AQUI TEM
HISTÓRIA - DESFILE
O 7 de
setembro da minha meninice era esperado com entusiasmo pelos estudantes da
escola onde estudei no distrito de São Gonçalo, Sousa, PB. Era tipo um beijo na boca da garota por quem se estar
apaixonado.
Quinze dias
antes começavam os ensaios para a data cívica com maior relevo nacional pelo
fato de ser o regime militar a administrar a nação. Desfilava todas as classes
de aluno a partir do quinto ano.
Tambores como
bumbos, surdos, tamborins e caixas, recebiam no couro cacetada dada por mãos
que batiam sem dó para acompanhar o ritmo.
A rua
principal da minha vila se enfeitava de cores da bandeira do Brasil.
O verde e o
amarelo predominavam balançando ao vento penduradas em postes e árvores.
No rosto de
alguns alunos, algum sofrimento pelo sol bater na moleira e o corpo amolecer,
mas no da maioria, alegria era o que se via, por estar servindo a pátria mãe
gentil.
Máquinas agrícolas
do DNOCS se juntavam ao desfile e arrastavam os estudantes com batida de pé no
calçamento da rua 16, a principal. Varava minha vila de uma ponta a outra. Desde
a escola a ponte de tábua.
Do alto da
gruta, nossa senhora jogava seu olhar faiscando proteção aos que desfilavam de
encontra ao palco principal.
Crianças e
jovens estudantes da escola Estevam Marinho, recebiam na moleira o sol
inclemente do sertão, acompanhado por professores e pais. Precisavam ser
resistentes para engolir as horas desde as sete da manhã a uma da tarde. Dia em
que as mães preparavam alimento melhorado no aspecto, sabor e cor.
Os
instrumentos cadenciavam a pisada dos enfileirados e alinhados alunos rumando em
direção ao prédio principal da administração pública para escutar discursos de
autoridades.
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