pra isso já o vejo em desabalada correria para os braços do povo, para abastecer os pálidos e credenciados diluídos da sorte. Chega depressa meu bom homem barbudo, acredito plenamente na solidariedade tua, no poder de vigiar os filhos do bem e do mal. Enraíza na cabeça daquelas bestas, a flecha orgulhosa do guerreiro. Faz a vibração de dias bons subir a mente de cada um, escalando o querer o que quer e pra quê, envolvendo-os de certezas porcentuadas nos cem por cento de prazer. Rega o mais que possa a raiz da reação ideológica. Realça entre todo meio, uma luz de cor profunda, reluzindo como ouro na força do seu desejo, penetrando a verdade dos dias no seu couro cabeludo. Diga que aprova as minhas palavras meu amor, diga, se não disser, acabarei com o seu ser imaturo e jogarei no monturo as sobras do seu abuso.


15-Da Vinci-
Se não for assim não haverá salvação, não é benzinho? Até eu, você, todos nós iremos parar no fundo obscuro do poço, raiar-nos de pele de porco espinho com o corpo envolvido no  preço alto do marfim.

16-Mona lisa-
Sim, mas pra isso me ache como quiser meu grande Picasso, quero dizer, Da Vinci, mas não me chame de mulher de pele ressecada que não dê pra me recriar com os traços da arte do esfumato. Não me chame de criança de colo vestida de cor azul anil, pele e cabelo copiando a relva molhada das tuas entranhas virgens, com a turba desnuda desenhada pelo sangue de meus dias, envolvido no sujo toque das mãos de um cruel. Seja você mesmo, assim como irão ser todos desse tempo que proclamamos, e garimpe às víboras infiéis entre os amores.

17-Da Vinci-
Sai pra lá grande Mona Lisa Minha Donna Madonna, mulher que gostaria que também fosse chamada de deusa do amor, afrodite, com essa cara de chato me achando o máximo. Quero informar que sou um roedor da crosta da terra, formando lodo que será destruído mais a frente pela voz da luta das  mulheres que querem lambuzar em mim o seu porvir histérico. Digo a você que custará caro para aqueles que povoam aquela terra, depois de toda gleba em festa, a sua euforia financeira e esperteza de capricho para pegar o alheio, os que têm o poder político.

18-Mona lisa-
Não sei meu caro, Da Vinci. Ainda não me encontro  vestidona para discutir esses entraves políticos e filosóficos, mas gostaria de ficar PelaDonna a sua frente pra me veres melhor por dentro. Esse avanço fatal envolvendo todos os canais, irá gerar uma luta diária criando uma  prole de incertezas, como banal acho que vai mais adiante tornar-se o nosso amor.

19-Da Vinci-
Não Senhora, Monalisa ainda vestidona, lá está o nosso amor sobre a prosa do rio de esperança de Janeiro e Fevereiro, você não vê o carnaval tropical? Com  o cristo redentor observando os matizes e marginais dos morros e do asfalto, sacando a bolsa de uma velha senhora, anciã da idade dos tempos. Vejo as balas de qualquer arma menor e maior, como as de fuzil perfurando o peito de  meninos recém saídos do útero das mães e moças indo pra escola.

20-Mona lisa-
Tem razão Meu Homem Bom-Feitor e criador, de peito pra frente erguido como a flecha que sai desse teu corpo. Nem o cristo pediu pra ser vigia do tempo, nem os marginais pediram pra  ser o que são no hoje, nem as mulheres vão deixar de ser metidas  embrenhadas na areia grifando a tempestade da grinalda sonhada pelos avós que já se foram.Pra chegar ao que são no hoje, no ontem tiveram a esperança enterrada por muitas pás de terra na areia escaldante do Rio fugaz.

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