segunda-feira, 23 de março de 2015

ESCAMO! EXCLAMO!


Gostaria de ser um ponto, e pronto. 
Tava tudo resolvido.
Infelizmente só sei usar mais o de exclamação!
É o grito na garganta tentando pegar carona no vento
Pra ser levado aos quatro cantos!
Não consigo ficar parado no ponto
Esperando o trem passar por cima das minhas reticências...
Nos ponto da avenida por onde passam os ônibus,
As vírgulas me atropelam.
Nas calçadas, os pedestres,
com suas pastas com documentos ilícitos,
Não respeitam meus pontos de exclamação!
Fazem-me perguntas descabidas. Indagam!
Você vai pra onde?
Vai fazer o que?
Tá pensando o que?
De que você vive?
Anda pela direita ou pela esquerda da vida política?
Vive encima do muro?
Quero dá um basta, pondo um ponto final.
...Reticente...Levanto com tudo...
E os atropelo com um de exclamação!
Por motivos assim lá vem o grito jogado ao vento
Pra ver se entra nas ouças dos infelizes que me deixam irados!
Vem-me uma coisa, pesada!
Uma vontade de escrever um poema
E mandar todos pro diabo!
Só abaixo a bola quando minhas exclamações foram embora!
É quando me pego às reticências...
Pra não entornar mais ainda o caldo do meu feijão do dia a dia.
Zé Sarmento

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