Memorial dos campos agrícolas
Eu menino não gostava da época de invernia no sertão.
Sim! Chuva era a redenção!
Não gostava de seguir meu pai de enxada austera nas costas.
No roçado de mato brabo no preparo da roça de coivara,
O calor braseiro do senhor detonava pouca alegria no menino em formação.
Sentia que deveria viver como muitos filhos de bacana da vila.
Viver
com livros, cadernos e lápis não mão.
E os lábios quentes prontos pra beijar as meninas da mesma idade.
Meu
corpo ganhava coceira dos diabos das folhas do milharal.
Deixava-me
inquieto ao saber da luta que ia ter
(já
naquela idade)
Pra
me colocar como pessoa existente
Num mundo que cabe poucas pessoas como eu.
Culturas
florando nas terras desse vale, ah!...
Elevava a estima das pobres famílias!
Tristeza
deletéria em algum momento desaparecia
No menino, quando o eito ia se fechando.
Vou
ficar livre daqui a pouco pra jogar bola!
Tomar
banho de açude!
Cair
no rio que corre desde o sangradouro até o mar!
Perto
do mar serei feliz, Sum Paulo!
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